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0004 | II Série A - Número 006S | 16 de Outubro de 2003

 

retoma da economia norte-americana deverá ocorrer em
primeiro lugar e de forma mais intensa, desempenhando o papel de motor do crescimento económico
internacional; a evolução da economia japonesa deverá continuar a constituir um factor de risco para
as perspectivas macroeconómicas mundiais.
Neste contexto em que a recuperação da economia norte-americana deverá ganhar consistência no
final de 2003 e se consolidará ao longo de 2004, é possível que a economia internacional venha a
crescer no ano corrente a uma taxa média anual da ordem de 3, ¼% (o que corresponde a uma
ligeira aceleração face à estimada para 2002), acentuando-se o crescimento em 2004 para um ritmo
que poderá atingir 4%.
Evolução recente
A situação e perspectivas económicas internacionais reflectem em grande parte a evolução e
perspectivas da economia norte-americana, devido ao peso desta economia no quadro internacional.
A economia norte-americana entrou em desaceleração em 2000 e atravessou um período
recessivo ao longo do ano seguinte. No início de 2001, as autoridades monetárias encetaram uma
política monetária mais expansionista para fazer face ao abrandamento do crescimento económico.
Contudo, os acontecimentos de 11 de Setembro adiaram a saída do período recessivo e fizeram
emergir um novo contexto de insegurança a nível internacional. A resposta rápida das autoridades
PORTUGAL. GOP 2004
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económicas norte-americanas, no domínio monetário e orçamental, ao agravamento das condições
económicas terá permitido uma recuperação da economia norte-americana em 2002. Contudo, em
meados do ano, factores de ordem geopolítica começaram a fazer-se sentir, conjugando-se com a
turbulência surgida ao nível de algumas grandes empresas ligada a práticas contabilísticas
fraudulentas e contribuindo para que a recuperação perdesse dinamismo.
Em 2003 os factores de ordem geopolítica assumiram maior importância com a eclosão do conflito
armado no Iraque. As incertezas relativas à sua ocorrência e a imprevisibilidade normalmente
associada a uma situação de guerra determinaram um agravamento das condições de confiança
económica e, consequentemente, o adiamento de decisões estratégicas, em particular em termos de
investimento. Os sinais de desanuviamento só se revelaram após o fim da campanha militar,
parecendo estar em vias de consolidação, tendo o comportamento dos principais mercados accionistas
encetado uma tendência de subida.
Desde Janeiro de 2001 até Junho de 2003 as autoridades monetárias operaram (13) reduções nas
taxas de juro de referência do dólar. Em 25 de Junho, com uma redução de ¼ de p.p., a principal
taxa de intervenção baixou para 1%, o nível mais baixo desde 1958 (6,5% em Janeiro de 2001). Em
termos acumulados, o estímulo monetário já atingiu 550 p.b.. Vários pacotes de estímulos
orçamentais vem também sendo implementados na economia norte-americana, seja através do
aumento da despesa (em particular no domínio da Defesa), seja através de reduções nos impostos.
Esta política traduziu-se na passagem de uma posição orçamental excedentária em 2000 (+1,4% do
PIB) para um período de posições deficitárias nos anos seguintes, prevendo-se que o défice
orçamental possa atingir 4,6% do PIB em 2003 e registe uma ligeira melhoria para 4,2% em 2004.
"Salvaguardar" o clima de confiança do consumidor e suster o abrandamento da economia via
consumo privado foi o objectivo principal da regulação económico-monetária americana dado,
designadamente, o efeito riqueza negativo provocado pela quebra dos valores accionistas. Também a
evolução do sector imobiliário residencial tem constituído um factor favorável na evolução da situação,
uma vez que os baixos níveis das taxas de juro hipotecárias têm permitido um surto de novas
construções e a renegociação de hipotecas. O investimento empresarial, em especial o investimento
em equipamento e software, só recentemente parece ter dado sinais de recuperação (o investimento
em equipamento e software cresceu 2,0% no segundo trimestre face ao trimestre anterior e 4,0% em
termos homólogos, contra respectivamente -1,2% e 2,7% no primeiro trimestre). A recuperação
sustentada deste agregado deverá possibilitar que o crescimento norte-americano atinja ritmos
confortáveis que permitam uma recuperação do emprego.
Assim, a economia terá crescido a uma taxa de 2,4% em 2002 (contra 0,3% em 2001 embora no
último trimestre de 2002 tenha apenas crescido a uma taxa anualizada de 1,4%). No primeiro
trimestre de 2003, a taxa de crescimento situou-se em 0,4% face ao trimestre anterior (2% em
termos homólogos) tendo acelerado para 0,8% no segundo trimestre (2,5% em termos homólogos)
No entanto, a taxa de desemprego agravou-se no segundo trimestre de 2003, atingindo 6,4% em
Junho (o nível mais elevado em nove anos), embora regredisse para uma taxa de 6,2% em Julho e
SITUAÇÃO ECONÓMICA EM PORTUGAL EM 2003-2004
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6,1% em Agosto, ainda que com destruição líquida de postos de trabalho. A inflação, em Julho,
situava-se em 2,1% em termos homólogos, registando um aumento de 0,2% em cadeia, evolução
que veio desanuviar algumas preocupações deflacionistas. Em Abril, os indicadores de confiança dos
consumidores começaram a recuperar dos baixos níveis de Março (aferidos antes do eclodir da
guerra), os mais baixos numa década, e a inflectir a trajectória descendente que registavam desde
meados de 2002.
A evolução da economia japonesa mostra-se recentemente um pouco mais favorável. Em 2002 terá
registado um ligeiro crescimento positivo de 0,3%. No primeiro trimestre de 2003 a economia cresceu
0,3% face ao trimestre anterior (2,8% em termos homólogos), enquanto no segundo trimestre
acelerou para 0,6% face ao trimestre anterior (2,1% em termos homólogos) devido ao
comportamento favorável do investimento empresarial e das exportações. No entanto, vários
problemas persistem na economia japonesa. O deflator do PIB voltou a cair no segundo trimestre
(-2,1% em termos homólogos) face a -3,5% no primeiro trimestre. A margem de manobra da política
monetária é já bastante limitada na medida em que as taxas de juro nominais se aproximam de 0%.
Por outro lado, a margem da política orçamental parece ser estreita, dados os níveis da dívida pública
e do défice das contas públicas. A adopção de reformas estruturais de saneamento financeiro tem
enfrentado dificuldades, reflexo da complexa estrutura sócio-política, dificultando uma recuperação
clara da economia.
No Reino Unido, o PIB cresceu 1,9% em 2002, ou seja menos 0,2 p.p. do que no ano anterior. Nos
primeiros meses de 2003 continuava a registar-se um abrandamento da actividade económica. O PIB,
no primeiro trimestre, cresceu marginalmente (0,1% em relação ao trimestre anterior e 2,1% em
termos homólogos) e, no segundo trimestre, registou