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232 | II Série A - Número: 026 | 10 de Novembro de 2008

1999), bem como níveis elevados de endividamento das famílias e empresas, reflexo da redução da taxa de poupança.
9 O último valor disponível, referente ao período de um ano terminado no 2.º trimestre de 2008, aponta para um défice externo de 16 318 milhões de euros ou 9,8% do PIB. Da acumulação sucessiva de elevadas necessidades de financiamento resultou uma posição de internacional da economia portuguesa negativa, correspondendo a aproximadamente -90% do PIB. A satisfação dos encargos correntes com o endividamento externo (juros e outros rendimentos de propriedade) faz com que a parte da produção realizada em Portugal já não fique à disposição dos seus habitantes. Assim, no período de um ano terminado no 2.º trimestre de 2008, o Rendimento Disponível Bruto (RDB) representava apenas 97% do PIB. Isto significa que actualmente 3% do total da riqueza produzida em Portugal (PIB) não fica à disposição dos residentes em Portugal, sendo antes canalizada para o exterior. 10 Num contexto de subida ou de manutenção das taxas de juro em níveis mais elevados do que os prevalecentes até 2006 e de manutenção de um défice externo elevado é expectável que o RDB continue a evoluir abaixo do PIB, o que constitui um factor limitativo do crescimento económico baseado na procura interna, com potenciais consequências ao nível da evolução da receita fiscal.

Previsões de Crescimento 11 Na sequência dos desenvolvimentos atrás referidos relativamente ao enquadramento externo, o Governo revê em baixa (face à previsão de Maio constante no ROPO) de 0,7 e 1,4 p.p. o crescimento real do PIB em 2008 e 2009 para 0,8% e 0,6%, respectivamente.
12 Para 2009, a revisão em baixa realizada resulta de uma redução do crescimento esperado quer da procura interna, quer das exportações. Relativamente à procura interna, a previsão de crescimento do investimento é revista 4 p.p. em baixa (para 1,5%); a do consumo privado é revista 0,9 p.p. em baixa (para 0,8%); em sentido contrário, a previsão de crescimento do consumo público é revista em alta de 0,8 p.p. (para 0,2%). A previsão de crescimento das exportações é revista 3,5 p.p. em baixa passando de acordo com a previsão governamental as importações (1,8%) a crescer mais do que as exportações (1,2%) em 2009.
13 Com base na informação disponibilizada pelo INE, relativamente às contas nacionais trimestrais do 2.º trimestre de 2008, no início de Setembro, para que se atinja o crescimento previsto de 0,8% no conjunto do ano de 2008 é necessário que a economia portuguesa cresça a uma média de 0,23%, em cadeia, em cada um dos 3.º e 4.º trimestres de 2008. No 1.º trimestre a economia portuguesa decresceu 0,2% e no 2.º trimestre cresceu 0,3%.
14 O FMI prevê que o crescimento português desacelere para 0,6% em 2008 e 0,1% em 2009. A previsão governamental para o crescimento económico para 2009 encontra-se assim 0,5 p.p. acima do previsto em Outubro pelo FMI.
15 Em suma, para 2009 as previsões encontram-se rodeadas de um grau invulgarmente elevado de incerteza, apontando para uma quase estagnação do crescimento em Portugal, não podendo, no entanto, ser liminarmente afastada a possibilidade de quebra real caso se venha a materializar um cenário recessivo para a economia europeia e norte-americana.