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255 | II Série A - Número: 026 | 10 de Novembro de 2008

redução dos contributos para o crescimento proveniente da PTF, do factor trabalho e em menor grau do capital. Em particular no que diz respeito à PTF, entre 2001 e 2003 a sua contribuição para o crescimento foi mesmo negativa. A recuperação do crescimento verificada em 2004 resulta sobretudo de uma maior contribuição da PTF. A redução da PTF verificada em 2005 explica a maior parte do abrandamento da economia verificado em 2005. O crescimento do contributo do trabalho contribui em boa parte para o crescimento verificado em 2006, e em muito menor grau para o verificado em 2007. A recuperação do crescimento em 2007 é sobretudo explicada por uma aceleração da PTF (para um nível próximo do verificado em 1999, mas ainda distante do verificado em 1995). As variações na produtividade têm-se assim revelado decisivas para a evolução recente da economia. Consequentemente, uma melhoria do crescimento da economia portuguesa terá necessariamente que se basear num crescimento da produtividade.

Gráfico 4 – Contabilidade do crescimento – decomposição da taxa de crescimento anual do PIB real Notas: A fonte dos dados para a PTF é Comissão Europeia, base de dados AMECO, 28 de Abril de 2008, tendo o contributo do trabalho e capital sido calculado pela UTAO.

Expectativas não concretizadas 1.12 Retomando a análise do FMI (2008), na origem do fraco crescimento da economia portuguesa estão igualmente a não materialização de algumas expectativas dos agentes económicos. Na sequência da adesão ao euro, a redução verificada na taxa de juro real foi percepcionada como sendo de natureza permanente, o que provocou automaticamente um aumento da riqueza ciclo de vida das famílias, uma vez que o valor actual do fluxo de rendimentos futuro passou a ser descontado pelas famílias a uma taxa menor. Contudo, de acordo com o FMI (2008), as expectativas de crescimento da produtividade e do crescimento económico formuladas pelos agentes económicos nessa altura demonstraram-se optimistas. Desse excessivo optimismo resultaram importantes desequilíbrios macroeconómicos, designadamente um aumento do défice externo e do défice orçamental (após 1999), bem como níveis elevados de endividamento das famílias e empresas, reflexo da redução da taxa de poupança. Em resultado desse endividamento, o pagamento de juros já absorve mais de 7% do rendimento disponível bruto (RDB) da economia portuguesa, um valor muito acima dos 4% da Alemanha.

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1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007
Trab.
Capital
PTF
PIB