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35 | II Série A - Número: 123 | 27 de Maio de 2009

Da restauração à República: durante a ocupação filipina Sintra perdeu muito do seu brilho e nem a Restauração de Portugal, ocorrida a 1 de Dezembro de 1640, lhe devolveu esse estatuto, mas, apesar disso, Montelavar manteve uma actividade bastante interessante, como o comprova o «Tombo dos bens e fazemdas do hospital de montelauar», efectuado em 1680 pelo desembargador, ouvidor e provedor da Comarca de Alenquer, o doutor Gonçalo Vaz Preto, que demonstra que tais bens rendiam o suficiente para manter o hospital e a albergaria em funcionamento.
No século XVIII a construção do grandioso palácio-convento de Mafra voltou a dar uma importância especial a Montelavar, porque naquela obra trabalharam os seus mestres canteiros — e também das freguesias vizinhas da Terrugem e de São João das Lampas —, para além do abastecimento da multidão de operários que ali trabalhavam nessa ter trazido uma melhoria de vida aos agricultores da região. Montelavar é referenciado no livro Corografia Portuguesa, de Carvalho da Costa, publicado em 1712, e são desta época algumas obras importantes da freguesia: o Cruzeiro de Montelavar, que pode ser admirado no largo da sede de freguesia e, conforme a inscrição que contém, foi executado em 1714; o cruzeiro que está em frente da Capela do Espírito Santo e que data de 1774; a chamada Fonte da Sigueteira, situada junto aos lapiás da Maceira, que data de 1788.
A Estrada Real, que ligava Lisboa a Mafra pelo interior da freguesia de Montelavar, veio desenvolver o comércio local, mas também serviu para se deslocarem as tropas durante a Guerra Civil (entre liberais e miguelistas), assinalada na freguesia pela chamada Cruz da Moça.
Alguns exemplares de arquitectura popular do século XIX são de registar na freguesia de Montelavar, como é o caso do Moinho da Costa, datado de 1821 — com o desenvolvimento da indústria de extracção e serração do mármore operada nesse século, os moinhos de água e de vento serviram como força motriz para serrar os grandes blocos de pedra.
Também durante o século XIX e inícios do século XX surgem obras de decoração das fachadas das casas saloias feitas por canteiros da região, existindo na freguesia de Montelavar vários relógios de sol — em Montelavar, Maceira, Bombacias e Mastrontas —, bem como óculos — elementos utilizados para fornecer luz ao interior das casas — e outros elementos decorativos, cantarias, pias e piais.
Em 1890 nasce em Montelavar a Sociedade Filarmónica Boa União Montelavarense, instituição que marca o percurso social e cultural da freguesia até hoje.
A República teve um forte apoio e solidariedade da população da freguesia de Montelavar, a qual terá mesmo festejado a implantação da República em Portugal um dia antes, em 4 de Outubro de 1910.
A antiga albergaria e Hospital de Montelavar: a Albergaria de Montelavar funcionava já em 1348, tendo prestado uma assistência social continuada por vários séculos, o que é comprovado pelo «Tombo e medição das propriedades da Albergaria», efectuado, em 1680 pelo provedor da Comarca de Alenquer, à qual o concelho de Sintra pertencia na época. Daí para diante as referências documentais à Albergaria e Hospital de Montelavar cingem-se, na sua maior parte, a eleições para a Mesa da Confraria e corpos gerentes, como são exemplo actas de 19 de Março de 1798 e de 1 de Novembro de 1829.

Património cultural: No património de Montelavar destacam-se a Igreja Matriz de Montelavar (já existente em 1348, dedicada a Santa Maria e, por altura das obras da actual Igreja realizadas no primeiro quartel do século XVI, terá mudado a epifania para Nossa Senhora da Purificação, Tem uma fachada lateral com um curioso alpendre, ostenta um relógio de sol datado de 1813 e conserva um altar a Nossa Senhora da Piedade datado de 1789. A festa litúrgica celebra-se a 2 de Fevereiro — também chamada festa de Nossa Senhora das Candeias ou Nossa Senhora da Luz — e comemora a Purificação da Virgem Maria após o nascimento de Jesus Cristo); Cruzeiro de Montelavar (1714); Capela do Espírito Santo (a Confraria de Santa Maria, que administrava o Hospital e Albergaria de Montelavar, já realizava o «vodo de Santo Esprito», em 1348, mas a sua traça actual é setecentista e em frente da sua fachada existe um cruzeiro datado de 1774); Cruz da Moça (data de 1845, diz a tradição popular que ali terá sido assaltada, violada e morta uma moça nos tempos da Guerra Civil entre liberais e absolutistas); Fonte da Sigueteira (data de 1788 e está situada junto aos lapiás da Maceira); Pedra da Figueira (afloramento rochoso no cimo do qual nasceu uma ancestral figueira, situado no meio de um largo da típica aldeia de Maceira); Lapiás da Granja dos Serrões (é um dos campos de lapiás mais importantes do