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124 | II Série A - Número: 140S1 | 24 de Junho de 2009

A economia da União Europeia, e em particular da área do euro, abrandou, tendo o PIB registado um crescimento real de 1,4% em termos homólogos no conjunto dos três primeiros trimestres de 2008 (2,6% no conjunto do ano de 2007). Para esta evolução, é de destacar a desaceleração de todas as componentes, com maior intensidade no investimento e nas exportações.
A evolução do mercado de trabalho na área do euro evidenciou um agravamento, traduzido pela subida da taxa de desemprego de 7,2%, em Dezembro de 2007, para 7,8%, em Novembro de 2008.
A taxa de inflação média anual da área do euro aumentou para 3,3% em 2008 (2,1% em 2007), reflectindo a aceleração dos preços dos produtos energéticos e alimentares durante o primeiro semestre.
A fim de atenuar os efeitos do ritmo de abrandamento do crescimento económico mundial e europeu, os Bancos Centrais dos principais países têm vindo a diminuir as suas taxas directoras. Na área do euro, o Banco Central Europeu reduziu-a em 150 pontos base para se situar no final do ano de 2008 em 2,5% (4% no final de 2007).
As taxas de curto prazo da área do euro apresentaram ao longo do ano um movimento ascendente até meados de Outubro, invertendo esta tendência de um modo significativo a partir desta data, situando-se a Euribor a 3 meses em 4,6%, em média, em 2008, a qual representou uma subida de 36 pontos base face ao ano precedente.
Em Portugal, a actividade económica foi influenciada pelo enquadramento externo mais desfavorável, tendo sido registado, à semelhança do que sucedeu na generalidade das economias avançadas, uma forte desaceleração face a 2007. Apesar desta desaceleração, Portugal conseguiu progredir no processo de consolidação orçamental, tendo registado, em 2008, um défice das Administrações Públicas de 2,2% do PIB, menos 0,4 p.p. que em 2007, e 0,8 p.p. abaixo do limite máximo estabelecido no Pacto de Estabilidade e Crescimento.
Segundo a estimativa do INE, o PIB terá registado um crescimento real nulo em 2008 (que compara com uma variação homóloga real de 1,9% em 2007). Este comportamento reflecte a deterioração quer da procura externa líquida quer da procura interna. No que se refere à procura interna, este resultado traduz, sobretudo, o comportamento negativo do investimento, enquanto as outras componentes da despesa terão estabilizado face ao apresentado no ano precedente.
Depois de terem exibido, em 2007, um acentuado crescimento real (7,3%), as exportações, em linha com a deterioração com a procura externa, terão registado uma quebra em 2008, enquanto as importações, que também registaram uma tendência de desaceleração, apresentam-se positivas, conduzindo assim a uma redução do contributo da procura externa líquida face ao verificado em 2007.
No que diz respeito à situação do mercado de trabalho, os primeiros seis meses foram caracterizados por uma melhoria, consubstanciada numa redução da taxa de desemprego e num crescimento do emprego mais dinâmico.
Até Novembro de 2008, as colocações evidenciaram um comportamento mais dinâmico do que em 2007, não obstante o abrandamento verificado nas ofertas de emprego, influenciado pela deterioração da actividade económica nacional.
A inflação, medida pela variação média anual do Índice de Preços no Consumidor, situou-se em 2,6% em 2008, o que representa uma ligeira aceleração face ao valor de 2007 (2,5%). Esta evolução dos preços no consumidor reflectiu, essencialmente, a subida dos preços dos bens energéticos e dos bens alimentares que se verificou nos mercados internacionais ao longo dos primeiros nove meses do ano, tendo-se verificado, desde então, uma tendência descendente que se repercutiu, também, na evolução recente da inflação.

Crise económica e financeira

A crise financeira internacional que se acentuou a partir do Verão e que progressivamente foi afectando todos os sectores da economia acabou por marcar toda a actividade da UE e condicionar a actuação dos EM, sobretudo a partir de Outubro.
A crise constituiu, aliás, o principal contexto em que se desenvolveu o exercício da Presidência francesa da União, tendo dominado o discurso ao mais alto nível com o objectivo de encontrar uma resposta coordenada