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47 | II Série A - Número: 017 | 16 de Outubro de 2010

II. PERSPECTIVAS PARA 2011 II.1.1. Enquadramento Internacional para 2011 As perspectivas para 2011, segundo o FMI, apontam para um ligeiro abrandamento da economia mundial, embora continue a apresentar um forte crescimento, devendo o PIB aumentar 4,2% em termos reais, situando-se ligeiramente acima da taxa média registada entre 2000 e 2008 (4%). Estima-se que a generalidade das economias avançadas mantenha um ritmo de crescimento moderado e que demore algum tempo para que seja possível reabsorver o elevado número de desempregados, cuja taxa prevista indicia manter-se ainda muito alta (8,2% em 2011, que compara com 8,3% em 2010). A Ásia (com destaque para a China e Índia), a América Latina e a Comunidade de Estados Independentes (Rússia) deverão continuar a ser as regiões que mais vão contribuir para o crescimento económico mundial. No entanto, assiste-se actualmente a um aumento da incerteza relativamente à perspectiva da continuação da retoma económica mundial, com destaque para a existência de elevados riscos que apontam para um crescimento global menos acentuado. Esta situação pode provocar uma subida dos custos de financiamento, já de si muito fragilizado em diversos países, e conduzir a um agravamento das condições de financiamento dos empréstimos bancários destinados aos agentes económicos (através da subida das taxas de juro do crédito), provocando uma diminuição da confiança e perspectivas económicas dos empresários e dos consumidores, fazendo recuar o investimento e o consumo privado, comprometendo a velocidade da retoma económica. Deste modo, o cenário de uma deterioração da situação dos mercados financeiros internacionais poderá pesar acentuadamente no crescimento económico mundial, devido aos efeitos de contágio internacionais canalizados pelos mecanismos de transmissão financeiros e comerciais. Igualmente, as perspectivas de crescimento das economias avançadas, cuja previsão de crescimento do PIB é de 2,2% em 2011 (2,7% em 2010), correm o risco de se degradar se o impacto do reequilíbrio das contas públicas no agravamento da procura interna for demasiado rigoroso, a qual ainda permanece fraca.
Outros factores de risco existem actualmente, sendo os principais os seguintes: i. A ocorrência de nova deterioração do mercado imobiliário nos EUA com impacto em alguns bancos europeus; ii. As pressões do mercado para a implementação do Acordo feito pelo Comité de Supervisão Bancária de Basileia (em Setembro de 2010), que consiste na revisão das exigências de rácios bancários visando evitar a falência dos bancos, antes do prazo previsto. Esta situação pode dificultar a concessão de crédito à economia por parte do sector bancário; iii. O ritmo de recuperação económica do sector privado pode ser interrompido devido ao facto das necessidades de financiamento não poderem ser satisfeitas pelo sector bancário devido às amplas necessidades de financiamento do sector público. Assim, e de acordo com as previsões mais recentes prevê-se para 2011 uma desaceleração da procura externa relevante para Portugal e um aumento das taxas de juro de curto prazo. Antecipa-se, igualmente, (i) um ligeiro aumento do preço do petróleo, (ii) a depreciação do euro face ao dólar e o aumento da taxa