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II SÉRIE-A — NÚMERO 12

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do emprego público e da contenção do consumo intermédio, enquanto a evolução do respetivo deflator refletirá

sobretudo o impacto das medidas previstas de descongelamento das carreiras na administração pública.

O contributo da procura externa deverá ser nulo, com a desaceleração das importações a ser compensada

por uma desaceleração das exportações, que convergirão para o crescimento esperado da procura externa

relevante. Assim, a balança comercial deverá melhorar (de 0,9% do PIB em 2017 para 1% em 2018), enquanto

a capacidade de financiamento deverá melhorar 0,2 p.p. face a 2017.

A evolução do mercado de trabalho continuará a ser marcada por uma descida do desemprego e pelo

aumento do emprego, a um ritmo naturalmente inferior ao de 2017, à medida que o desemprego se aproxima

do nível de desemprego estrutural. Assim, espera-se um aumento do emprego de 0,9% enquanto a taxa de

desemprego descerá para 8,6%, ou seja uma evolução positiva da produtividade aparente do trabalho. Por outro

lado, os desenvolvimentos do emprego deverão continuar a refletir a reafectação de recursos em favor dos

sectores de bens transacionáveis e mais produtivos da economia.

A inflação medida pelo Índice de Preços no Consumidor (IPC) deverá fixar-se nos 1,4% em 2018, mais 0,2

p.p. do que em 2017, evolução que reflete o equilíbrio de pressões internas e externas. As pressões internas,

no sentido ascendente, estão relacionadas com os desenvolvimentos esperados para as remunerações

(descongelamento das carreiras na administração pública e aumento do salário mínimo), assim como com o

progressivo aumento do hiato do produto (definido como rácio da diferença entre o produto real e produto

potencial em relação ao produto potencial) que leva a um aumento das pressões inflacionistas na economia.

Por outro lado, as pressões externas pendem sobretudo no sentido contrário e encontram-se ligadas às

perspetivas de relativa estabilização dos preços das commodities nos mercados internacionais assim como à

esperada apreciação do euro.

No seu conjunto, perspetiva-se uma progressiva melhoria dos desequilíbrios macroeconómicos quer

internos, quer externos, da economia portuguesa.

3. QUALIFICAÇÃO DOS PORTUGUESES: MENOS INSUCESSO, MAIS CONHECIMENTO, MAIS E

MELHOR EMPREGO

Em quatro décadas, a aposta na educação e em formação, do pré-escolar ao ensino superior, permitiu

alcançar resultados muito positivos. O abandono escolar precoce, por exemplo, encontra-se agora mais próximo

dos níveis europeus. Em termos globais, subsiste contudo um elevado défice de qualificações da população

portuguesa, com 53% dos adultos, entre os 25 e os 64 anos, sem terem completado o ensino secundário e

quase metade da força de trabalho com poucas ou nenhumas competências digitais, situando-se a população

empregada com habilitações de nível superior em torno dos 26%.

Ao défice estrutural de qualificações, a crise económica e financeira veio acrescentar elevados níveis de

desemprego. As medidas tomadas pelo Governo, incluindo as de reposição de rendimentos e direitos já

apresentam resultados positivos, nomeadamente com a redução da taxa de desemprego (fixada em 8,8% no

final do segundo trimestre de 2017), com a inversão da tendência de crescimento do peso do desemprego de

longa duração (64% em 2015; 59% no segundo trimestre de 2017), a par da redução sustentada da taxa de

jovens da Estratégia Nacional de Sinalização de Jovens que não estudam, não trabalham (NEET), que atingiu

o valor mais baixo desde 2011 no 2.º semestre de 2017 (10,8%).

Apesar desta recuperação sustentável do mercado de trabalho, persistem ainda níveis significativos de

desemprego de longa duração e de desemprego jovem, que importa combater, designadamente através da

continuação do apoio a medidas de crescimento da economia, da adequação das competências dos

desempregados ao mercado de trabalho e da melhoria contínua das políticas ativas de emprego.

Neste quadro, identificam-se os principais desafios-chave a que é necessário responder: nos jovens,

prosseguir a promoção do sucesso escolar, combatendo desta forma o abandono precoce da educação e

formação e as baixas qualificações à saída do sistema que afetam as pessoas afastadas do mercado de trabalho

e dos percursos formativos. Nos adultos, contrariar a persistência do desemprego de longa e muito longa

duração e as baixas qualificações, o que exige um melhor ajustamento às necessidades do mercado de trabalho

e o relançamento da aposta em percursos formativos qualificantes, consubstanciado no Programa Qualifica.