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II SÉRIE-A — NÚMERO 127

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Contexto Económico

É o próprio relatório da Conta Geral do Estado a referir que, no ano 2016, a economia mundial assistiu a um

abrandamento do seu crescimento para 3%, depois de ter sido de 3,2% em 2015, mantendo-se a um ritmo mais

baixo do que o verificado antes da crise financeira de 2008, devido a uma desaceleração das economias mais

avançadas a nível mundial, como foi o caso dos Estados Unidos, já em menor grau da União Europeia (UE) e

do conjunto dos países da área do euro.

Salienta ainda o relatório do governo que a evolução da economia mundial se caraterizou por uma

desaceleração ao nível do comércio mundial de bens e serviços, com uma desaceleração para 2,2% do volume

transacionado em 2016, que registou o valor mais baixo desde o ano de 2009.

Esta circunstância ter-se-á devido ao abrandamento das trocas comerciais das economias avançadas, pois

foi possível assistir-se a uma recuperação do comércio externo dos países emergentes, com especial relevo

para os asiáticos.

No concernente à taxa de inflação, esta em 2016 aumentou 0,8% no conjunto das economias avançadas,

depois de ter apresentado um valor de 0,3% em 2015.

No que se refere aos países emergentes e em desenvolvimento também houve uma desaceleração da

inflação para 4,4%, pois a mesma tinha sido de 4,7% em 2015, continuando, no entanto, a verificarem-se taxas

muito elevadas em alguns países da américa latina.

Tal como foi salientado pelo governo a economia da zona euro abrandou, tendo o produto interno bruto (PIB)

registado um crescimento de 1,8% em 2016, depois de ter tido o valor de 2% em 2015, o que o mesmo considera

ter estado sobretudo associado a uma desaceleração significativa das exportações, de 6,5% em 2015 para 2,9%

em 2016, o que é atribuído à lentidão do crescimento fora da UE e à debilidade do comércio mundial.

Diferentemente a procura interna melhorou com significado em resultado de vários fatores de índole

conjuntural, tendo desde logo beneficiado de uma melhoria do mercado de trabalho, de taxas de juro mais baixas

no financiamento bancário e dos baixos níveis dos preços do petróleo.

O emprego reforçou o crescimento médio que já vinha registando desde 2015, que tinha sido de 1,1%, tendo

apresentado um aumento médio de 1,4% em 2016. Em consonância a taxa de desemprego desceu de forma

gradual, tendo-se fixado em 9,7% em dezembro de 2016, depois de ter sido de 10,4% em dezembro de 2015.

As taxas de juro de curto prazo na área do euro desceram ao longo de 2016, renovando níveis historicamente

baixos, com a Euribor a três meses a situar-se, em média, em -0,26% (valor nulo em 2015), enquanto nos EUA

as taxas de juro de curto prazo prosseguiram o movimento ascendente, tendo a Libor subido para 0,74% (0,32%,

em média, em 2015), refletindo o prosseguimento da normalização da política monetária em linha com a

expansão económica e a subida da Inflação.

Sustentado neste enquadramento económico internacional, o governo afirma que o valor do défice

orçamental das Administrações Públicas (AP) em 2016 se fixou em 2% do PIB, depois, que o saldo primário terá

registado um excedente orçamental de 2,2%, registando uma melhoria de 2 pp face a 2015.

Ainda por comparação com o exercício orçamental transato, o saldo das AP apresentou uma melhoria de 2,3

pp do PIB, em resultado do efeito conjugado de uma redução da despesa em (menos) -3,3 pp do PIB e da

receita (também menos) -0,9 pp do PIB.

Há no entanto que considerar as medidas temporárias e on-off, onde merece especial destaque o Programa

Especial de Redução de Endividamento ao Estado (PERES), que terão contribuído em 0,3 pp do PIB para a

redução do défice.

Em 2016 e ainda de acordo com a CGE, a economia portuguesa terá registado um crescimento de 1,4% em

termos reais, ainda assim menor em 0,2 pp do que o verificado em 2015. Para este resultado a procura interna

contribuiu com 1,5% e a procura externa com 0,1%.

O contributo da procura externa liquida foi, em 2016, menos negativo do que o registado um ano antes.

Afirma o Governo que o consumo privado registou, em 2016, um crescimento de 2,3%, menos 0,3 pp do que

em 2015, situação que terá resultado essencialmente da desaceleração do consumo de bens correntes e

serviços, enquanto o consumo de bens duradouros permaneceu robusto.

No que se refere ao consumo público, este apresentou um crescimento real de 0,5% em 2016, menos 0,1 pp

do que 2015, tendo o investimento sido a componente da procura interna que mais contribuiu para a