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18 DE JANEIRO DE 2021

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Economia à Educação, não esquecendo a Cultura, todos os setores estão a ser fortemente afetados.

Naturalmente, a Saúde é o setor central da pandemia, que está a ter impacto mais direto e onde os desafios são

mais complexos.

Uma das áreas mais afetadas é a atividade assistencial de cuidados de saúde. Com os sucessivos Estados

de Emergência, com o confinamento obrigatório de março e abril de 2020, com todas as restrições que têm

vindo a ser impostas, muitas consultas ficaram por realizar ora porque os utentes as desmarcaram por receio

de se deslocarem às unidades de saúde, ora por desmarcação por parte das próprias unidades de saúde em

consequência da suspensão da atividade assistencial programada não urgente.

Os doentes COVID passaram a ser a prioridade. No entanto, milhares de outros doentes – os não-COVID –

deixaram de ter acesso aos cuidados de saúde de que precisam, com todas as consequências nefastas que

isso acarreta.

O CDS-PP tem vindo reiteradamente a alertar para que é essencial garantir o acesso universal e equitativo

à saúde, reduzindo os tempos de espera e impedindo que se espere mais do que o TMRG estabelecido. Neste

sentido, temos vindo a propor medidas estratégicas para combater as listas de espera, para as reduzir e

promover a melhor resposta aos utentes e a eficiência global do sistema, ao mesmo tempo criando incentivos

no SNS para responder a tempo e horas.

Conforme temos vindo a afirmar, a situação pandémica em Portugal é muito grave, está descontrolada e o

Governo tem de tomar medidas urgentes e eficientes para dar resposta aos doentes COVID mas, também, aos

doentes não-COVID para que não fiquem, mais uma vez, para trás. Esquecidos e sem acesso aos cuidados de

saúde a que legal e constitucionalmente têm direito.

Em consequência do alarmante aumento de casos de COVID-19 a que temos vindo a assistir nos últimos

dias, foi aprovado mais um Estado de Emergência do qual resultará um novo confinamento obrigatório e um

novo recolhimento domiciliário.

Ora, o CDS-PP considera determinante que sejam tomadas medidas específicas no que diz respeito à Saúde

Mental.

Com o confinamento obrigatório, o recolhimento domiciliário, o distanciamento físico recomendado, o

afastamento da família e amigos para proteção da saúde de todos, com a imposição do teletrabalho para muitos,

a incerteza da manutenção dos empregos para tantos outros, com muitas empresas (nomeadamente as micro,

pequenas e médias empresas) a encerrar, com a incerteza permanente que se instalou em nossas casas se o

dinheiro vai chegar ao fim do mês, com o medo de contágios, a obrigatoriedade do uso de máscaras de proteção,

a desinfeção constante das mãos e dos espaços para minimizar a propagação do vírus, o impacto da pandemia

de COVID-19 faz-se sentir na Saúde Mental.

E afeta não só a população adulta em idade ativa, mas também crianças, adolescentes e idosos. Reflete-se,

ainda, nos doentes de COVID-19 já recuperados, nas pessoas que estiveram em quarentena e – não menos

importante – reflete-se, também, nos profissionais de saúde, em particular os que estão na linha da frente do

combate à pandemia.

O medo, o stress, a ansiedade e a angústia invadiram as nossas vidas e o aumento das perturbações mentais

é inevitável. Apesar de os dados relativos ao impacto da pandemia na Saúde Mental ainda não serem muitos,

nem consolidados e apesar de continuarem, naturalmente, em evolução pois o regresso ao «normal» ainda está

longe, já há alguns estudos que nos deixam pistas que não podem ser ignoradas:

• Segundo um estudo realizado pela Mind – Instituto de Psicologia Clínica e Forense em parceria com

Centro de Investigação em Psicologia da Universidade Autónoma de Lisboa e o Departamento de Educação e

Psicologia da Universidade de Aveiro, 49,2% dos portugueses sentiu, no início da pandemia, um impacto

psicológico «moderado a severo», apontando-se o stress, a ansiedade e a depressão como os principais

sintomas. Desempregados, mulheres, pessoas dos meios rurais, doentes crónicos e pessoas com menos

escolaridade terão sido as mais afetadas;

• De acordo com a Ordem dos Psicólogos Portugueses, no Relatório «Crise Socioeconómica, Pobreza e

Desigualdades Durante e Após a Pandemia», o aumento do stress, a depressão, a ansiedade, a diminuição do

bem-estar, o desemprego, a pobreza, a exclusão social afetam e agravam a Saúde Mental em contexto de

pandemia;