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6 DE ABRIL DE 2021

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d) Tem também de se ter em conta a capacidade de resistência da madeira ao avanço da podridão, característica variável de espécie para espécie. Por exemplo, nas espécies de boa compartimentação (plátano, carvalho, pinheiro, cipreste, por exemplo), cortes superiores a 10 cm podem ainda ser aceitáveis, enquanto nas mais suscetíveis à degradação do lenho por ação de fungos lenhívoros (castanheiro-da-Índia, choupo, freixo, bétula, salgueiro…), feridas de 5 centímetros podem já provocar danos irrecuperáveis.

e) Assim, não havendo medidas objetivas, persiste uma regra básica: – é largamente preferível realizar um maior número de cortes em ramos de pequeno diâmetro, o mais distantes possível dos eixos estruturais da árvore, do que um pequeno número de cortes em ramos de grande diâmetro da parte inferior da copa.

8.2.4 Na redução de um ramo deve conservar-se sempre um «puxa-seiva». a) Muitas vezes não é necessário cortar um ramo pela base, mas apenas encurtá-lo (ver «Atarraque sobre

ramos laterais», no ponto 8.1.2). b) A utilização desta técnica favorece o recobrimento e a compartimentação da ferida, reduz o aparecimento

de rebentos epicórmicos e impede a formação de um toco morto, pois o ramo lateral funciona como «puxa-seiva».

c) A presença de um ramo lateral com um diâmetro de cerca de metade – um terço, no mínimo – do ramo a encurtar, e a execução adequada do ângulo de corte, permite a nutrição do câmbio na área da ferida e o seu rápido recobrimento, evitando assim o aparecimento de extremidades podres, comuns nas reduções mal executadas.

8.2.5 Os cortes devem ser feitos de forma «limpa», sem dilacerações e com a casca bem aderente em volta da ferida.

8.2.6 As ferramentas de corte devem ser desinfetadas depois de cada trabalho, ou até mesmo depois de cada árvore, se se tratar de indivíduos com alto risco de contaminação.

8.3 Modelos de condução através da poda

8.3.1 Condução em Porte Natural Na perspetiva da árvore, o modelo de condução ideal é aquele que preserva a forma natural da espécie. O

porte «livre» – na verdade semilivre ou seminatural, porque as árvores no espaço urbano acabam quase sempre por ter de ser intervencionadas – para além de ser mais saudável para a árvore, é também aquele que permite o melhor usufruto das suas valências por parte dos cidadãos. Na ausência de constrangimentos no espaço envolvente ou escolhendo a espécie adequada aos existentes, a longo prazo é também o menos oneroso em termos de manutenção, a qual se processa em ciclos temporais mais alargados.

8.3.2 Condução em Porte Condicionado a) O objetivo é obter uma forma artificial, na maioria dos casos uma das três ordens de razões seguintes:

• razões estético-culturais, atendendo a um interesse arquitetural específico, nomeadamente pela antiga influência da escola francesa de jardinagem no nosso País ou pela transposição para as árvores ornamentais de sistemas agroflorestais ancestrais.

• como resposta a imposições do ambiente urbano, adaptando a árvore ao espaço disponível, dotando-a de uma estrutura que permita posteriores intervenções de poda com regularidade para condicionar o seu crescimento.

• para permitir a preservação de árvores biomecanicamente instáveis, diminuindo o peso suportado pelas suas estruturas fragilizadas e baixando o seu risco de rutura e a consequente ameaça que podem constituir para pessoas e bens.