O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

II SÉRIE-A — NÚMERO 6

18

nacionais e sobretudo reavivar a memória de que más políticas económico-financeiras, atiram o País

novamente para o cataclismo nacional e internacional, e mormente afetam todas as famílias portuguesas,

cujas carteiras continuam cada vez mais vazias.

Face à conjuntura atual, com a constante subida dos preços na generalidade dos bens e serviços

essenciais, as famílias portuguesas estão no limite das suas capacidades económico-financeiras, onde os

custos da habitação, da saúde, da educação e da alimentação, asfixiam completamente o orçamento familiar.

Num universo de mais de 4 milhões de agregados familiares, 77 % estão em risco de não conseguir

assumir a totalidade das despesas de principal relevo. De ressalvar que 8 % (cerca de 256 mil famílias)1 estão

em risco de já não conseguir assegurar as despesas essenciais, ou seja, enfrentam o espectro da pobreza

real.

Face a este panorama, a própria pandemia de COVID-19 e o conflito na Ucrânia em nada vieram ajudar no

panorama internacional, quer no mercado dos combustíveis, quer no mercado energético, quer no mercado

dos cereais e sobretudo nas cadeias alimentares, cujos produtos começaram a escassear e/ou a inflacionar,

fruto do aumento dos custos de contexto.

Diversos produtos e serviços viram os seus preços inflacionar de forma galopante, o que veio enaltecer as

fragilidades da economia de um país como o nosso, completamente dependente de outros mercados externos.

No que aos produtos energéticos diz respeito, a taxa de inflação oscilou entre os 7,3 % em 2021 e os

23,7 % em 2022, de acordo com os dados do INE2. No entanto, de acordo com os indicadores do site

comparamais.pt, houve famílias portuguesas a suportar mais de 25 %3.

A nível de produtos alimentares não transformados, os preços em 2021 tinham sido inflacionados na

percentagem de 0,6 %, no entanto em 2022 sofreram um aumento de 12,2 %.

No que concerne à taxa de inflação4 no seu todo, em 2021 a média foi de 1,3 %, de acordo com dados do

INE, no entanto, em dezembro do mesmo ano, já se começou a sentir a subida, passando para o valor de

2,7 %. Paralelamente, o salário médio real subiu apenas 2,2 %5, não chegando a equiparar o nível da inflação,

logo perdendo os portugueses o poder de compra necessário para fazer face às necessidades.

No ano de 20226, a taxa média de inflação rondou os 7,8 %, sendo o valor mais elevado desde 1992. Em

dezembro do mesmo ano, a taxa cifrou-se nos 9,6 %. Neste ano a atualização salarial a nível de remuneração

média rondou os 3,6 %, quebrando abruptamente o real poder de compra de todas as famílias. Em relevo,

pode-se observar o seguinte quadro ilustrativo da variação da remuneração bruta mensal média por

trabalhador em termos nominais e reais.

Atualmente, e a dados estatísticos públicos, em julho de 20237, a taxa de inflação rondava os 3,1 %, no

1 https://eco.sapo.pt/2023/03/15/tres-em-cada-quatro-familias-com-dificuldades-em-pagar-as-contas/ 2 https://www.ine.pt/xportal/xmain?xpid=INE&xpgid=ine_destaques&DESTAQUESdest_boui=577455859&DESTAQUESmodo=2 3 https://www.comparamais.pt/blog/aumento-preco-eletricidade-23-5anos 4 https://observador.pt/2022/01/12/inflacao-em-portugal-foi-de-13-em-2021-um-ano-em-que-os-precos-tiveram-um-forte-movimento-ascendente-diz-o-ine/?cache_bust=1695375894296 5 https://eco.sapo.pt/2023/02/09/salario-medio-atingiu-1-411-euros-em-2022-encolheu-4-em-termos-reais/ 6 https://eco.sapo.pt/2023/01/11/ine-confirma-inflacao-media-anual-de-78-em-2022-um-maximo-de-30-anos/ 7 https://eco.sapo.pt/2023/07/31/inflacao-em-portugal-desacelera-para-31-em-julho-e-o-nono-mes-consecutivo-de-descida/