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5 DE MARÇO DE 2025

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limite de Adaúfe e Gualtar – e vários achados dessa época, aquando da construção do novo hospital de Braga.

Os romanos também habitaram esta terra na antiguidade, como o comprovam alguns vestígios interessantes.

«Na entrada principal da igreja velha, na reentrância do lado direito, está depositada uma ara romana, que foi

achada no exterior da igreja, junto à calçada romana da Pia.» Este achado mostra que, provavelmente, existiu

neste local um pequeno templo romano. Ainda, no local onde está implementada a Universidade do Minho,

foram identificados – durante a sua construção – fragmentos de tijolo e tégula dispersos por toda a área

(encontrados, também, em vários outras zonas da freguesia) e um aqueduto de uma estrutura hidráulica de

época romana, datável dos séculos I a IV. Há ainda referências da existência de uma ponte de arco de volta

inteira sobre o rio Este. A Via Romana – XVII que ligava Braga (Bracara) – Chaves (Aquae Flaviae) e Astorga

(Astúrica Augusta), CCXLVII milhas – 364 km, é outra prova da passagem e convívio dos romanos em Gualtar.

No Museu D. Diogo de Sousa encontra-se um miliário de Heliogábalo com o n.º 1992 – 0671 na sua inscrição.

Podem, também, ser vistas algumas vias secundárias (cangostas), provenientes da era romana, que passaram

pela suevo-visigótica e prolongaram-se pela Idade Média e Moderna até à atualidade. Neste caso, o melhor

exemplar é a já citada Calçada Romana da Pia. As outras que ainda existem mantêm uma admirável

configuração medieval.

Idade Média:

A tradição monástica da arquidiocese de Braga vem do primeiro quartel do século V. «Com efeito, o monge

Baquiário (autor de De Fide, por volta do ano 450) foi o primeiro a mencionar a existência de um mosteiro na

Península Ibérica, que Lambert situou na diocese de Braga.»

No cartulário bracarense Liber Fidei, compilação de documentos dos séculos XI a XIII, são citados vários

mosteiros em Braga, um dos quais é o de Gualtar, dedicado a S. Martinho, com o orago S. Miguel. A obra

D. Pedro Bispo de Braga, de Avelino de Jesus da Costa, refere que, no século X, o mosteiro e a vila de Gualtar

já existiam, assim como as herdades que eram pertença do abade Ildevredo. Estudos indicam que o mosteiro

se situava no local onde está a antiga igreja, dados os achados de elementos construtivos de épocas anteriores

à edificação (século XI) da igreja românica, encontrados em trabalhos arqueológicos, efetuados no interior da

capela-mor, que, são, provavelmente, do antigo mosteiro. Os mosteiros que não tinham património próprio

acabaram por se extinguir passando os seus oratórios, em alguns casos, a serem as futuras igrejas paroquiais.

Foi o que aconteceu com o antigo mosteiro de Gualtar: o mosteiro e o património passaram, por doação, para a

posse da condessa D. Ilduara.

Idade Moderna:

No fim do século XV, escreve-se que eram cobradas XXX libras à Igreja de S. Miguel de Gualtar (livro censual

de D. Diogo de Sousa). No início do século XVI, a mando do arcediago do Couto de Braga, D. Diogo Gomes de

Abreu, lavrou-se o Tombo da Igreja de S. Miguel de Gualtar. No século XVII era vigararia anexa ao arcediago

da Sé de Braga, tendo nessa data cerca de 100 vizinhos. A Igreja Velha de S. Miguel de Gualtar era um edifício

com frontispício virado a poente, com nave de duas águas e torre sineira e, na soleira da porta de acesso ao

coro, possuía uma inscrição com a data de 1685. No fim do século XVII, julga-se que a primitiva igreja românica

tenha sido modificada. Em meados do século XVIII, o altar-mor foi embelezado com talha dourada; também

nessa data, a imagem de S. Miguel foi substituída.

A fachada principal é típica do século XVIII, data em que a igreja sofreu uma grande modificação

arquitetónica, alterando, principalmente, o seu frontispício com arte da era moderna, continuando a parte norte

até à atualidade com a sua bela e histórica arte românica. Na parede exterior do altar-mor e no interior da nave,

no arco cruzeiro e portas laterais, são visíveis as modificações arquitetónicas introduzidas nas reconstruções

dos séculos XVIII a XIX, onde o seu interior foi embelezado e enriquecido com arte sacra bracarense da época.

Ainda no património da era moderna, é importante fazer referência às várias casas, capelas, cruzeiros e

alminhas existentes. De entre elas, o destaque para a Casa da Pia (casa típica dos séculos XVII e XVIII), a Casa

da Quinta do Pomar (séculos XVIII e XIX) e a Capela de Nossa Senhora do Desterro, localizada nesta última

quinta. Incontornável é, ainda, o complexo de Sete Fontes (monumento nacional), situado nas freguesias de

Gualtar e S. Victor, uma obra de engenharia hidráulica única, datada do princípio do século XVIII, com importante