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II SÉRIE-A — NÚMERO 199

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2. Apontamentos históricos

2.1. Origem do termo Póvoa de Lanhoso

A origem do topónimo Lanhoso, que se supõe de origem ibérica, relaciona-se diretamente com as

características geológicas, marcadas pela abundância de grandes lajes graníticas, muito particularmente aquela

onde assenta a construção do Castelo de Lanhoso (empiricamente classificado como o maior monólito granítico

peninsular). A evolução do topónimo passaria por variantes como Laginoso, Lainoso, Lanyoso até ao atual

Lanhoso.

No tocante à origem da Póvoa que antecede Lanhoso na atual designação, se inicialmente se supunha ter a

sua origem no desenvolvimento medieval de uma povoação, destinada a promover o seu repovoamento,

atendendo ao importante baluarte que constituía o próprio Castelo de Lanhoso, fica claro quando D. Dinis na

Carta de Foral expressa objetivamente, no texto da Carta de Foral que institui este concelho, a concessão à sua

Póvoa de Lanhoso: «Dou et concedo vobis, populatoribus de mea popula de Lanyoso».

2.2. A criação da freguesia

O ribeiro do Pontido era o limite físico e administrativo entre a freguesia de Fontarcada e Lanhoso. Nas

margens desta linha de água, situavam-se algumas das casas mais importantes e influentes do território,

pertencentes à aristocracia local, os serviços municipais, outras repartições públicas e a cadeira.

No início do Século XX, já com um desenvolvimento urbanístico muito relevante, da responsabilidade de

alguns «brasileiros de torna viagem», com a criação de novas infraestruturas públicas e privadas, um grupo de

pessoas decidiram iniciar um processo de criação de uma nova freguesia, congregando os lugares de

Fontarcada e Lanhoso mais próximos desta linha de água. Este trajeto resulta, em termos religiosos, na criação

da Paróquia de Nossa Senhora do Amparo, a 17 de março de 1925, por provisão do arcebispo de Braga, D.

Manuel Vieira de Matos. Volvidos 5 anos, depois de muito esforço, é que se concretizou a promulgação da

freguesia da Póvoa de Lanhoso (Nossa Senhora do Amparo) pelo Presidente da República, António Óscar de

Fragoso Carmona, a 23 de julho de 1930.

Depois desta agregação, esta nova freguesia ficou composta por 402 fogos e por 1364 habitantes. Desde

então, tem vindo a aumentar significativamente e a malha urbana não para de aumentar.

3. Património arquitetónico e cultural

3.1. Património

a) Castelo de Lanhoso

No alto do maior afloramento granítico português, na condição de sentinela e gozando de um estatuto protetor

de um território ímpar e estratégico, o Castelo de Lanhoso tinha nas sumptuosas e robustas linhas defensivas o

apoio necessário para travar inúmeras ofensivas militares tornando-o num dos baluartes medievais mais bem

preparado para defender os interesses portucalenses, impondo-se como um verdadeiro pilar da nacionalidade.

Foi neste monumento que, em meados de 1120, a condessa D. Teresa, mãe de D. Afonso Henriques,

primeiro Rei de Portugal, procurou refúgio quando estava a ser perseguida pela ofensiva militar de D. Urraca,

sua meia-irmã, e por aqui ficou cercada durante algum tempo. Depois da pesada derrota militar na histórica

batalha de São Mamede, ocorrida a 24 de junho de 1128, em Guimarães, e principalmente na quebra das

relações com o filho herdeiro, D. Teresa, já sem forças para derramar mais lágrimas e com a sensação da alma

trespassada por uma espada sedenta de poder, vê-se obrigada a abandonar definitivamente o Condado

Portucalense e passa pelo Castelo de Lanhoso antes de partir para o exílio na Galiza, onde acaba por falecer a

1 de novembro de 1130.

No entanto, este reduto medieval não foi palco apenas de episódios bélicos. As ásperas e frias pedras foram

testemunhas de um episódio de amor trágico que aconteceu em finais do Século XIII entre D. Rodrigo Gonçalves

Pereira, então alcaide do Castelo de Lanhoso, e Inês Sanches, sua esbelta e encantadora esposa. Sentindo-se