O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

13 DE MARÇO DE 2025

49

A igreja começaria a ser edificada em 1874, a partir de 1925 passa a ser a igreja sede da nova paróquia da

Senhora do Amparo, nesse ano fundada.

3.4. Património imaterial

a) Arte da Filigrana da Póvoa de Lanhoso

A Arte da Filigrana da Póvoa de Lanhoso, com bases sólidas e inequívocas na decoração dos três torques

encontrados no Castro de Lanhoso, importante povoado da Idade do Ferro, evidencia um longo e aprimorado

percurso refletindo-se na criação de exuberantes joias de arte sacra ou nos identitários e distintivos corações de

filigrana, sendo motivo de orgulho para o concelho povoense, um dos últimos bastiões nacionais desta arte

ancestral.

A filigrana é uma técnica de ourivesaria que assenta no trabalho artesanal, utilizando fios finíssimos, de ouro

ou prata, entrançados e aplicados numa armação desenhada e concebida pelo mesmo mestre filigraneiro. Com

base nesta técnica, que subsiste desde o I Milénio a.C., a ourivesaria povoense deu-se a conhecer ao mundo e

foi-se reinventando, ao longo dos séculos, ao ponto de saírem verdadeiras obras de arte das oficinas tradicionais

que polvilham, principalmente, as freguesias de Travassos e Sobradelo da Goma e constituem-se como

verdadeiros museus de sítio.

A importância deste trabalho artesanal passou a ser reconhecida pela Certificação da Filigrana (2018), e

mais recentemente (2023) a Arte da Filigrana da Póvoa de Lanhoso foi inscrita no Inventário Nacional do

Património Cultural Imaterial (Diário do Governo, Anúncio n.º 97/2023, 8 de maio de 2023, pág. 49) pela sua

relevância no desenvolvimento cultural e económico do território.

b) Festas de São José

As festas do Concelho da Póvoa de Lanhoso, e Feira-franca de São José, são as primeiras das grandes

Romarias do Minho. Com uma tradição secular, a primeira feira foi instituída em 1895, algumas das principais

referências da tradição mantêm ainda bem presente esse espírito. Tem uma dinâmica fundamentalmente

económica, que se manteve o principal motor impulsionador e propulsor durante décadas, onde os comerciantes

assumiam a sua fundamental quota parte de responsabilidade na organização e promoção das diversas

iniciativas, no âmbito destas festividades, em que os principais momentos eram, naturalmente, além do concurso

pecuário e da feira-franca, as corridas de cavalos.

A história das feiras na Póvoa de Lanhoso encontra referências bem anteriores à feira de São José. Desde

logo na Carta de Foral de D. Dinis (1292, 25 de setembro), ou a primeira referência à Carta de Feira datada do

Século XV. As primeiras feiras existentes na Póvoa de Lanhoso, mercê da sua ruralidade característica,

escolhiam de uma forma quase indistinta o período das colheitas sazonais do final do verão (o «S. Miguel de

setembro»), existindo diversas referências a feiras semanais ou mensais ao longo do Século XIX.

c) Centro Interpretativo da Maria da Fonte

O Centro Interpretativo Maria da Fonte (CIMF) propõe-se a contribuir para a desmistificação desta figura

nacional e para o esclarecimento da génese dos eventos que resultaram nos tumultos ocorridos no ano de 1846,

primeiro no Minho e depois por todo o País. É um espaço que há muito este símbolo nacional e a importância

deste marco histórico reivindicavam para si.

O CIMF constitui-se, ainda, como um espaço aberto de exploração artística, potenciando parcerias com

importantes instituições de conhecimento e saber, ensino e formação, bem como de outras formas de

manifestação artísticas, considerando a multitude de obras literárias, plásticas e musicais que a figura e a

coragem desta mulher inspiraram.

d) Sala de Interpretação da Filigrana

A Sala de Interpretação da Filigrana (SIF), integrada no edifício da Casa da Botica, é um recurso patrimonial

voltado para a valorização e perpetuação desta forma tão valiosa e peculiar de trabalhar o ouro, como só os

artífices da Póvoa de Lanhoso, mais concretamente das freguesias de Travassos e Sobradelo da Goma, o