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estávamos, de alguma forma, a incumprir o que estava previsto no estatuto editorial.”

Ao longo dos meses que antecederam a suspensão do Jornal Nacional de Sexta, a administração da Media Capital teve conversações com o Director-Geral da TVI, José Eduardo Moniz, sobre a informação do canal. A situação de desconforto da Prisa/Media Capital relativamente ao Jornal Nacional, em particular, era evidente:

P: “Quando é que começou esta diferença de opiniões, no tempo, sobre o Jornal de sexta?

Bernardo Bairrão, CPI: Quanto a isso, não sou o interlocutor válido, porque estive dois anos e meio fora da gestão corrente da TVI; tinha regressado em Março e era um tema j|…”

P: Já em Março era um tema candente, digamos assim?

Bernardo Bairrão: Era um tema que se discutia já nessa altura.

José Eduardo Moniz, CPI:

“Em 2009, em v|rios ocasiões, j| sendo ele [Bernardo Bairrão] CEO da empresa, ele foi muitas vezes ao meu gabinete agarrado aos cabelos dizer: «Eu já não consigo aguentar as pressões que sobre mim incidem no Conselho de Administração, tenho o Manuel Polanco e o Juan Luis Cebrián a pressionarem-me tremendamente. Nós temos de encontrar uma solução para a informação». Ao que respondi: «Bernardo, é simples: nós temos um contrato, assina-se1 o contrato e eu vou-me embora, ponto. Vou à minha vida» E ele dizia-me sempre que não era assim, que não podia ser assim, «porque você faz falta à empresa». Passámos a vida nisto.

José Eduardo Moniz, CPI:

“Tive várias vezes chamadas à administração, o Dr. Manuel Polanco manifestou-me a sua discordância em relação a várias notícias que foram dadas, dentro e fora do Jornal…”

“P: Mas em relação ao conteúdo das notícias ou à forma como elas eram…?

José Eduardo Moniz: Em relação ao conteúdo e em relação à forma. E, normalmente, essas situações relacionavam-se sempre com matérias ligadas ao Governo ou com notícias abrangendo acontecimentos em que participavam ou figuras governamentais ou em que o Governo não era2 chamado a intervir.”

1 Onde se lê “assina-se”, deveria constar “rescinde-se”. 2 Onde se lê “não era” faz sentido que se deva ler “era”

II SÉRIE-B — NÚMERO 163______________________________________________________________________________________________________________

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