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sabemos. No fim, conseguimos ver que houve um saldo da CREEFA, de cerca de 3 milhões de

escudos, que foi depositado nas contas do Tesouro, mas isto já foi em 1983 e, portanto, não

sabemos muito bem a sequência dos movimentos, enfim…».

Os inspetores do IGF pronunciaram-se ainda sobre a CREEFA e as suas contas, designadamente a

origem das suas receitas e o destino das suas despesas. Importa, assim, transcrever em detalhe as

palavras de Maria da Conceição Ferreira Rodrigues, inspetora da IGF, sobre a matéria. Nelas, é

afirmado que as contas da CREEFA eram confusas, que havia erros de terminologia e que a origem das

receitas se situava em duas fontes: saque sobre a Fazenda Nacional e anulação de processos de

armamento aprovados antes do 25 de abril de 1974. Paralelamente, foram também documentadas

despesas, designadamente despesas com a Explosivos da Trafaria e Oficinas Gerais de Fardamento e

Equipamento:

«As contas da CREEFA eram uma situação muito confusa. Nós juntámos ao nosso relatório

alguns anos, para se perceber. Assim, olhando, não se percebe nada, mas, depois de analisado,

chega-se a alguma conclusão. Nós também juntámos os mapas com os resumos das contas da

CREEFA.

No nosso relatório, apresentamos um exemplo para um período, que é o período de 1980… Em

relação à CREEFA, para já, damos a ideia de movimento, que é cerca de 8 milhões de contos,

desde 1974 a 1984. Damos a ideia destes movimentos, na página 31, e, depois, também

apresentamos um mapa para termos a ideia do valor que foi gasto em cada um dos anos.

Em relação às contas da CREEFA, que era, concretamente, o que estava a perguntar-me, de

onde vinha o dinheiro e para onde ia, temos aqui, na folha 60, um mapa um tanto esquisito

mas que, analisado, chega a alguma conclusão. Portanto, se olharmos, temos logo, na

primeira linha… Temos sempre aqui a designação de «Fundos», porque concluímos que isto

era um outro fundo CREEFA e que era alimentado de alguma maneira. E como? Por exemplo,

se olharmos, neste período, podemos ver que há aqui uma forma de alimento, que é «Avisos

de pagamento que referem números de autorizações de pagamento. São saques do

CA/EMGFA sobre a Direção-Geral da Contabilidade Pública». Ou seja, o CA/EMGFA sacava

valores sobre a Contabilidade Pública e, neste período, o valor era de 21 milhões de escudos!

Portanto, isto seria uma forma de alimentar o fundo (parece-me), porque, depois, se

confrontarmos isto com o material de guerra, que está à frente, no quadro seguinte, e vemos

como é que era autorizado, com o funcionamento da CREEFA, chegamos também a essas

conclusões.

Neste período, já temos aqui uma forma de alimentar o Fundo (Fundo 05-02), que é a dos

saques sobre o Tesouro.

Depois, temos aqui uma outra forma de alimentação, que é a segunda: «Receita do Fundo

Devedores/Credores». E o que era isto? Isto era dinheiro resultante de processos de

armamento que estavam aprovados, e que vinham aprovados de antes do 25 de Abril de 1974,

e que, a certa altura, eram anulados e o dinheiro era descativado. Este dinheiro voltava a

alimentar o Fundo. Por exemplo, neste mês, temos aqui: «Entrega no CA/EMGFA, pela

FNMAL,…», é a Fábrica Nacional de Munições e Armas Ligeiras, salvo erro, «… resultante da

devolução de um valor correspondente a (…)» um qualquer material de guerra.

II SÉRIE-B — NÚMERO 56______________________________________________________________________________________________________________

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