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II SÉRIE-B — NÚMERO 46

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De acordo com o INE, «a procura interna foi particularmente afetada» em 2020, registando uma redução de

4,7% em termos reais (após ter aumentado 2,8% no ano anterior), passando de um contributo para a variação

anual do PIB de +2,8 pontos percentuais em 2019 para -4,6 pontos percentuais em 2020».

De acordo com dados preliminares do INE, «os estabelecimentos de alojamento turístico registaram 10,5

milhões de hóspedes e 26,0 milhões de dormidas, -61,3% e -63,0%, respetivamente», face a 2019, ano em que

tinham registado subidas respetivas de 7,9% e 4,6%.

As dormidas de residentes corresponderam a 13,6 milhões, o número mais baixo desde 2013, e 12,3 milhões

de não residentes, o valor mais baixo desde 1984.

Em abril de 2020, segundo o INE, registou-se uma «expressão praticamente nula» da atividade turística, com

variações homólogas de -97,4% e -97,0% em termos do número de hóspedes e dormidas.

Registo similar ocorreu em maio, mês em que foram albergados 149,8 mil hóspedes e registadas 307 mil

dormidas, variações de -94,2% e -95,3% face ao mesmo mês de 2019.

A taxa de desemprego subiu de 6,5% em 2019 para 6,8% em 2020, de acordo com os números divulgados

pelo INE.

A taxa de subutilização do trabalho para o conjunto do ano de 2020 – indicador que agrega a população

desempregada, o subemprego de trabalhadores a tempo parcial, os inativos à procura de emprego, mas não

disponíveis e os inativos disponíveis, mas que não procuram emprego – foi estimada em 13,9%, ou seja, 1,2

pontos percentuais acima da do ano anterior.

A população empregada, por sua vez, foi estimada em 4814,1 mil pessoas, o que representa a redução de

99 mil empregos em relação ao ano anterior.

Já a população desempregada, 350,9 mil pessoas, aumentou 3,4% (11,4 mil) em relação àquele período.

A taxa de desemprego de jovens (15 a 24 anos) no conjunto do ano situou-se em 22,6%, 4,3 pontos

percentuais acima do estimado para o ano anterior.

O índice de volume de negócios no comércio a retalho, publicado pelo INE, diminuiu 4,3% no conjunto do

ano de 2020, o que compara com o crescimento de 4,3% verificado em 2019.

Em termos mensais, a maior quebra verificou-se em abril de 2020, com uma descida de 21,6%, seguindo-se

maio (-13,1%) e janeiro de 2021 (-10,9%).

Em dezembro de 2020, existiam em Portugal 98 899 famílias e 211 540 beneficiários com processamento de

rendimento social de inserção (RSI), de acordo com os números do Gabinete de Estratégia e Planeamento do

Ministério do Trabalho, Solidariedade e Segurança Social. No mesmo mês de 2019, havia 94 627 famílias e 203

273 beneficiários com processamento de RSI.

Em dezembro do ano passado, 68 411 dos beneficiários tinham menos de 18 anos, número que diminuiu

para 65 792 no mesmo mês de 2020.

A par das empresas e das famílias, a saúde foi, obviamente, das áreas mais afetadas.

A pandemia mostrou uma planificação insuficiente na saúde e organização antiquada (dados do Relatório de

primavera 2022 do Observatório Português dos Sistemas de Saúde – OPSS)5, não houve distribuição eficiente,

equitativa e inteligente dos recursos humanos pelo espaço geográfico.

Em 2020 ficaram por fazer milhares de cirurgias, consultas e exames de diagnóstico complementar, um défice

de 25 milhões de exames. Houve um impacto muito grande no rastreio de doenças oncológicas, que se manteve

em 2021. Houve um impacto muito grande nos novos diagnósticos. Quando em 2021 o Ministério da Saúde

anunciou que já tínhamos recuperado os números, não tínhamos recuperado os números, o que estava a

acontecer era termos números semelhantes a 2019, uma atividade habitual em número de cirurgias e consultas,

mas foram milhares as cirurgias, consultas e exames que não se fizeram em 2020.

Da mortalidade em excesso nem toda pode ser explicada pelas mortes por COVID-19. Parte dessas mortes

podem ser na verdade mortes por COVID-19 em pessoas não diagnosticadas com SARS-CoV-2.

Outra explicação para o excesso de mortalidade está na alteração da intensidade e qualidade do acesso a

cuidados de saúde. As alterações a que os sistemas de saúde foram sujeitos durante a pandemia levaram a

quebras da quantidade e possivelmente da qualidade dos serviços de saúde prestados.

Durante o ano de 2020, foram identificados pela DGS seis picos de mortalidade, no entanto, apenas dois

deles estão identificados com a COVID-19.

5 Relatório de primavera 2022 – OPSS (opssaude.pt).