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II SÉRIE-B — NÚMERO 34

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Organização das Nações Unidas, é considerado persona non grata e se encontra impedido de entrar em

Israel.

Israel tem sido um Estado agressor, que há décadas ocupa territórios palestinianos, que há cerca de um

ano bombardeia e assassina diariamente a população da Faixa de Gaza, que assassina jornalistas,

trabalhadores humanitários e civis e que agora alastra a sua ofensiva militar ao Líbano, onde já matou

centenas de civis e obrigou à deslocação de um milhão de pessoas.

Perante o terror provocado por Israel, António Guterres tem mantido uma posição de coragem. Apela ao

cessar-fogo, exige o fim das atrocidades, denuncia o massacre da população civil, condena o assassinato de

trabalhadores da ONU e de edifícios sob sua gestão, pugna pelo respeito do direito internacional. A Agência

das Nações Unidas de Assistência aos Refugiados da Palestina também tem sido uma voz corajosa na

denúncia dos crimes contra a humanidade e do genocídio em curso em Gaza, assim como a Organização

Mundial de Saúde que desde o primeiro momento condenou o ataque a instalações de saúde, assim como a

privação de ajuda humanitária, cuidados de saúde e medicamentos imposta por Israel.

Esta posição pela paz é o que leva Israel a declarar o Secretário-Geral da ONU persona non grata. Israel,

que pretende total impunidade para os seus crimes contra a humanidade, quer condicionar a atuação da ONU

e do seu Secretário-Geral, algo que é intolerável e inaceitável.

Assim, a Assembleia da República, reunida em sessão plenária, condena a posição de Israel de declarar o

Secretário-Geral da ONU, António Guterres, persona non grata, tentando dessa forma condicionar as posições

da ONU e agir em total impunidade.

Assembleia da República, 2 de outubro de 2024.

Os Deputados do BE: Fabian Figueiredo — Marisa Matias — Joana Mortágua — José Moura Soeiro —

Mariana Mortágua.

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PROJETO DE VOTO N.º 360/XVI/1.ª

DE PESAR PELO FALECIMENTO DE ROGÉRIO DE CARVALHO

Rogério de Carvalho faleceu no passado dia 21 de setembro.

Nascido em 1936 em Gabela, Angola, iniciou a sua carreira como aluno do Conservatório Nacional de

Lisboa.

Estreou-se no Teatro Nacional D. Maria II, em 1967, dedicou quase 60 anos da sua vida ao teatro,

encenando dezenas de textos de autores muito diversos, desde autores clássicos até autores

contemporâneos. Trabalhou com e em vários teatros e companhias, onde destacamos o Teatro da Palavra e a

Companhia de Teatro de Almada.

Entre as suas obras mais emblemáticas, destaca-se a encenação da peça Os Negros, de Jean Genet,

apresentada no Teatro Nacional S. João em 2006, revolucionando o palco ao trazer uma reflexão poderosa

sobre as questões raciais e sociais. Revisitou com frequência o autor contemporâneo Howard Barker.

«Baker…», disse Rogério de Carvalho em entrevista, quando em 2015 estreou o seu texto As Possibilidades,

«… é um autor de uma atualidade muito grande […]. Muito rapidamente transpomos o que é representado

para as muitas situações de violência que atingem o mundo, como os conflitos no Médio Oriente ou a morte

dos migrantes africanos no mar».

Rogério de Carvalho teve um papel profundamente marcante para gerações de atores e atrizes, que

formou e acompanhou enquanto professor da Escola Superior de Teatro e Cinema.

Rogério de Carvalho foi distinguido com vários prémios ao longo da sua carreira, com destaque para o