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1 DE FEVEREIRO DE 2025

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Sete anos volvidos, mudou-se para a televisão. Numa altura em que apenas existiam três canais, Nuno Roby

Amorim transportou consigo, para a reportagem televisiva, a irreverência da rádio, o instinto do relato de rua, a

velocidade única e vertiginosa com que expunha ideias e raciocínios, ajudando, desta forma, a levar aos ecrãs

uma nova modernidade. Com um faro inato para a notícia, era quase sempre o primeiro a chegar aos locais de

reportagem.

Trabalhou nas três estações portuguesas, RTP, TVI e SIC, mas também na Euronews e no Independent

Television News (ITN). Especializou-se em política nacional e cobriu todas as grandes campanhas eleitorais.

Radicado em Bruxelas, como correspondente da TVI, foi enviado especial a dezenas de países, do Paquistão à

Venezuela, de Israel a Angola, dos EUA ao Brasil, do Egipto à Colômbia.

Foi o primeiro português a entrar no Afeganistão após a invasão americana, em 2003, e esteve presente em

todos os Estados-Membros da União Europeia, sempre com o seu estilo inconfundível, rigor irrepreensível e

inconformismo irrenunciável.

A sua prática e empenho num jornalismo livre e independente tem, ainda hoje, repercussões nas redações

por onde passou, mas, num sentido mais amplo, também no reconhecimento e admiração de colegas de

profissão que ao longo dos últimos dias lhe prestaram tributo e evocaram alguns dos seus vastos trabalhos. A

carreira de Nuno Roby Amorim ilustra na perfeição o papel vital que o jornalismo deve ter em qualquer sociedade

democrática.

Em 2010, deixou o jornalismo, especializando-se em comunicação e assessoria de imprensa. Esteve na

Embaixada do Reino de Marrocos em Lisboa e fez assessoria política no âmbito municipal, na autarquia de

Lisboa. Era consultor de comunicação e assessor de imprensa da Iniciativa Liberal desde 2022, mas a sua

contribuição para o projeto liberal começou muito antes da formação do partido.

Amante e praticante de remo, era no Tejo que começava grande parte dos dias, muitas vezes a acompanhar

os primeiros raios de sol.

Viveu a vida com intensidade. Impaciente e intuitivo, possuía um refinado sentido de humor e, fruto das suas

viagens e da leitura compulsiva, uma vasta cultura, que nunca deixou de transmitir sempre que o momento o

propiciava, para satisfação dos que o ouviam.

Nuno Roby Amorim foi sempre um grande amante da liberdade. Foi e será sempre um espírito livre.

Por onde passou deixou a sua inconfundível marca de atitude inquieta, convicta, culta e apaixonada face à

vida e aos seus inúmeros prazeres. Ficará para sempre nas nossas memórias.

Assim, reunida em Plenário, a Assembleia da República expressa o seu profundo pesar pelo falecimento de

Nuno Roby Amorim, destacando o seu relevante contributo para o universo do jornalismo e da comunicação, e

endereça à sua família, em especial às suas filhas, Maria e Benedita, e aos seus amigos as mais sentidas

condolências.

Palácio de São Bento, 27 de janeiro de 2025.

(Substituição do texto inicial a pedido do autor)

Faleceu a 26 de janeiro, aos 62 anos, Nuno Gonçalo Domingos de Faria Roby Amorim. Nascido em Lisboa,

estudou arqueologia, mas foi o jornalismo marcou a sua vida.

Fez o primeiro curso de formação da TSF, integrando a redação. A 25 de agosto de 1988 foi o primeiro

jornalista a informar sobre o incêndio no Chiado, em Lisboa, marcando a história do País e da estação.

Sete anos depois mudou-se para a televisão. Com um faro inato para a notícia, levou consigo a irreverência

da rádio e o instinto do relato de rua. Trabalhou na RTP, TVI e SIC, Euronews e ITN. Especializou-se em política

e cobriu todas as grandes campanhas eleitorais. Correspondente da TVI em Bruxelas, foi enviado especial a

dezenas de países e o primeiro português a entrar no Afeganistão após a invasão americana, em 2003, sempre

com o seu estilo, rigor e inconformismo inconfundíveis.

A sua prática e empenho num jornalismo livre e independente deixou repercussões por onde passou, com

reconhecimento e admiração de colegas de profissão. A sua carreira ilustra na perfeição a função vital que o