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9 DE AGOSTO DE 1989

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da USAF estacionado em Espanha foram alvos de atentados bombistas, fazendo suspeitar de ligações a Kad-hafy. As armas Beretta automáticas que foram utilizadas em 11 de Julho de 1988 pelos operacionais de Abu Nidal ao ataque contra o navio de cruzeiro grego City of Poros haviam sido vendidas pela Itália à Líbia em 1976; armas desse mesmo carregamento têm sido utilizadas pelo IRA Provisório, pelos terroristas arménios e pelos guerrilheiros em El Salvador. Um dos homens envolvidos no ataque encontrava-se munido de passaporte líbio.

2 —Irão

Crê-se que o Irão continua a ser o mais activo e importante patrocionador do terrorismo de apoio estatal. O número de incidentes terroristas com envolvimento iraniano triplicou entre 1986 e 1987, e os EUA alegam que o desvio do avião koweitiano, em Março-Abril de 1988, tinha «todas as marcas de acto terrorista altamente profissional levado a cabo por apaniquados dos iranianos [presumivelmente sete ou mais terroristas do Hezbollah» (10). Saber se a aceitação por parte do Irão, em Julho de 1988, da resolução n.° 598 das Nações Unidas —concordando com um cessar-fogo na guerra Irão-Iraque e com a retirada das forças militares como primeiro passo de um acordo negociado— terá ou não algum impacte sobre o terrorismo de base iraniana e a libertação dos reféns no Líbano, é uma questão ainda em aberto.

3 — Síria

Embora a Síria tenha dado ordem de expulsão a todos os terroristas conhecidos do grupo de Abu Nidal no Verão de 1987, e ao longo desse ano a implicação dos sírios em incidentes terroristas tenha sido detectada uma só vez, o país ainda alberga alguns grupos terroristas em Damasco, incluindo grupos palestinianos e turcos, continuando a permitir que no vale de Bekaa, onde prevalece como poder dominante, funcionem campos de treino terroristas, incluindo instalações para Abu Nidal e para o Exército Vermelho Japonês. Crê-se também que o vale de Bekaa gera anualmente um volume de vendas de 400 milhões de dólares em droga, vendida por dinheiro ou armas — o chamado fenómeno de «narcoterrorismo» (u).

4 — Europa do Leste

No Leste Europeu, uma recente investigação levada a cabo pela Comissão de Helsínquia do Congresso dos EUA fez notar que, embora a União Soviética e os seus aliados —com excepção da Bulgária (cujo regime é bem conhecido, tristemente pelas suas ligações a Mehmet Ali Agca, que atentou contra a vida do Papa João Paulo II em Maio de 1981)— condenem publicamente o terrorismo, alguns problemas graves continuam por resolver:

Alguns Estados do Leste continuaram a manter relações com organizações terroristas, consentiram que os terroristas operassem a partir do seu território, foram comedidos na sua condenação dos incidentes terroristas, ou aproveitaram a ocasião por estes proporcionada para ovacionarem as «lutas de libertação nacional» e criticarem as políticas ocidentais. Por exemplo, nenhum país do

Leste tomou a inciativa de condenar publicamente a destruição, em Novembro de 1987, do voo 858 da Linhas Aéras Coreanas (KAL), apesar de provas esmagadoras da culpabilidade oficial da Coreia do Norte [no entanto, dos países da OTAN e das Comunidades Europeias, só os EUA, a Turquia, a Dinamarca e a Holanda condenaram a Coreia do Norte pelo incidente, enquanto a declaração sobre terrorismo emitida em Toronto, a 20 de Junho de 1988, pelo Grupo dos Sete não se referiu à Coreia do Norte, ao condenar o atentado].

Como apêndice, reproduzimos abaixo a totalidade da secção sobre terrorismo da investigação realizada pela Comissão CSCE.

De maneira algo mais específica, a revista Patterns of Global Terrorism: 1986, relata o seguinte:

Os soviéticos e vários outros Estados da Europa do Leste fornecem armas e treino militar a um vasto espectro de grupos antiocidentais [incluindo terroristas palestinianos e das Brigadas Vermelhas] e movimentos de liberação nacional, cujos membros, em grande parte, cometem actos terroristas. Embora a União Soviética e os seus aliados tenham vendido directamente armas a alguns grupos, sobretudo aos palestinianos, a maioria das armas soviéticas vendidas ou dadas aos grupos terroristas são fornecidas por intermédio dos apoiantes soviéticos do Tercevro Mundo, tais como a Líbia.

Vários estados do Leste Europeu fornecem treino militar, equipamento, e ou apoio político a grupos radicais, sobretudo palestinianos, que cometem actos terroristas. Têm sido encontradas armas polacas e búlgaras na posse de terroristas da organização de Abu Nidal, bem como no locais dos seus ataques. Muitos grupos do Médio Oriente utilizam um explosivo de fabrico checoslovaco (o Semtex) para produzirem as suas bombas. Muitos terroristas transitam ou encontram refúgio seguro nos países da Europa do Leste, incluindo a Jugoslávia — cuja localização geográfica, regime de isenção de vistos e abundante população estudante de origem árabe tornam este país numa área atraente para o trânsito de agentes e para usos operacionais (como, por exemplo, recrutamento de novos membros e manutenção de refúgios).

5 — Coreia do Norte

Em 1988, um dos principais problemas de segurança consistiu em saber se a Coreia do Norte iria ou não perturbar os Jogos Olímpicos de Seul, que começaram em Setembro. Além da culpabilidade da Coreia do Norte no atentado bombista contra o avião coreano, a policia japonesa prendera, em Maio de 1988, um membro do Exército Vermelho Japonês que, segundo se supôs, se tinha deslocado por diversas vezes à Coreia do Norte nos últimos dois anos — deslocações essas talvez relacionadas com o planeamento de um ataque contra os Jogos Olímpicos (no mês anterior, outro membro do Exército Vermelho havia sido detido nos EUA, na posse de explosivos, possivelmente destina-