O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

180-(112)

II SÉRIE-C — NUMERO 25

estamos habituados, e que é a de, quando uma proposta é formalmente apresentada e secundada, ela seja posta à votação da Câmara.

Aplausos.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra, por um minuto, o Sr. Deputado Miguel Urbano Rodrigues.

O Sr. Miguel Urbano Rodrigues (PCP): — Sr. Presidente, Srs. Senadores, Srs. Deputados: Creio haver aqui um objectivo comum que nos une, que é a solidariedade a Timor, não devendo haver diferenças nem hierarquias, apesar de, tratando-se de parlamentares oriundos de todos os países do mundo, ser natural que existam essas diferenças.

Penso que é difícil, no clima que se criou agora, votar com serenidade. Mas, ao ouvir, por exemplo, as intervenções de quem defende — e são muitos colegas nossos — a incorporação das 23 sugestões do juiz Kirby na Declaração, e ao lê-las com atenção, ocorreu-me um problema, de dimensão, que é o de na proposta- de sugestão do juiz Kirby acabarem por aparecer referências de solidariedade para com outros povos, misturando-se isso com a luta de Timor. Cito, nomeadamente, o que aí é dito em relação ao povo curdo. Toda a minha vida tenho sido solidário com a luta do povo curdo, tenho imenso apreço por ela, mas penso que a referência que aí se lhe faz é um pouco descabida. Igualmente se faz uma referência ao Tibete, mas já não se faz à luta do povo sarauí, cujo representante interveio ontem na nossa Conferência.

Assim, penso que há algumas extrapolações — e não vou analisar todo o articulado — que não são impeditivas que se faça uma votação em separado, que tem a mesma força.

É evidente — e não vou repeti-lo, porque isso foi dito tanto pelo Sr. Presidente da Comissão como pelo Sr. Relator da Conferência — que a Declaração em si mesma não traz inovações. Mas o grande objectivo desta Conferência é o de que tudo o que aqui se passou chegue a todo o mundo — e vai chegar de uma forma ou de outra, embora de uma maneira reduzida. E, sendo os parlamentos a expressão da vontade dos povos, todos os parlamentares aqui presentes vão dar continuidade à Conferência nos seus países.

Ora, penso que estamos a polemizar uma questão que é de pormenor. É que não podemos estar reunidos a tarde inteira a apreciar sugestões uma por uma. Por isso, penso que a solução proposta pelos meus camaradas, que é a de, com idêntica força, votarmos, em separado, a Declaração de Lisboa e depois as duas propostas, é a mais prática.

O Sr. Presidente: — Tem a palavra o Sr. Deputado

Correia Afonso.

O Sr. Correia Afonso (PSD): —Sr. Presidente, em primeiro lugar, quero registar como muito positivo o que, neste momento, está a passar-se. Isto demonstra que aqueles que lutam pela causa de Timor estão vivos e têm a vitalidade que estão a mostrar nesta reunião final.

Aplausos.

Mas, mais, Sr. Presidente, quero dizer que, em substância, há unanimidade a respeito de todos os pontos que foram abordados e debatidos. Portanto, em termos substanciais, estamos todos de acordo. Aquilo que, neste momento, talvez nos separe são problemas formais e não de substância. Ora, esta luta é de substância e não de forma.

Por isso mesmo, Sr. Presidente, no seguimento daquilo que V. Ex.* disse há pouco, sugiro que se interrompa a

reunião, por. uns «caceos orneo minutos, para podermos

resolver este problema formal, que, em minha opinião, é facilmente ultrapassável.

Aplausos.

0 Sr. Presidente: — Tem a palavra, por um minuto, o Sr. Deputado Alan Shatter.

Mr. Alan Shatter (MP, Ireland): — As one of the Members from the Irish Parliament, I know that, in my country, talk is always cheap and easy in politics and action is always a lot more difficult. And I think that it is very important that the Lisbon Declaration might be a declaration of both principle and for action. So, I don't think we should separate the Declaration as presented to us from the work done by Mr. Judge Kirby and Lord Avebury. I don't think one should be seen to have a higher priority than the other, or one to be seen to be less than the other.

1 also don't think this Assembly should be adjourned for discussions on the issue because my feeling, from what I have been observing in the last half hour, is that there is virtually unanimity here that what we need is not just talk but action, and I think there is unanimous agreement, or virtual unanimous agreement, to the additional proposals from Mr. Judge Kirby and Lord Avebury. So, I, Sir, would suggest that we preserve the harmony and cooperation and the good relationships that have been built up in the last two days and the good will created by the generosity of the Portuguese Parliament in bringing us all here to represent Parliaments throughout the world, and that we should reflect that by taking the unanimous approach of incorporating all of what is now proposed, both the declaration which has clearly been drafted and the proposals from Mr. Judge Kirby and Lord Avebury as part and parcel of the Lisbon Declaration. It should be a declaration not just of political principle, it should be a declaration for political action.

The only final point, Sir, that I would like to make is that, in the context of all of this, we shouldn'd forget the contribution from our friend from East Timor. I think there is a case to be made, East Timor and the representatives of East Timor having a direct involvement at the United Nations level and I think that can come out of the declaration of action as one of the things we pursue.

Aplausos.

A tradução é a seguinte:

Mr. Alan Shatter (MP, Irlanda): — Como um dos membros do Parlamento irlandês, sei que, no meu país e em política, «conversa» é sempre barato, é fácil, mas «acção» é sempre bem mais difícil. E penso que é muito importante que a Declaração de Lisboa seja simultaneamente uma declaração de princípio e de acção. Assim, não penso que devêssemos separar a Declaração, como a que foi apresentada, dó trabalho, feito pelo juiz Kirby e por Lord Avebury. Não penso que uma possa ser vista com uma prioridade superior à outra ou que uma seja vista como inferior à outra.

E também não penso que esta Assembleia possa ser atrasada com discussões sobre o seu objectivo, porque sinto, por aquilo que tenho estado a observar na última meia hora, que há aqui ..uma unanimidade virtual de que o que precisamos é de acção e não de conversa. Aliás, penso que é unânime