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22 | II Série C - Número: 063 | 18 de Junho de 2007

1.8 — Estes ajustamentos relativamente ao cenário macroeconómico de médio prazo subjacente ao PEC não alteram a previsão, que se mantém no Relatório, de que a aceleração do crescimento da actividade económica projectada para o horizonte de previsão (2007-2010) se baseie numa recuperação progressiva da procura interna. Com efeito, partindo de uma situação, em 2006, em que 75% do crescimento do PIB se deveu à procura externa líquida, prevê-se que, em 2007, esse contributo se reduza para cerca de 50%, diminuindo novamente em 2008 e 2009 e atingindo-se, em 2010, uma situação em que o crescimento previsto para o PIB, 3%, é totalmente devido ao comportamento da procura interna. 1.9 — O progressivo maior contributo da procura interna tem sobretudo subjacente a recuperação da despesa de investimento
2
, que se prevê que acelere de -1,7% em 2006, para 1,9% em 2007, 4% em 2008, 6,8% em 2009 e 7% em 2010, e em menor grau à expansão do consumo privado (ver Gráfico 1). Pelo contrário, o consumo público, enquadrado pelo objectivo de melhoria gradual do saldo orçamental ao longo do período em análise, deverá, de acordo com o previsto no Relatório, apresentar uma contribuição sistematicamente negativa para o crescimento do PIB.
Gráfico 1— Composição do crescimento económico 0,0%
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2007 2008 2009 2010 2007 2008
2006 Relatório CE
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Procura interna (contr.) Procura externa líquida (contr.) PIB, variação real
COMPOSIÇÃO DO CRESCIMENTO DO PIB
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Consumo Privado Consumo Público FBCF
CONTRIBUIÇÃO DA PROCURA INTERNA Fontes: Comissão Europeia, Ministério das Finanças e INE.
Nota: Cálculos UTAO.
1.10 — O elevado contributo das exportações líquidas para o crescimento do PIB, observado em 2006, que no Relatório (tal como no PEC) se projecta que persista em 2007, resultou do maior crescimento da procura externa relevante para a economia portuguesa (enquadrada por uma situação de conjuntura económica favorável na Zona Euro, nomeadamente nas economias alemã e espanhola, as quais são importantes mercados de exportação nacional) e de uma menor perda de quota de mercado comparativamente a anos anteriores. No Relatório, projecta-se ainda, para o horizonte de previsão, uma moderação gradual do ritmo de crescimento das exportações (face ao de 2006) por efeito do menor dinamismo esperado para a procura externa dirigida à economia portuguesa. Contudo, prevê-se que as exportações portuguesas cresçam mais do que a procura externa relevante, antecipando-se desta forma um ganho persistente de quota de mercado no período 2007-2010. 2 Estudos recentes apontam para que, no período de 1960 a 2005, o crescimento da economia portuguesa tenha derivado fundamentalmente da acumulação de factores de produção, nomeadamente de capital (cf Amador, J. e C. Coimbra (2007), “Characteristics of the Portuguese Economic Growth”, Banco de Portugal, Working Paper nº8/07). Esta característica, que se acentuou no período de 1995 a 2005, leva os autores a concluírem que o crescimento foi sempre liderado pelo investimento em capital físico, mas com pouco impacto na produtividade dos factores.


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