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8 | - Número: 013 | 12 de Janeiro de 2008

Quanto ao logótipo da APEM, gerou-se uma discussão muito viva.
A Presidente da Comissão começou por historiar que em Tunes tinham indicado os ideais que o logótipo deveria ter: paz e entendimento entre os povos e que se decidira por um concurso entre estudantes de arte.
Todavia, como não dispunham dos fundos para um concurso desse tipo, poder-se-ia considerar um artista local para apresentar um sketch (sic) e que talvez se pudesse voltar a este tema em Fevereiro.
O Deputado marroquino Mohamed Ansari questionou porque é que se estava a discutir o logótipo, se há dois anos ele já fora aprovado.
A Sr.ª Presidente esclareceu que herdara a questão do logótipo, que o outro era governamental e que este era parlamentar. Acrescentou que não sugerira um especialista mas, sim, um artista, pois estes são universais, e que achava que deveria ser um jovem do sul do Mediterrâneo.
O Deputado sírio Fahima Arus referiu-se aos barcos fenícios e à paz e sugeriu que fosse a Síria a fazer o logótipo.
A Deputada egípcia Amai Othman ripostou que naquele momento não se deveria discutir o logótipo mas, sim, os critérios.
O Deputado espanhol ao Parlamento Europeu Carnero Gonzalez comparou a situação com a União Europeia e o Parlamento Europeu, a bandeira e os cidadãos e confessou que se inclinava mais para a opção do artista.
O Deputado sírio Al-Ghubari sugeriu um concurso com custos reduzidos, em que cada Parlamento apresentaria um artista e a assembleia escolheria o melhor.
A Deputada egípcia Ibtsam Mikhail salientou que a arte não tem fronteiras.
A concluir, a Sr.ª Presidente informou que em Fevereiro se chegará a uma conclusão.
Terminou-se, assim, com um considerável atraso a Agenda prevista para segunda-feira.
A primeira intervenção sobre o diálogo entre culturas e os media, coube a Donatella Delia Ratta, autora do livro Al Jazeera. Media e Sociedade árabe no novo milénio, que se interrogou se a TV por satélite pode ser uma nova ponte entre os países mediterrânicos, entre as suas culturas e que, logo a seguir, adiantou que a Al Jazeera é o programa árabe mais tolerante para com o ocidente e que é o quinto canal do mundo árabe.
Referiu que há 400 canais árabes de televisão por satélite e que é preciso uma TV diplomacy (sic) para com o Médio Oriente.
Acrescentou que há muitas televisões europeias que têm um canal árabe, que há cada vez mais canais monoculturais e que a educação é fundamental, pelo que é totalmente a favor da Universidade EuroMediterrânica.
Acha que a TV é importante, mas que não é tudo e que espera que haja uma faculdade de media comparados, tal como há hoje a de literatura comparada.
A Sr.ª Presidente realçou que era a primeira vez que se falava da TV e que a nossa Comissão era exactamente da cultura.
De seguida usou da palavra o Sr. Tamir Khader, chefe de produção da Al Jazeera, em Doha, que referiu que no dia 1 de Novembro iriam completar 11 anos, pelo que ainda eram muito babies (sic).
Informou que a Al Jazeera fora criada para ser diferente e para ser, sobretudo, a voz dos sem voz.
Acrescentou que tentaram trazer os árabes para os media árabes, o que, em parte, já fora conseguido.
Enfatizou que já estavam a ser seguidos por diversas rádios e TV, mesmo por aquelas que são subsidiadas ou controladas pelo governo.
Insistiu que é preciso diálogo entre os árabes, justificando que não se pode ir dialogar com outras culturas se não formos capazes de dialogar uns com os outros.
Referiu ainda que o «muro» que se construiu é muito difícil de destruir, mas que não é impossível, por isso a Al Jazeera não se interessa muito com a política, dando sempre mais valor ao social.
Falando sobre a crise de identidade, afirmou que os árabes não são capazes de separar a sua religião da sua identidade, que não aprenderam com o passado, em que foram realmente grandes.
Concluiu que não sabem quem são nem para onde vão e exemplificou com o caso de, se se gritar, tem-se razão, se não se gritar, não se a tem. Citou ainda o caso dos moderadores, que não moderam, mas que dão opiniões.
Destacou ainda que, hoje em dia, com a Internet, o telemóvel e a televisão por satélite não se pode controlar nada.
A finalizar a sua intervenção afirmou que, para a maioria dos árabes, o ocidente é o mal e que, para o ocidente, os árabes são terroristas, pelo que questionou se haveria uma solução, tendo respondido afirmativamente, mas que também não sabia qual era.
A Sr.ª Presidente comentou que a Al Jazeera mostra o que é coragem, que às vezes não temos oportunidade de ver no mundo ocidental.
O terceiro interveniente neste painel foi Giancarlo Licata, do programa semanal «Mediterrâneo», que começou por afirmar que tenta dar voz aos sem voz e que as TV árabes, que não estão sob controlo governamental, passam uma mensagem diferente sobre o mundo árabe.