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4 | - Número: 029 | 17 de Julho de 2010

O crescimento dos desempregados, dos pobres, às dezenas de milhões, assinalou, à volta do mundo, como as nossas economias estão intimamente ligadas e vulneráveis.
À Grande Depressão do passado seguiram-se reformas profundas.
Pois bem. À Grande Recessão dos nossos dias não podemos reagir com vistas curtas.
Ao lado dos executivos e das organizações internacionais, uma intervenção reforçada e coordenada dos parlamentos é indispensável.
Quando falamos das reformas-chave, a começar pelas reformas necessárias no sistema financeiro internacional, podemos dizer que nada conseguiremos de sério se deixarmos os parlamentos à margem.
Já houve um tempo em que os parlamentos apenas eram chamados a aprovar depois de estabelecidas as soluções.
Mas esse não é o nosso tempo, esse não é o tempo parlamentar que emerge no mundo.
Os valores da transparência e da participação enraízam-se nas democracias modernas, os povos e os seus representantes têm de acompanhar e intervir nas reformas de que as suas vidas tão dramaticamente dependem.
Dossiers decisivos requerem que o nosso empenho e a nossa acção concertada se intensifiquem.
São as alterações climáticas que exigem muito mais do que os insatisfatórios passos de Copenhaga Cabe aos parlamentos actuar de forma a impedir que os responsáveis actuais negligenciem os seus deveres para com as gerações futuras.
Uma visão global deve também afirmar-se em torno dos oceanos, elemento fundamental para a vida e para a humanidade, onde é preciso aprofundar pontos de entendimento para uma acção mais eficaz.
É um domínio a que nós, no passado e no presente, dedicámos empenhamento e acção, como nesta Conferência também se ilustrará.
O imperativo da construção da paz mantém-se uma tarefa actual em diversas regiões do globo, de vários continentes.
Enfrentando essas realidades dramáticas, a intervenção de muitos parlamentos e parlamentares do mundo tem representado uma verdadeira mais-valia.
Temos que levar mais longe esse contributo que, baseando-se em eleitos, tem potencialidade para ultrapassar dificuldades geradas noutros planos.
Para qualquer parlamento digno desse nome, a afirmação do Estado de Direito e do império dos direitos humanos constitui o cerne da sua própria missão.
Na era da globalização, precisamos de tornar real uma verdadeira ―constituição humana‖. A vulnerabilidade dos seres humanos e da sua dignidade, apesar dos progressos, continua a ser enorme.
É aí que os parlamentos assumem um papel insubstituível. Não só porque nasceram com essa vocação; também porque são eles que representam a diversidade dos eleitores.
Transparência, responsabilidade, participação, diálogo são traços distintivos das práticas parlamentares dignas desse nome. São também exigências que, nos nossos dias, impregnam a vida pública e são reclamadas, de forma crescente, à volta do mundo.
Cabe aos parlamentos, nos sistemas em que estão inseridos, assegurar não só a prevalência desses princípios como a expansão de modelos de governação que os garantam e que assegurem alto nível de respeito pelos direitos humanos.
Emergimos de instituições longamente provadas. Representamos eleitores que em nós confiaram.
Cabe-nos trabalhar e cooperar mais intensamente em torno de uma agenda onde o económico, o social e o ambiente não fiquem totalmente vulneráveis ao financeiro.
Uma boa governação requer aprendizagem. Tal como a humanidade soube aprender com a Grande Depressão, devemos aprender com a Grande Recessão que agora nos atingiu.
Uma coisa é certa. Um reformismo capaz de resultados à escala global não avançará sem um novo protagonismo dos parlamentos. Trabalhemos pois para o construir.»

Participação Delegações de parlamentos de 124 países participaram nos trabalhos da Assembleia.