O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

3 | - Número: 020 | 6 de Janeiro de 2012

olhar para a migração como uma fonte de enriquecimento para os países de acolhimento e como um problema de fuga de competências para os países de origem. Por vezes, há também problemas de transferência de dinheiro para os países de origem, frequentemente, devido a problemas criados pelos países de acolhimento, o que não contribui para o desenvolvimento dos países de origem.
O Deputado Mohamed Aldweib (Jordânia) falou sobre o facto de a migração desempenhar um papel importante no mútuo intercâmbio de culturas. Atualmente existem obstáculos e barreiras que impedem a migração, que representam problemas que precisamos de ultrapassar. As iniciativas Euromed contribuem para resolver as questões dos países de origem e também dos países que se encontram a perder pessoas. Os países europeus precisam de encarar o facto de que o multiculturalismo terá como consequência uma «nova cultura» — resultado da aglomeração de diferentes povos. A migração ilegal é um verdadeiro problema, em particular para os europeus, desde que exista uma grande procura de trabalho e também uma perceção, dos países do Sul, de que se pode ter uma vida melhor em termos económicos se se emigrar; este movimento maciço de pessoas resulta em parte do à-vontade dos meios de comunicação que fazem com que tudo pareça mais próximo e mais fácil. Não devemos encorajar a migração ilegal, que provoca xenofobia, e devemos trabalhar conjuntamente e cooperar, enquanto parceiros em igualdade, no sentido de parar e/ou ajudar a gerir este movimento.
O Deputado Korichi (Argélia) falou sobre tudo o que já foi escrito sobre a migração do sul para o norte, embora a emigração do norte para o sul não esteja sujeita aos mesmos acordos. Temos de nos concentrar nos aspetos positivos da migração, bem como nas formas de assegurar a proteção dos migrantes. A migração também é profícua para o norte, uma vez que frequentemente inclui homens e mulheres qualificados que, por sua vez, refletem o seu sucesso nos seus filhos, e os emigrantes enviam também, frequentemente, remessas de dinheiro para os seus países de origem. É importante investir nos países a sul do Mediterrâneo, pois isso reduziria a pressão sobre a migração.
O Deputado Guenter Gloser (Alemanha) falou sobre como a falta de perspetivas económicas para os jovens é uma das causas da Primavera Árabe. É necessário melhorar o acesso de jovens altamente qualificados ao trabalho na Europa durante alguns anos e, posteriormente, devemos conceder-lhes empréstimos para os ajudar a regressar aos seus países e a montar as suas próprias empresas; acredito verdadeiramente que esta migração circular será útil para todos. A Europa como um todo tem de evoluir e desenvolver políticas que sejam úteis para todos, e apoiar os movimentos da Primavera Árabe. Na Alemanha também existe falta de mão-de-obra, em especial na área das engenharias e também nos cuidados prestados aos idosos.
O Deputado Zaghloul Essaydi (Marrocos) falou sobre a forma como, enquanto presidente de uma pequena câmara do seu país, também se nota a existência de emigração da Europa, tendo em conta que estas pessoas vêm e abrem restaurantes e hotéis. Se houver uma verdadeira democracia em todo o lado, no futuro veremos que a migração ocorrerá em muitas outras direções e não somente sul-norte.
O Deputado Ojaris Kalnins (Letónia) partilhou a sua experiência sobre a forma como, graças às políticas de emigração dos EUA e do Canadá, ele pode regressar muitos anos depois ao seu país de origem e como a Letónia está atualmente a tentar melhorar as suas condições de vida para que os letões da diáspora desejem regressar ao seu país de origem e, também, de forma a poder ajudar aqueles que imigram para a Letónia a melhorar as suas vidas.

Tema III: A Carta Mediterrânea de Valores: cultura multicultural e intercultural: A Dr.ª Judith Neisse é Diretora da Mediana (Gabinete de consultoria para programas da União Europeia) e Presidente de EMIRA (Associação de Investigação Euro-Mediterrânica e Internacional).
Desde a entrada no novo milénio, vários desenvolvimentos colocaram o diálogo intercultural, a diversidade cultural e a coesão social num lugar mais destacado nas agendas políticas. A promoção do diálogo intercultural foi identificada na Agenda Europeia para a Cultura num Mundo Globalizado da Comissão Europeia como uma ferramenta que contribui para a governação da diversidade cultural no seio das sociedades europeias, ao nível transnacional, através dos países europeus, e ao nível internacional, com outras regiões do mundo. Esta agenda baseia-se, por exemplo, no seu novo programa cultural 2007-2013, Europa para os Cidadãos (2007-2013) e no Ano Europeu do Diálogo Intercultural (2008). As organizações