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5 | - Número: 020 | 6 de Janeiro de 2012

4 — «Sem-abordagem», o que significa que não é desenvolvida qualquer política ou ação, no sentido de promover o diálogo intercultural num país específico. É dado um maior destaque à promoção da cooperação transfronteiriça, isto é, intercâmbios bilaterais ou multilaterais de indivíduos e grupos e que são, normalmente, realizados ao abrigo de enquadramentos políticos culturais estrangeiros.

Fundamentalmente, podem distinguir-se acima dois conceitos políticos diferentes na organização de relações internas de minorias-maiorias: políticas que visam gerar uma maior coesão na sociedade e estratégias que tentam confirmar a diversidade e o diálogo (e.g. «multiculturalismo» versus «integração» ou «transnacionalismo» versus «assimilação»). Os argumentos de base mantém-se os mesmos e distinguem-se entre:

— Uma visão unificada da sociedade, propondo valores nacionais ou universais e coesão sociocultural, principalmente através de uma integração dos recém-chegados e/ou das minorias no que é considerado como a cultura (nacional) dominante ou um modelo «cosmopolita» e transatlântico da sociedade; ou — O Diálogo entre Culturas (ALF), conjuntamente criado em Alexandria, no Egipto, em 2004, e cofinanciado por todos os países membros da Parceria Euromed e pela Comissão Europeia.

O Dr. Traugott Schoefthaler, ex-Director Executivo da Fundação Euro-Mediterrânica Anna Lindh para o Diálogo entre Culturas, descreve as relações culturais entre os países da União Europeia e os seus vizinhos do sul, no passado recente, como «Duas Décadas de Diálogo Perdidas». Ele refere-se ao «aprofundamento dos estereótipos, bem como (a) desejos de equilibrar a discriminação sentida com a discriminação de outros, e a duplicidade de critérios sentidos com a sua aplicação aos outros». Na sua opinião uma eventual reorientação do diálogo intercultural na região teria mais sucesso de acordo com os seguintes pontos:

— Modalidades tradicionais do diálogo entre culturas, desenvolvidas ao longo da última década, falharam grandemente porque se centralizaram quase em exclusivo naquilo que as culturas e as religiões têm em comum e a atual crise exige um diálogo sobre as diferenças e a diversidade; — A falta de conhecimento mútuo sobre questões sensíveis relacionadas com as religiões e qualquer outra crença é evidente e esta lacuna necessita de ser colmatada com urgência; — Demasiadas vezes, os eventos destinados ao diálogo destacaram as identidades coletivas (nacional, étnica, religiosa) em vez das identidades dos indivíduos ou dos grupos sociais. Os fóruns dedicados ao diálogo compostos por «representantes» de grupos religiosos ou étnicos são contraproducentes; — Precisamos de uma linguagem comum para as diferenças culturais, a começar pelos seguintes elementos:

A diversidade cultural entre os países bem como nos próprios países é tão fundamental para a humanidade como a biodiversidade o é para a natureza. As diferenças culturais são um factor-chave para a qualidade de vida. O direito de ser diferente é um elemento nuclear de um entendimento da cultura com base nos direitos. O ser humano individual, enquanto ator cultural, enquanto estudante, comunicador, enquanto titular de diversidade cultural, assume uma posição central no entendimento da cultura. A sobreposição de elementos cognitivos e emocionais das relações interculturais representa a regra e não a exceção. É necessário abordar os processos históricos e biográficos, individuais e coletivos, de ligar julgamentos de valor às diferenças culturais.
Já vimos que existem muitos conceitos para descrever o tratamento dos diversos componentes de uma sociedade e a interação entre as diferentes sociedades e a cultura (interculturalismo, multiculturalismo, transculturalismo). A promoção da «diversidade das expressões culturais» (UNESCO) em vez de uma «diversidade de culturas» deveria ser presentemente um dos pontos principais, também, através da ratificação e da implementação da Convenção da UNESCO, o que não reduziria o debate sobre diferentes raízes culturais, patrimónios, estilos de vida, línguas, religiões, etc., mas poderia representar um incentivo para relacionar os debates e os intercâmbios com o mundo da vida, com imagens, empreendimentos de sucesso, biografias individuais, produtos, estilos, etc. que tendem a ocupar a mente na sociedade de informação.