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6 | - Número: 006 | 30 de Outubro de 2012

Depois da abertura dos trabalhos, deu-se início à discussão do primeiro tema: “Publicações, filmes e mçdia: cultura como uma força unificadora de crescimento”.

A primeira intervenção foi do documentarista Stefano Navona (biografia em anexo), que falou sobre o seu documentário “Tahir Liberation Square” (http://www.tahrir-liberationsquare.com). Contou que no início de fevereiro de 2011 resolveu ir presenciar a revolução egípcia na Praça Tahrir, onde milhares de pessoas pela primeira vez em 30 anos desafiavam o estado de emergência e o sistema político regente – assim foi procurar entender o que essas pessoas queriam, quais as suas orientações políticas e as suas referências, como é que imaginavam o futuro. Na Praça Tahrir, teve a oportunidade única de filmar toda a sociedade egípcia, pessoas de todas as origens e de todas as classes sociais, todos juntos, pela primeira vez, unidas com o objetivo de derrubar a ditadura. Sublinhou a importância dos média para dar a conhecer as pessoas. Notou que apesar de haver hoje mais meios (redes sociais, televisão, internet) as pessoas estão mais entrincheiradas nos seus mundos. Deu o exemplo como, na Tunísia há 20 anos as pessoas falavam italiano e viam a RAI, hoje apenas ouvem a Al’Jazeera e outras televisões locais e as pessoas já não falam italiano – a verdade é que precisamos de estímulos para nos entendermos – A Europa tem que investir nesse sentido e transferir o centro de gravidade de Holywood para o “velho continente”.

Seguiu-se uma intervenção por Samir Al’Qaryouti, Jornalista da Al’Jazeera, BBC News and France 24.
Começou por lembrar que a “palavra” ç tudo – a palavra ligada à imagem é mais do que tudo. No entanto, no deserto árabe só havia estrelas no céu e palavras – enquanto o ocidente e as culturas asiáticas pintavam e escreviam, os árabes faziam poemas e música. Lembrou que um dos primeiros poetas árabe conhecidos escreveu em siciliano. Salientou a importância da emissão televisiva (broadcast) no aproximar de culturas, referindo o importante papel da Al’Jazeera desde da sua criação em 1996 pelo governo do Qatar. Canal de televisão politicamente independente que, inclusive, recebeu numerosas críticas durante os protestos da Primavera Árabe por transmitir sem censura o que se passava no terreno.
O Deputado Eduardo Cabrita (PS) interveio referindo que a UE enfrenta hoje a pior crise em 60 anos – simbolicamente, informou a Comissão acabou de ser anunciado que “a UE recebeu o Prçmio Nobel da Paz”.
Foi a Europa que causou as duas grandes guerras mundiais e agora, depois de se conseguir 60 anos de paz, não podemos deixar que esta se desintegre. Temos que evitar os erros do passado – por exemplo a UE apoiou os regimes autocráticos no sul do mediterrâneo até ao fim. Temos que apoiar as novas democracias mediterrânicas, precisam da mesma ajuda que Portugal e Espanha necessitaram no passado (1ª onda de solidariedade), dos países que europeus que saíram do bloco Soviético (2ª onda) e porque não uma 3ª onda de ajuda e solidariedade para com estas novas democracias – não é dar lições a ninguém, a Europa não pode dar lições – é apoiar.
Continuou a sua intervenção sobre a importância da emissão televisiva (broadcasting), como ferramenta essencial para se comunicar com os jovens e não só, “porque não um canal da Euronews em árabe? Não um canal da RAI ou da RTP, mas porque não um projeto a nível europeu?” sugeriu.
Da parte da tarde, deu-se início à discussão do segundo tema: “Promoção do conhecimento de Línguas como uma ferramenta de integração entre culturas”.
A primeira intervenção foi feira por Adnane Mokrani, Professor de Estudos Islâmicos e Língua árabe no Instituto Pontífice para Estudos Árabes e Islâmicos e na Universidade Pontifícia Gregoriana. De nacionalidade tunisina e o primeiro professor muçulmano de uma Universidade Pontifícia, Dr. Mokrani falou da importància do diálogo "como um caminho espiritual”. Referiu a importància da qualidade de traduções – como uma boa tradução é a garantia de uma boa conferência. Referiu ainda a importância de haver trocas de professores, destacando o programa atual entre a Universidade de Bolonha e universidades turcas.
Seguiu-se a intervenção de Francisco Matte Bon, Diretor da Faculdade de Interpretação e Tradução da Universidade Livre de Roma, que falou sobre o ensino da língua como o instrumento ideal para mudar mentalidades e ajudar as pessoas a se entenderem. A relação entre a língua e a cultura: a cultura objetiva e a cultura subjetiva. Cultura Objetiva que consiste nas manifestações produzidas pela sociedade, como literatura, música, ciência, arte, língua, enquanto estrutura. Por outro lado, a Cultura Subjetiva pode ser encontrada em manifestações abstratas, como valores, crenças e no uso da língua, levando a uma competência intercultural.