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5 | - Número: 009 | 24 de Novembro de 2012

Neste debate participaram representantes de quase todas as delegações presentes, entre os quais o Vice-Presidente da Assembleia da República de Portugal, o Deputado Guilherme Silva (PSD), que afirmou:

“Si je differs de toi, loin de te léser, je t”augmente” Antoine de Saint-Éxupéry O mundo globalizado atual é complexo e heterogéneo, de todos os pontos de vista, designadamente, económico, social, político e cultural.
São diferentes as línguas, as preferências dos consumidores, as condições competitivas, os quadros económicos, as relações laborais, os valores culturais, o sistema legislativo, e as regulações e atuações governamentais e políticas (Bingham, Black & Felin, 2000; Black, 2006).
De facto, atualmente, as sociedades são constituídas por pessoas de muitas proveniências, todas com características diferentes, nos gostos, nas heranças culturais, no saber, no pensar, nos hábitos, nas expressões musicais, nas manifestações religiosas.
A mundialização ou globalização, enquanto processo de crescente inter-relação entre sociedades e países, segue inexorável e cada vez mais acelerada, colocando desafios fundamentais a todos os países e permitindo novas formas de acesso a povos, culturas, economias e linguagens.
Estando consciente de que o contato com outras culturas se reflete diretamente nas identidades individuais, acredito que o processo de globalização é positivo, na medida em que nos aproximando a todos, nos proporciona uma maior partilha dessa riqueza que é a diferença.
A globalização só se valoriza na medida em que não pretenda impor a uniformização ou pôr em causa a diversidade.
Diante destas mudanças constantes, neste novo modelo do mundo, é tempo de olhar em volta e refletir.
Um momento de reflexão que possibilite visualizar um caminho de diálogo entre as mais diversas sociedades, culturas, valores, sem que estes se neguem mutuamente, o que implica a aceitação da diversidade e a compreensão do ser enquanto ente humano.
A História atribui à gesta portuguesa dos Descobrimentos, na era de quinhentos, a primeira globalização, que permitiu dar “novos mundos ao Mundo” e marcar definitivamente a nossa cultura com um sentido universalista e de compreensão dos povos que ainda hoje tem expressão na CPLP (Comunidade dos Países de Língua Portuguesa).
Hoje o fenómeno tem outra dimensão e, acima de tudo, não tem já a lenta velocidade das caravelas.
Na verdade, as relações humanas e sociais tornaram-se mediadas pelo consumo, pelo imediatismo e pela efemeridade, levando a um vazio social e existencial.
A configuração desse novo mundo é complexa e parece apontar para uma nova trajetória da humanidade, marcada por contradições nas diferentes esferas da vida. Vivemos num contexto cheio de dúvidas, de incertezas e de angústias em que o homem é todos os dias ultrapassado pelos avanços das novas tecnologias que ele próprio inventa e aperfeiçoa.
O importante neste momento de fragilidade da vida humana é que o indivíduo entenda o seu papel no mundo, como parte integrante de um todo que se olha, na hora, reciprocamente, nos seus antípodas.
Na realidade, a nossa qualidade de vida social, o nosso bem-estar individual e coletivo, é inconciliável com atuações como a discriminação, a intolerância, o racismo, a xenofobia, a desigualdade de tratamentos e de oportunidades que, por vezes, conduzem a atos de violência causadores de intranquilidade ou até mesmo de medo nos membros das sociedades, seja de maiorias seja de minorias.
Impõe-se, por isso, a crescente necessidade do exercício da tolerância, desenvolvendo a não-interferência nos comportamentos culturais distintos, preservando o respeito e o reconhecimento nos planos ético e jurídico, Consultar Diário Original