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II SÉRIE-D — NÚMERO 30

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Também a este propósito da Agenda para a Educação na CPLP e associando-o à homenagem que quero

prestar à Presidência Executiva da CPLP por parte de Moçambique, vale a pena citar Mia Couto: “Teremos a

comunidade que entendermos ser a nossa e aquela que melhor nos servir. Basta que a façamos.”

Minhas Senhoras e Meus Senhores,

Antes de terminar queria deixar aqui uma palavra de felicitação ao Parlamento de Angola e ao seu

Presidente pela forma elevada e empenhada como tem presidido a esta Assembleia Parlamentar da CPLP.

E permitam-me uma palavra especial para Timor, nosso anfitrião.

Para tanto vou socorrer-me de extracto de depoimento que deixei em publicação da Assembleia da

República, a propósito da visita a Timor do Presidente Mota Amaral, em 2004, que tive a honra e o prazer de

acompanhar.

Escrevi então:

“Mas não haverá com certeza momento mais alto, de reencontro natural de duas Pátrias – Portugal e Timor

– e de dois povos – do que ouvir, em silêncio, na visita a Bazartete, uma oração rezada em português e sentir

que é possível a língua vir a ser tão comum quanto o é já a fé que irmana portugueses e timorenses.

Eu gostaria de voltar a Timor e de ver mais escolas, mais hospitais, melhores estradas, melhores casas,

mais progresso, mais bem-estar.

Queria encontrar o mesmo povo, com toda a sua mística e natural humildade, mas um povo com melhores

condições de vida, beneficiando do que efectivamente lhe pertence.

Tornaria a Bazartete para, com o povo maravilhoso de Timor, voltar a rezar em português!”

Disse.

O segundo tema, “Edificação da Paz pela responsabilidade coletiva”, foi apresentado pelo Presidente da

Assembleia Nacional de S. Tomé e Príncipe, Deputado Alcino Barros Pinto, que revelou que o lema da IV AP-

CPLP, realizada em Luanda, “A cultura da Paz”, lhe serviu de inspiração para a sua apresentação. Referiu que

a paz é um bem comum e existe segundo o modo de ser e estar de uma comunidade específica. É importante

inculcar a cultura da paz e desenvolver a capacidade de reconhecer e valorizar as diferenças, incentivar o

diálogo e a tolerância. A CPLP, enquanto comunidade linguística, deverá consentir esforços para o

aprimoramento de maior solidariedade e, sobretudo para que a cidadania seja um veículo catalisador da

irmandade e coesão dos Estados membros. A língua comum é um motivo de orgulho e é o instrumento

primordial para a edificação da paz, através das múltiplas manifestações, tendo subjacente o diálogo, que é a

peça fulcral para que o entendimento prevaleça e, através dele, subsista a Cultura da Paz, no contexto

mundial e na CPLP. Considerou ainda que no contexto atual em que persistem tensões e alguma

instabilidade, quer no interior dos Estados membros, quer no quadro geopolítico mais alargado, a CPLP

deverá ser promotora e mediadora na busca de soluções mais consentâneas possíveis.

O último tema da tarde, “Os Valores Humanistas da CPLP”, esteve a cargo do Deputado Estanislau Aleixo

da Silva, do Parlamento de Timor-Leste. Na sua intervenção, referiu que no contexto mundial, a CPLP se

assume como uma organização singular, que se caracteriza pelo facto dos seus oito Estados membros

representarem um conjunto de 250 milhões de falantes de língua portuguesa, língua que na pluralidade de

tradições e culturas dos Povos dos oito países, representa também uma cultura e uma forma de comunicação

comuns. Essa singularidade advém, igualmente do facto de os oito países se situarem em quatro continentes

e em contextos regionais distintos, com diferentes dinâmicas políticas e económicas. A dimensão geográfica

da CPLP é geradora de vantagens acrescidas para todos os países que a constituem, já que permite o

estreitamento de relações, através de cada um dos seus Estados, em todas as regiões do mundo. A CPLP é,

por isso, como por muitos já foi afirmado, uma organização plural de vocação mundial. Salientou que, no

mundo de hoje, assistimos à supremacia de interesses de cariz económico que tendem a afastar e

menosprezar direitos e valores fundamentais da Humanidade, valores que representam conquistas das lutas

travadas pela democracia, pela liberdade e pelo desenvolvimento. Foi por estas conquistas, que se bateram os

Povos da Comunidade. É precisamente esta partilha de direitos e valores fundamentais que, confere à CPLP

uma particular singularidade no mundo e uma especial responsabilidade na defesa e promoção desses

valores. Considerou que o potencial económico da CPLP decorrente do posicionamento geográfico estratégico

dos seus países, é apenas uma das vertentes a explorar. De igual ou superior importância é o dever de