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3 DE DEZEMBRO DE 2016

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A Presidente da Câmara Deputados de Itália, Laura Boldrini, considerou que os Parlamentos nacionais não

se podem demitir de colaborar na salvação do projeto europeu e, nesse âmbito, informou que na sequência da

Declaração de Roma, a Câmara dos Deputados de Itália fez uma ampla consulta pública para perceber o que

é que os cidadãos esperam da União Europeia, tendo a maioria associado a União Europeia à paz, à liberdade

de circulação e ao Estado Social.

O Presidente do Parlamento da Finlândia, Arto Satonen, considerou que a decisão do Reino Unido de sair

da União Europeia se funda na emergência do nacionalismo e da demagogia. Defendeu a importância de

apostar na juventude, na educação e no acesso ao emprego. Terminou defendendo a importância dos acordos

comerciais internacionais para o fortalecimento da posição da União Europeia no campo económico.

S. Exa. o Presidente da Assembleia da República interveio de seguida4:

“Esta cimeira realiza-se sob o lema «Let’s get to know each other better». Parece-me um excelente repto. É

exatamente disso que precisamos.

Temos realmente de nos conhecer melhor uns aos outros. E temos de nos saber colocar na pele do outro

ou como dizem os ingleses «nos sapatos dos outros».

Há que retomar o espírito cosmopolita e solidário que esteve na origem do projeto europeu.

Há que retomar o diálogo. Precisamos de pontes, não de muros.

Diálogo entre Estados, certamente, mas também diálogo entre as instituições europeias e os cidadãos

europeus.

De costas voltadas não vamos a lado nenhum.

Não foi certamente com egoísmos nacionalistas que construímos estes 60 anos de paz e desenvolvimento.

É urgente ultrapassarmos em conjunto os problemas que temos pela frente, pois é conjunta a sua natureza.

Problemas de segurança, problemas de economia e emprego, mas também problemas financeiros.

Como cidadão de um Estado-membro cuja economia vive ainda em défice de investimento, saúdo o

anúncio do Presidente Juncker de mais meios para o investimento.

Mas parece-me inevitável, face à experiência destes mais de quinze anos e considerando o que se passou

nestes anos mais recentes, enfrentarmos o problema da arquitetura da zona euro.

Há limites para o alcance da política monetária. Não confundamos paliativos com soluções.

O contributo da política orçamental está por explorar.

E acima de tudo há que revisitar a arquitetura da zona euro, procurando certamente soluções de

compromisso que salvaguardem o que é essencial para cada um de nós.

É necessário dar uma resposta urgente às necessidades dos cidadãos, através de políticas eficazes a nível

nacional e da União Europeia, com o objetivo de estimular o crescimento, a competitividade e o emprego,

particularmente o dos jovens, combatendo, simultaneamente, a exclusão social e a discriminação,

promovendo a justiça e a proteção sociais.

Os assuntos europeus estão cada vez mais presentes na vida parlamentar e na agenda dos Presidentes

dos Parlamentos.

É o que decorre do Tratado de Lisboa e é o que resulta de uma realidade política e económica cada vez

mais integrada.

Se cresce o protagonismo europeu dos Parlamentos nacionais, então também deve crescer a ação

conjunta dos Presidentes que representam externamente esses parlamentos.

Porque a resposta a desafios comuns passa por respostas conjuntas.

Porque o momento que atravessamos é demasiado importante para nos darmos ao luxo do silêncio ou da

indiferença.”

O Presidente da Câmara dos Representantes da Bélgica, Siegfried Bracke, criticou os que acham uma

fragilidade a saída do Reino Unido da União Europeia e incitou todos a considerarem uma oportunidade para

tornar a União Europeia mais forte. Desafiou todos a colaborarem na criação de uma narrativa que possa

motivar os cidadãos e criticou o Parlamento Europeu por não se empenhar no contacto com os cidadãos.

O Presidente do Senado de França, Gérard Larcher, defendeu alterações cirúrgicas aos Tratados, mas

também que em certas áreas se aproveitem os mecanismos já disponibilizados pelos Tratados.

4 Intervenção originalmente efetuada em língua Inglesa.