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II SÉRIE-D — NÚMERO 25

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defendido, razão pela qual tem desenvolvido e financiado programas destes, e os tem disponibilizado a todas

as mulheres, independentemente das suas origens socias e culturais, conhecimentos e qualificações. Entre

janeiro de 2013 e maio 2014, a oradora fez parte do Lóbi Europeu das Mulheres e, nesse âmbito, coordenou a

primeira rede de mentores europeia, lançada a 9 de abril 2013, no PE. O projeto foi desenvolvido no quadro da

Campanha 50/50, que tinha por objetivos, pugnar por uma representação igualitária de mulheres e homens no

PE, e colocar as questões de igualdade de género com uma prioridade na agenda política europeia.

A rede era composta por 11 mulheres Deputadas do PE que se assumiam como mentoras do programa e

11 mulheres da vida política nacional de diversos países da União Europeia, que aspiravam candidatar-se às

eleições para o PE em 2014. A rede tinha por objetivos capacitar cada uma destas mulheres, individualmente,

para a vida política da União Europeia, aumentar a sua autoconfiança e espírito de liderança, desenvolver os

seus conhecimentos políticos, e apresentar-lhes estratégias e instrumentos de apoio ao desenvolvimento da

atividade política. Para o efeito, o programa utilizou todos os meios que permitiam a partilha de conselhos e a

troca de experiências, desde o recurso a blogs e redes sociais, à realização de reuniões e conferências e, à

organização de diversos eventos.

Os conteúdos abordados, muito diferenciados, estavam muito orientados para os assuntos da União

Europeia e para os seus princípios, bem como para uma maior consciencialização da Identidade Europeia. A

democracia dos partidos, a luta contra o populismo e contra as estratégias de comunicação usadas pelos

populistas, a abordagem de formas alternativas e mais eficazes de contactar com o eleitorado desenvolvendo

as suas competências de comunicação e os movimentos anti igualdade de género, mereceram especial

atenção. Referir ainda que lhes foi dada a oportunidade de assistir às diversas reuniões das Instituições

Europeias, o que lhe deu uma ideia mais concreta e correta sobre a atividade política da União Europeia e a

forma como ela se desenvolve.

Mereceram ainda destaque, por parte da oradora, a realização de dois eventos pela rede europeia. O

primeiro intitulado «O meu Deputado é como eu!», através do qual foi possível colocar estas mulheres perante

modelos com quem se pudessem identificar e neles se pudessem inspirar; o segundo reuniu mulheres

políticas de todo o mundo, com o objetivo de lhe passar a mensagem de que as mulheres têm um papel

importante a desempenhar na política e, tal como elas, qualquer mulher pode lá chegar, se o desejar. Como

dizia uma mulher do Congresso Norte Americano presente na reunião: «Se as mulheres não fazem parte da

mesa de decisões é porque eventualmente fazem parte da ementa.»

Considera, estes contextos propícios ao desenvolvimento de redes que são fundamentais para apoiar e

incentivar a participação das mulheres na política fora deles e para além deles.

Concluiu dizendo que as diferentes culturas presentes na União Europeia exigem uma maior igualdade e

paridade em razão da idade, origem étnica e social e dos diferentes estratos sociais. O nepotismo não pode

pôr em causa uma maior participação das mulheres na vida política. Defende por isso, convictamente, que as

redes de mentores constituem um aliado estratégico forte da introdução das quotas, pelo que desafia à sua

propagação a nível nacional. Apoio também quaisquer outras medidas proactivas alternativas que permitam

identificar o elevado potencial das mulheres para a política e o consigam potenciar, quer ao nível da sua

participação nos Parlamentos Nacionais quer ao nível da sua participação no Parlamento Europeu. Finalizou

com uma citação da ex-Comissária e atual CEO do Banco Mundial, Kristalina Georgieva: «A autoconfiança é

tão crítica quanto outros elementos de capacitação de mulheres». Perante a vaga de um lugar de decisão, a

mulher não pode hesitar ou ter dúvidas de que é tão capaz quanto qualquer homem de o ocupar. Assim, as

sociedades mais prósperas do futuro serão aquelas que conseguiram utilizar no seu passado todo o potencial

de que dispunham, fosse ele do género feminino ou masculino, terminou.

Aberto o debate desta sessão, fizeram intervenções pelos seus respetivos parlamentos nacionais:

Pela Roménia, Ms Cristina-Ionela Iurisniti, pelo Chipre, Sr.ª Mariella Aristidou, pelo Parlamento Europeu,

interveio a Eurodeputada da República Checa Kateřina KONEČNÁ, pela Grécia, a Sr.ª Maria Theleriti e pela

Irlanda, a Sr.ª Lorraine CLIFFORD-LEE, que de um modo geral reviram a realidade descrita pela oradora Inês

Zuber, no seu país. A destacar o enfase dado pelas representantes da Roménia e do Chipre à educação como

instrumento fundamental para implementar as mediadas positivas a que aludiu a referida oradora,

nomeadamente, fomentar a conciliação entre a vida pessoal e profissional ou política, a formação das

mulheres, a igualdade de oportunidades no acesso ao mercado de trabalho e a luta contra os estereótipos

tradicionais. A Eurodeputada checa reforçou a ideia de que as desigualdades persistentes têm de ser