O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

“As políticas dos talibãs rapidamente transformaram muitas mulheres e raparigas em prisioneiras

virtuais nas suas casas, privando o país de um dos seus recursos mais preciosos, as competências

e talentos da metade feminina da população.

Regressará o obscurantismo, o radicalismo, a sharia.

Regressará o desrespeito pelos direitos humanos, principalmente os das meninas e das mulheres.

Regressará a total invisibilidade feminina.

As mulheres, aquelas que sobreviverem, perderão a voz, a liberdade, a dignidade.

Deixarão de ser pessoas, cidadãs, para serem meras sombras, com o seu destino deixado à mercê

dos homens.

E muitas, demasiadas, não terão sequer a sorte de terem homens nas suas famílias que as tentem

ou sequer queiram proteger.

Numa tentativa de atirar areia aos olhos da comunidade internacional, que talvez assim se sinta

menos culpada e validada na sua passividade perante o terror de milhões de jovens e mulheres

- O porta-voz dos talibãs garantiu que as mulheres poderão continuar a estudar, a trabalhar e até

a terem participação ativa na vida política.

Se isto não fosse tão trágico dava para rir.

O que efetivamente acontece, é que as mulheres estão neste momento escondidas em casa, a

queimarem diplomas académicos e demais documentos de conquistas que agora se

transformaram na sua sentença de morte.

No Irão os trágicos acontecimentos com a morte da jovem Masha Amini, adensam a realidade

das mulheres islâmicas.

O nosso empenho deve ser denunciar e apoiar a luta destas mulheres.

Mas o mesmo mundo, incluindo o Ocidental, que se mostra incrédulo perante tudo isto deve ter a

capacidade de olhar para trás e recordar que a violência atroz e gratuita contra as mulheres em

cenários de guerra existe há tanto tempo quanto a própria guerra.

O problema é que esta realidade, fica na maior parte das vezes de fora das estatísticas e dos livros

de história, como se fosse um mal menor ocorrido dentro das inúmeras atrocidades destes

conflitos.

As violações em massa, o abuso de poder sobre o sexo feminino, a exploração sexual, a

escravatura, a desumanização inenarrável das meninas e mulheres não são novidade na história

mundial.

E nem precisamos de ir muito atrás, basta olharmos para o último século para concluirmos quão

sistemáticas são estas forma de violência nestes contextos.

A nossa preocupação é hoje com as mulheres ucranianas,

Mulheres que são um exemplo de força na luta contra a invasão russa do país.

Muitas levam filhos, pais e animais de estimação na corrida para fugir dos bombardeios, outras

fazem treinamento militar para resistir ao Exército da Rússia.

Têm efetivamente mostrado que têm resiliência, força e muita dignidade.

II SÉRIE-D — NÚMERO 31 _____________________________________________________________________________________________________________

8