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17 DE ABRIL DE 2023

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apoio inclui dez pacotes de sanções e o isolamento da Rússia, o estatuto de candidato da Ucrânia à UE, o

desenvolvimento de reformas e a sua reconstrução, felicitando pela iniciativa da conferência de doadores, pela

unidade transatlântica e o apoio prestado por parceiros como os EUA, Canadá e Japão. Sublinhou ainda o dever

especial que recai sobre a UE de manter o apoio à Ucrânia, na medida do possível, para alcançar a paz, pugnar

pela responsabilização, pela recuperação e reconstrução da Ucrânia numa nação próspera e europeia.

Andrii Plakhotnuik, Embaixador da Ucrânia na Suécia, expressou a sua gratidão pelo apoio prestado por

todos os Estados-Membros à Ucrânia no último ano, realçando a importância deste para a vitória dos valores e

princípios da democracia, agradecendo ainda o acolhimento temporário de refugiados ucranianos. Referindo-se

à atual situação que se vive na Ucrânia, mencionou a forte pressão militar sentida no Donbass, com

bombardeamentos diários a infraestruturas críticas e a zonas residenciais em Zaporijia e Kherson, alertou para

a falta de intenção dos russos de iniciar negociações de paz, e deu nota do plano de paz apresentado pelo

Presidente Zelensky na reunião do G20, apoiada pela resolução de 23 de fevereiro de 2023 da Assembleia

Geral das Nações Unidas. Salientando a necessidade de manter os esforços e a unidade da assistência, apontou

as dificuldades sentidas, no campo de batalha, a nível económico e na satisfação das necessidades básicas da

população. Frisando novamente a importância do apoio da comunidade internacional na recuperação e

restauração das infraestruturas críticas severamente danificadas, reiterou o empenho do povo ucraniano na

adesão à UE, recordando o papel dos Parlamentos nacionais dos Estados-Membros na implementação das

medidas de apoio à Ucrânia, com ênfase no mecanismo de sanções, na responsabilização internacional com a

criação de tribunal internacional especial, no apoio à sua adesão à UE e ao plano de paz, assim como na

reconstrução do país, que não deve esperar pelo fim do conflito. Terminou renovando a sua gratidão por todo

apoio prestado e expressando que continuarão a combater.

Carolina Vendil Pallin, Diretora-Adjunta de Investigação da Agência Sueca de Investigação de Defesa,

apresentou uma análise sobre a posição da Rússia, referindo três pontos essenciais: i) os objetivos russos neste

conflito permanecem inalterados e consistem primordialmente no controlo político da Ucrânia, com vista a afastar

o ocidente, e em particular a NATO na Europa, prejudicando assim a ligação transatlântica; ii) tem-se assistido

a uma militarização da sociedade russa, com a mobilização de soldados, a reintrodução da educação militar nas

escolas e uma forte propaganda de guerra, com enfoque na operação especial militar; iii) a Rússia encontra-se

em guerra com o Ocidente na Ucrânia, com os valores que representam. Concluiu alertando que estes dois

polos não podiam ser mais distintos, tal como os riscos neste conflito são maiores.

Seguiu-se o período de debate, onde foram abordados temas como a importância de adotar uma resposta

estratégica e unida da UE à agressão da Rússia contra a Ucrânia de forma a defender e promover os valores

europeus, acelerando, nomeadamente, o processo de adesão da Ucrânia à UE, e a importância da sua

reconstrução, da punição pelos crimes de guerra e a definição de compensações, tendo sido salientada a ajuda

militar prestada através do Mecanismo Europeu de Apoio à Paz e a necessidade de reforçar o fornecimento de

meios de combate, com destaque para a aquisição conjunta de munições e o papel dos Parlamentos nacionais

na implementação das medidas de apoio. Foi feito um apelo ao reconhecimento do Grupo Wagner como grupo

terrorista e ao papel da Rússia como promotora, tendo sido realçada a importância de criar centros médicos de

apoio social e psicológico face à violência contra mulheres e crianças, e de reforçar a monitorização, avaliação

e concretização de sanções contra a Rússia. Também foi feita referência à adesão da Suécia e da Finlândia à

NATO, a influência global da Rússia, por exemplo em África, Burkina Faso e Mali, a importância de não descurar

os desafios securitários no Sul e no Mediterrâneo, tendo sido feita menção à ausência do Alto Representante

da União para os Negócios Estrangeiros, Josep Borrell. Destaca-se aqui a intervenção de Oleksandr Merezhko,

representante do Verkhovna Rada ucraniano, que alertou para a necessidade de uma definição clara de paz

justa para a Ucrânia, a qual deve compreender seis objetivos: a derrota da Rússia, a desocupação territorial,

incluindo a Crimeia, a adesão da Ucrânia à NATO, a responsabilização, a definição de compensações de guerra

e a adesão da Ucrânia à UE.