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II SÉRIE-D — NÚMERO 24

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incidiu igualmente sobre as estratégias a nível da UE destinadas a fazer face às alterações demográficas,

incluindo o financiamento do desenvolvimento regional, os incentivos às famílias e o apoio à mobilidade da

mão de obra na UE. Referiram a importância de se agir com uma atitude proativa na adaptação às tendências

demográficas, com especial destaque para a sustentabilidade, a inclusão e os potenciais benefícios de uma

força de trabalho diversificada, tendo apelado a um diálogo e colaboração contínuos entre os Estados-

Membros e as instituições da UE para implementar medidas eficazes. Por fim, defenderam a necessidade de

se adotarem estratégias coesas que combinassem os esforços nacionais e europeus para fazer face à

complexa paisagem demográfica da Europa, apesar de alguns parlamentares terem salientado que as

tendências demográficas não afetavam todos os países europeus na mesma medida, entendendo que era

necessário algum tipo de autonomia na criação de iniciativas nacionais, uma vez que não era possível uma

solução única para todos.

Sessão IV – Segurança e defesa europeias

Esteban González Pons, Vice-Presidente do Parlamento Europeu, começou por sublinhar que o atual

ambiente geopolítico instável representava uma ameaça para os valores da UE, como a democracia, a

liberdade e o respeito pelo direito internacional, e destacou, a este respeito, a invasão injustificada e não

provocada da Ucrânia pela Rússia. Neste novo contexto, salientou que a União Europeia era o instrumento

necessário para os Estados-Membros garantirem que a Europa não fosse, mais uma vez, encurralada pela

rivalidade entre superpotências. Sublinhou a necessidade de intensificar a cooperação com a OTAN, enquanto

salientou que a defesa europeia deveria ser dotada de mais força, autonomia e capacidade para

complementar a OTAN. Apelou, igualmente, a uma Estratégia Europeia de Defesa comum que reforçasse a

indústria de defesa europeia, que desse uma resposta coletiva aos desafios militares e melhorasse a

preparação para as crises, a fim de responder às novas ameaças híbridas à segurança da UE. Concluiu

comprometendo-se a utilizar todo o potencial da cooperação interparlamentar para garantir que a voz dos

Parlamentos nacionais fosse corretamente canalizada para o Parlamento Europeu.

Interveio nesta sessão a Sr.ª Deputada Ana Sofia Antunes (PS), que destacou o sério desafio

demográfico que a Europa vivia, nomeadamente, com uma população muito envelhecida. Referiu que a

população europeia estava a ser regenerada com uma lentidão preocupante, por um lado, e com sistemas

de segurança social dispendiosos que careciam fortemente de mais contribuintes, por outro. Revelou,

também, que a aposta da requalificação das populações gerava um Estado social mais forte e um bem-estar

da população mais eficaz. Evidenciou que havia falta de mão de obra em diversos setores da economia,

como a construção civil, a restauração, o comércio ou a hotelaria, sendo que eram os imigrantes que

colmatavam essa lacuna laboral, aditando que a população imigrante em Portugal correspondia já a 17 %

dos contribuintes da Segurança Social. Destacou, ainda, que a população imigrante em Portugal estava a

repovoar diversas áreas rurais, defendendo que os imigrantes não eram um peso para Portugal. Concluiu

destacando que a Europa precisava da população imigrante para ser mais competitiva, não devendo esta

população ser deixada de fora do Pacto para a Competitividade.

Interveio nesta sessão a Sr.ª Deputada Ana Mendes Godinho (PS), que destacou o facto de a Europa

estar numa verdadeira corrida contra o tempo, uma vez que a sua demografia demonstrava que não havia

pessoas suficientes para garantir o futuro. Sublinhou que não podia ser aceitável que 20 % das crianças na

Europa estivessem em risco de pobreza, apelando a que houvesse um investimento maciço nas crianças

para quebrar este ciclo da pobreza. Referiu que Portugal tinha implementado a gratuitidade das creches,

estando essa medida a causar já grande impacto por prestar um maior apoio às famílias bem como por ser

um instrumento que garantia a igualdade de oportunidades às mulheres para se realizarem e fazerem parte

do mercado de trabalho. Quanto à migração, referiu que a Europa dependia da migração para crescer, para

ser competitiva e para sustentar o Estado social, mencionando que em Portugal os imigrantes pagavam sete

vezes mais para a Segurança Social do que aquilo que recebiam de apoio. Concluiu com um apelo para que

não se repetissem os erros do passado com a construção de novas «cortinas de ferro».