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RELATÓRIO | OBSERVATÓRIO TÉCNICO INDEPENDENTE

5.2.3 Ataque ampliado

O início do ataque ampliado (ATA) é obrigatoriamente garantido sempre que, após atingidos os

primeiros 90 (noventa) minutos de intervenção desde o despacho do primeiro meio de ATI, o

incêndio não tenha sido dado ainda como dominado (ou em resolução) pelo Comandante das

Operações de Socorro (COS-única função obrigatória em todos os teatros de operações). A

ação de ATA pode mesmo iniciar-se antes de se atingirem os primeiros 90 minutos de operação,

quando a previsão de evolução do incêndio, efetuada pelo COS, assim o determine, e como no

caso em apreço as condições o recomendem.

A passagem a ATA implica um reforço de meios com características de ataque ampliado, (meios

aéreos pesados e grupos de reforço), o que se consegue através de um processo de

balanceamento de meios intra-distritais de socorro e apoio terrestres, por despacho do CDOS,

ou de meios interdistritais ou nacionais terrestres e/ou aéreos, neste caso por despacho do

CNOS, obtendo-se, se necessário, a cooperação de outros organismos ou instituições nacionais

ou estrangeiras.

O Ataque Ampliado a um incêndio corresponde a uma segunda fase de desenvolvimento do

mesmo, quando não foi possível limitá-lo e extingui-lo num prazo máximo de 90 minutos, ou

quando a avaliação das suas condições de propagação e dos recursos em perigo recomendam o

emprego de recursos humanos e materiais mais importantes do que aqueles que são utilizados,

normalmente no ATI. O ATA está associado a todos os grandes incêndios, muitos dos quais se

podem tornar muito duradouros, complexos de gerir e eventualmente com danos materiais e

pessoais muito importantes.

Como é compreensível, os incêndios que requerem ATA são os que têm o potencial de percorrer

áreas mais extensas e de causar maiores danos materiais e sociais, incluindo a perda de vidas

humanas, embora estas possam vir a ocorrer mesmo em incêndios com uma área queimada

relativamente pequena. Pela sua complexidade e perigosidade requerem o envolvimento de

recursos humanos mais qualificados e numerosos, e de meios técnicos adequados, suportados

por meios de informação e de conhecimento idóneos.

A incorporação do melhor conhecimento e estratégia nestas operações poderá ser até mais

importante do que a quantidade de meios utilizados. De facto, estudo recente realizado em

Portugal conclui que a duração dos grandes incêndios não parece ser influenciada pela

quantidade de meios que lhes são alocados e a dimensão final desses incêndios responde

modestamente ao esforço de combate, uma vez que muitas oportunidades de controlo são

desaproveitadas (Fernandes et al., 2016).

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