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II SÉRIE-E — NÚMERO 19

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Figura 28. Os processos do sistema identificados no Relatório anterior do Observatório.

No âmbito do Planeamento continuam a verificar-se deficiências na planificação de modo a assegurar a

coerência nas intervenções e otimizar os recursos. A clara subutilização no teatro de operações da informação

de previsão meteorológica e do planeamento estratégico produzido pelo NAD-AIR contribuiu para o não

aproveitamento das janelas de oportunidade meteorológicas. A interação entre agentes do sistema deverá ser

melhorada, exigindo uma melhor uniformização de conceitos técnicos e da sua aplicação prática entre as

múltiplas entidades que intervêm no teatro de operações. A elevada diversidade das entidades envolvidas não

facilita este processo, pelo que tal deverá ser tido em conta em futuras reestruturações do sistema de combate

a incêndios. Por outro lado, é muito evidente a necessidade de integração de melhores ferramentas de

planeamento nos agentes operacionais do sistema, o que deverá ser uma preocupação central da AGIF, que

deverá rapidamente evoluir para uma estrutura de interagência, sem o qual o seu papel na melhoria

operacional do sistema fica esvaziado. O reforço da célula de planeamento NAD-AIR na ANEPC é, neste

sentido, estrategicamente muito importante.

No que respeita à gestão do combustível ficou evidente que neste incêndio estavam reunidas todas as

condições para um fogo de elevadas dimensões, tendo em conta o enorme potencial de combustibilidade

desta área, dado que na sub-região homogénea da Serra de Monchique, mas também nas de Silves e da Meia

Serra, dominavam os matos e o eucaliptal. O ordenamento do território deveria ser repensado de forma a criar

uma paisagem mais diversa, por ser pouco eficiente uma Rede Primária de Faixas de Gestão de Combustível

num contexto deste tipo de monoculturas florestais (particularmente de eucalipto). A reduzida implantação da

Rede Primária em relação ao programado nos PMDFCI dos Municípios afetados, o seu traçado não otimizado

e a sua pouca utilização no combate foram também aspetos negativos detetados. No que respeita às faixas

associadas à Rede Secundária, estas parecem ter permitido alguma eficácia na proteção de aglomerados

populacionais. Regista-se a ausência de utilizações alternativas da biomassa florestal, complementares à da

produção lenhosa, nomeadamente no aquecimento de pequenas unidades, que poderiam contribuir para uma

mais eficiente gestão do combustível. Um programa de apoio a estas alternativas seria altamente desejável.

A sensibilização das populações é um tema que não foi muito desenvolvido no âmbito deste relatório. No

entanto, foram recolhidas junto da população diversas sugestões, algumas das quais já postas em prática

nalgumas comunidades do Algarve, mas o facto de tal procedimento não ser ainda geral ou, pelo menos,

percecionado como tal, torna este conjunto de sugestões relevante. Assim, sugere-se que se deveria

previamente mapear toda a área, identificar as casas ocupadas, com informação obtida junto dos residentes,

incluindo dados de contato. Esta informação poderia ser utilizada pelos Bombeiros e pela GNR. Deste modo,

se os residentes telefonarem para o 112 e derem a indicação do número da casa, os Bombeiros saberão para

onde se dirigir. Houve casos de pessoas que contactaram o 112 e não foram socorridas porque não

conseguiam dar o nome de uma rua ou estrada, que permitisse localizá-los. Neste sentido, os Bombeiros e a