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4. Energia da biomassa florestal

A conversão da biomassa em energia é habitualmente reportada a partir de indicadores como

potência instalada (eletricidade) e produção de energia elétrica. Em 2018 a potência instalada

para a conversão de biomassa no país era da ordem dos 629 MW (4,5% de todas as fontes

renováveis) tendo sido a produção de eletricidade a partir de biomassa da ordem dos 2 558 GWh

(8% da produção de renováveis) (DGEG 2019). Embora a potência instalada e a conversão de

energia a partir da biomassa tenham aumentado na última década, a proporção desta fonte não

aumentou relativamente às outras fontes de energia renovável. Por outro lado, apesar do

aumento observado em relação ao passado recente, estes valores são ainda modestos

considerando a abundância da fonte e o correspondente potencial de conversão, bem como as

oportunidades associadas à prevenção de incêndios florestais.

A potência e produção referidas dizem respeito a um conjunto de unidades de dimensão

considerável ligadas à Rede Nacional. Há também a registar a conversão de energia a partir da

biomassa na forma de calor com aproveitamento industrial e residencial. As indústrias do setor

da pasta e do papel são os principais produtores e consumidores de calor, produzido sobretudo

em sistemas de cogeração (calor e eletricidade) a partir da biomassa (Observatório da Energia

2019). No setor residencial a biomassa é tradicionalmente convertida em calor para aquecimento

em sistemas de baixa eficiência, mas com tendência a aumentar. É nesta forma que ocorre a

generalidade da produção doméstica de energia da biomassa que representa 54% do total da

produção (Observatório da Energia 2019). Da mesma forma, a nível local a biomassa representa

uma fração significativa da biomassa consumida no setor residencial. Na cidade de Bragança,

por exemplo, 42% das habitações utilizam biomassa para aquecimento a qual é responsável pelo

fornecimento de cerca de 43% da energia final consumida na cidade (Azevedo et al. 2016).

A combustão direta é a principal tecnologia de conversão de biomassa florestal em Portugal

(Ferreira et al. 2017). Outras tecnologias de base termoquímica, como pirólise e gaseificação,

têm uma expressão reduzida e estão confinadas a escalas piloto (Ferreira et al. 2017). O

potencial destas duas últimas tecnologias é considerável, sobretudo numa perspetiva de

aumento da eficiência de conversão energética, embora o investimento em investigação nestes

domínios seja escasso. Apenas dois projetos de investigação financiados pelos concursos

abertos no âmbito da Prevenção e Combate de Incêndios Florestais pela FCT atualmente em

curso se dedicam ao desenvolvimento destas tecnologias, os projetos SUBe e CHARCLEAN.

Tal como observado em relação à disponibilização de biomassa, também o consumo de energia

no país é espacialmente heterogéneo, correspondendo à distribuição da população e da

indústria. Existem regiões onde, por fraca implementação de indústria, o consumo energético é

baixo, correspondendo quase exclusivamente aos setores residencial e serviços. Nessas

8 DE ABRIL DE 2020_______________________________________________________________________________________________________

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