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Potencial, que inclui biomassa arbustiva, produzida no mesmo ano, cerca de 1,5 milhões de

toneladas, nenhuma teve aproveitamento energético. No global existirão cerca de 2,3 milhões

de toneladas de biomassa disponível anualmente para usos diversos, incluindo a conversão

energética. A gestão florestal dos povoamentos e da paisagem para redução do risco de incêndio

deverá representar um acréscimo significativo a esta biomassa disponível. Não existe, contudo,

uma avaliação desta biomassa, a qual importaria realizar com alguma celeridade de forma a

poder utilizar-se informação detalhada e rigorosa na tomada de decisões com impacto no setor

da energia e da floresta.

Apesar da falta de dados, estima-se que a biomassa proveniente de operações de redução do

risco de incêndio seja considerável. De forma a garantir efeitos significativos da remoção de

biomassa na alteração significativa do regime do fogo, terá que haver remoção de biomassa a

larga escala (Regos et al. 2061), o que terá como resultado a disponibilização de elevadas

quantidades de biomassa. Em Portugal, a rede primária de faixas de gestão de combustível

planeada cobre uma superfície de pelo menos 129 545 ha, incluindo formações florestais e

arbustivas, cuja execução e manutenção implicará intervenções sobre elevadas quantidades de

biomassa. Se à rede primária acrescentarmos a rede secundária de faixas de gestão de

combustível, da qual não se encontram compilados dados à escala nacional, apercebemo-nos

da biomassa que pode efetivamente ser disponibilizada para diferentes usos anualmente. Por

outro lado, os incêndios recentes no país deixam antever a necessidade de intervenções

silvícolas e de redução do risco de incêndio numa vasta área de regeneração natural de espécies

florestais e arbustivas (649 000 ha de povoamentos florestais e 624 000 ha de matos desde

2010) que devem ser planeadas e financiadas com base na utilização da biomassa removida

para conversão em energia. O mesmo se aplica a áreas que venham a ser afetadas por incêndios

no futuro.

A biomassa florestal é produzida e disponibilizada de forma heterogénea no território nacional,

de acordo com padrões bioclimáticos e ecológicos, com regiões de elevada produtividade, como

as localizadas no litoral norte e centro, a assegurarem a generalidade desta produção. Os dados

estatísticos atualmente disponíveis para o país não permitem, no entanto, conhecer em detalhe

a distribuição da oferta de biomassa de acordo com a classificação adotada por Cunha e

Marques (2019), ou outra, a escalas regionais e locais, o que constitui uma lacuna do

conhecimento atual do setor florestal e energético com impactos significativos na definição de

políticas e estratégias a estes níveis. Neste âmbito seria ainda importante dispor de tecnologias

e processos eficientes de recolha e transporte de biomassa residual dos espaços florestais, para

o que deveria ser realizados investimentos em investigação e inovação. Atualmente em Portugal

são muito escassos os projetos que possam contribuir para tornar a recolha de biomassa mais

atrativa no curto e médio prazo, em particular numa perspetiva de redução do risco de incêndio

(e.g. projeto SAFEFOREST).

II SÉRIE-E — NÚMERO 25_______________________________________________________________________________________________________

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