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com as quais estamos de acordo, aliás, e que são importantíssimas.
Aquilo que a Sr.ª Deputada referiu relativamente ao que deve ou não ser prestado, sobre quem é que deve ou não estar no sistema, com certeza que não tem a unanimidade nem sequer a maioria desta Câmara. Se está na Constituição que o Serviço Nacional de Saúde deve ser universal e gratuito, o que temos de verificar é, por exemplo, qual a oferta do Serviço Nacional de Saúde em relação ao nível da evolução das despesas. Isto é uma coisa que podíamos analisar, como também poderíamos ver quantos centros de saúde, quantos hospitais, quantas valências existem, etc., analisando deste modo o nível de oferta, de sofisticação tecnológica, de demanda de saúde das próprias pessoas.
Ora, isso é que nos permitiria ver se estamos ou não no bom caminho e se fizermos essa análise veremos que ela é claramente favorável. E isto não é para tirar méritos para um governo que tem três anos, é para analisar a evolução do sistema, como fez o Sr. Secretário de Estado da Saúde há pouco, dizendo se, de há 20 anos para cá, desde que começou o Serviço Nacional de Saúde, houve ou não uma evolução positiva e se isto é ou não uma experiência bem conseguida mas que está longe de estar no seu funcionamento perfeito.
Aliás, a Sr.ª Deputada começou muito bem, pois havia um problema endémico, em Portugal, que era o da segurança social; havia outro problema endémico, que era o do défice de educação e outro ainda, que era o do Serviço Nacional de Saúde.
Ora, não se podem resolver todos os problemas ao mesmo tempo, mas podem dar-se passos para se ir resolvendo uns a seguir aos outros e, de facto, concordo perfeitamente que o esforço que foi feito numa legislatura para a segurança social e para a educação possa, imediatamente a seguir, ser substituído por outro esforço, por exemplo, continuando na segurança social, que está longe de ter toda a segurança financeira para nós que contribuímos hoje, e substituir a educação pela saúde, fazendo um forte esforço financeiro em que se injectam centenas de milhões de contos em quatro anos. Só que é preciso criar uma certa hierarquia, é preciso gerir políticas e gerir políticas é gerir opções, que VV. Ex.as podem contestar, no plano político.
De facto, VV. Ex.as podem contestar, no plano político, a nossa opção, dizendo que nós não devíamos ter subido...

O Sr. Bernardino Vasconcelos (PSD): - Ah, já não é paixão!

O Orador: - Bom, nas questões das paixões eu, normalmente, sou um bocado frio, mas, de qualquer das formas...
Como estava a dizer, VV. Ex.as podem contestar o facto de nós termos subido 1% sobre o rendimento nacional nas despesas para a educação, dizendo que nós não devíamos ter canalizado tantos meios financeiros para a educação mas, sim, dar mais meios financeiros para a saúde... Essa é uma contestação política perfeitamente legítima; agora, o que VV. Ex.as não podem é, logo à tarde, quando formos tratar do orçamento do Ministério da Economia, estar a pedir mais umas dezenas de milhões de contos, depois pedirem mais para os Negócios Estrangeiros, para a cooperação, e, depois, para as pensões, e vamos ver o que é que os Srs. Deputados do PP vão propor a esse nível.
Portanto, VV. Ex.as não podem é propor aumentos para tudo ao mesmo tempo! É que a diferença entre fazer uma oposição responsável e uma oposição menos responsável é que a oposição responsável faz também opções políticas enquanto que a oposição irresponsável pede aumentos para tudo ao mesmo tempo. Esta é que é a diferença!

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): - Era o vosso caso antes!

O Orador: - Não estou a dizer que VV. Ex.as são oposição irresponsável...

A Sr.ª Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP): - Mas pode!

O Orador: - O que estou a dizer é que se devem inserir as prioridades nos recursos financeiros...

A Sr.ª Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP): - Isso é que é governar!

O Orador: - Exacto! E se V. Ex.ª diz que era necessário canalizar mais umas dezenas de milhões de contos para a saúde, eu estou de acordo!

A Sr.ª Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP): - Disse-o o Sr. Primeiro-Ministro!

O Orador: - Aliás, o Ministro das Finanças e próprio Primeiro-Ministro já o disseram...

A Sr.ª Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP): - E serão irresponsáveis?!...

O Orador: - V. Ex.ª terá ouvido, com certeza, porque é uma pessoa muito atenta, o Primeiro-Ministro dizer que era preciso canalizar para a saúde mais meios financeiros do que aqueles que foram canalizados até agora. Não há dúvida alguma e estamos todos de acordo!
O que tem sido feito até agora é um trabalho extremamente meritório, adequando os meios financeiros disponíveis, que mesmo assim são muito volumosos, e poderá verificar que nunca houve uma transferência tão grande de verbas para a saúde como neste orçamento que VV. Ex.as estão a apreciar.
Mas, é lógico, não pode ser tudo de uma vez nem ao mesmo tempo! É lógico que uma das necessidades fundamentais das pessoas é saúde, mas uma das necessidades fundamentais do País é a educação e uma das necessidades fundamentais dos trabalhadores é a segurança social...
Portanto, temos aqui um leque de opções e era preciso termos dois orçamentos para podermos estar todos satisfeitos com os meios financeiros e criticarmo-nos uns aos outros por gastarmos a mais ou a menos ou fazermos mais ou menos.

O Sr. Bernardino Soares (PCP): - É cortar nos benefícios fiscais!