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a nós isso tem a ver, justamente, com o facto de ninguém questionar nem a RTPi, nem a RTP África.
Já não estou de acordo com o Sr. Secretário de Estado… Com todo o respeito, o Sr. Secretário de Estado fez-me lembrar umas pessoas que, às vezes, vêm fazer declarações sobre filmes portugueses e que aproveitam também para criticar o cinema americano. E, então, dizem que um determinado filme americano que está um ano em exibição não tem qualquer qualidade mas que há um filme português que teve 200 espectadores e que esse, sim, é que tem uma boa qualidade!

Risos.

O filme americano não presta, o filme português é que é muito bom, a maioria dos portugueses é que não é capaz de compreender e interpretar esses filmes. O Sr. Secretário de Estado, talvez "sem dar por ela", foi por esse caminho. E eu, repito, quero manifestar-lhe o meu desacordo.
O Sr. Secretário de Estado, no fundo, disse isto: a RTP tem muito melhor programação do que a TVI ou a SIC, e falou no conteúdo, falou em mais produção portuguesa da RTP. Sr. Secretário de Estado, isso tudo é verdade! Mas quantas pessoas é que vêem a RTP e quantas pessoas é que vêem a SIC? Aí é que reside o problema. Eu, decerto, ponho isto em termos muito comezinhos… Bem, faço a tal comparação entre o filme americano que está um ano em exibição e o filme português que está duas semanas em exibição.

O Presidente (José Penedos): - O Sr. Secretário de Estado da Comunicação Social quer responder?

O Sr. Secretário de Estado da Comunicação Social: - Sim, Sr. Presidente.

O Presidente (José Penedos): - Tem a palavra.

O Sr. Secretário de Estado da Comunicação Social: - Sr. Deputado, eu constato que o Sr. Deputado Vieira de Castro não falou com o Sr. Deputado Fernando Seara, porque o Sr. Deputado Fernando Seara, na Comissão, queixava-se de que a verba prevista no Orçamento do Estado para este ano era escassa, era menor do que aquilo que seria necessário para o desempenho do serviço público.

Risos do PS.

Como diria o Primeiro-Ministro, "é a vida!".
Em todo o caso, digo-lhe o seguinte: nós faremos - o Governo fará e a empresa fará - um grande esforço para diminuir os custos e para que a verba gasta pelo serviço público de televisão seja a menor possível, dentro da prossecução daquilo que nos parece essencial, que é um serviço público com qualidade, que sirva de referência e que tenha uma audiência marcante, sobretudo no seu canal generalista.
O Sr. Deputado acha que é pouco ter três ou quatro milhões de pessoas, por dia, a verem a RTP1? Eu não penso que seja pouco. Penso que é marcante e importante para o País.
Em relação à segunda observação que fez, digo-lhe que não faço comparações entre filmes portugueses e americanos, tal como não gosto de fazer comparações e apreciações de qualidade em relação à programação. Mas estranho um pouco que o Sr. Deputado, tanto quanto percebi, tenha mostrado uma certa indiferença pela programação ser portuguesa ou ser estrangeira. Suponho que não é esse o entendimento da maior parte das pessoas dirigentes do seu partido, mas esse é um problema do PSD.

O Sr. Fernando Seara (PSD): - Sr. Presidente, peço a palavra.

O Sr. Presidente (José Penedos): - Para que efeito, Sr. Deputado.

O Sr. Fernando Seara (PSD): - Para uma intervenção, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente (José Penedos): - Então, terá de esperar pela sua vez.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Reis.

O Sr. António Reis (PS): - Sr. Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro, Sr. Secretário de Estado da Comunicação Social, continuo a verificar, ao fim de vários anos, sobretudo desde que está na oposição, que, em matéria de serviço público de televisão, no PSD, "cada cabeça, sua sentença"!
Em sede de debate na generalidade deste Orçamento, verifiquei que, na Comissão, o PSD adoptou uma posição de alguma preocupação relativamente à escassez do financiamento previsto, este ano, para o serviço público de televisão, receando que, para o ano, a situação viesse a agravar-se e, posteriormente, no debate na generalidade, aqui mesmo, no Plenário, o seu actual líder, Deputado Durão Barroso, pelo contrário, resolveu colocar a RTP à cabeça da lista dos responsáveis pelo excessivo despesismo deste Orçamento.
Verifico agora, em sede de especialidade na Comissão, que há um Sr. Deputado do PSD, o Deputado Vieira de Castro, que, além de se mostrar altamente preocupado, de novo, com o excessivo despesismo relativamente à RTP, serviço público de televisão, deixa passar uma nova tese ainda mais surpreendente: é que a RTP, em princípio, não deveria defender a identidade cultural e nacional portuguesa na sua programação, mas deveria sucumbir à lógica das audiências e, consequentemente, quanto mais filmes americanos, melhor.
Ora bem, o exercício que eu queria propor ao Governo e aos Srs. Deputados era o seguinte, já que estamos em matéria de Orçamento e de números: vamos colocar-nos no ponto de vista do PSD, pelo menos de um dos pontos de vista que ele tem defendido até hoje, a saber, o ponto de vista de que um dos dois canais generalistas da actual RTP não deve ser considerado serviço público. É uma das teses que eu tenho ouvido defender ao PSD. Naturalmente, penso que, dentro desta tese, o canal que hoje consideram mais próximo do que é a "sua" concepção de serviço público é a RTP2.
Gostava que o Governo informasse os Srs. Deputados do PSD e a Câmara sobre quanto custa aquilo que, aparentemente, segundo uma das teses do PSD, não pode deixar de ser considerado serviço público, ou seja, o conjunto da actual RTP2, da RTP Internacional, da RTP África, da RTP Açores, da RTP Madeira, do arquivo da RTP e, eventualmente, poderíamos juntar, ainda, outras despesas que deveriam ser igualmente consideradas