O texto apresentado é obtido de forma automática, não levando em conta elementos gráficos e podendo conter erros. Se encontrar algum erro, por favor informe os serviços através da página de contactos.
Não foi possivel carregar a página pretendida. Reportar Erro

 

vem do orçamento do Ministério da Educação mas, sim, de outros, nomeadamente através das intervenções desconcentradas.
Por exemplo, as candidaturas que as câmaras fazem para construção de estabelecimentos do pré-escolar não são feitas com base em verbas do Ministério da Educação mas, sim, por exemplo, do Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente. Portanto, as verbas vão lá parar sem ser através do Ministério da Educação.
Mas não venham acusar-me de que estou a limitar, muito pelo contrário: quer a Medida 1 quer a Medida 3 das intervenções desconcentradas têm ainda margem, em muitas regiões do País, para poder fazer-se mais. Haja candidaturas…
Portanto, a parte que respeita ao Ministério da Educação tem muito mais que ver com a despesa de funcionamento, que é a colocação de professores e de educadores neste caso.
Nessa perspectiva, tente perceber que quando nós aumentamos as despesas de funcionamento não é para procedermos a um aumento dos ordenados mas, sim, das colocações de educadores nessa rede. Isto quer dizer que a rede, na realidade, aumenta, só que o investimento não está registado no PIDDAC do Ministério da Educação.
Posso igualmente dizer que o mesmo se coloca relativamente ao problema da educação de adultos.
Ó Sr. Deputado Luiz Fagundes Duarte, já me conhece há uns bons anos, e também me conhece como Deputado, tendo invocado, nomeadamente, muitas das coisas que eu aqui disse. Invocou-as bem e eu não as nego!
Eu não gosto de ter sempre razão, até porque penso que a chamada coerência levada ao extremo é burrice, mas é óbvio que, no que diz respeito à educação de adultos, passa-se uma coisa muito simples: há vários programas de promoção da educação de adultos que encerraram, que fecharam o seu ciclo, nomeadamente os que estavam associados a financiamentos comunitários, e aí já há uma parte que não decorre de uma decisão minha, mas de decisões do último governo socialista - e nem se trata propriamente de decisões mas, sim, do facto de determinados programas terem acabado.
Por outro lado, o Sr. Deputado também sabe que, no que respeita à educação de adultos, há verbas inscritas no serviços centrais precisamente para isso. Focou o caso da direcção-geral de formação vocacional…

O Sr. Luiz Fagundes Duarte (PS): - Então é o "bolo"!…

O Orador: - Obviamente que é o "bolo"! Quer saber como é que é distribuído? Tem que ver com os centros de certificação, com o financiamento de programas de alfabetização. É óbvio que está lá tudo! Mas, no que diz respeito à educação de adultos propriamente dita, em termos dos programas que já vinham de trás, eu não introduzi nada de novo - eles estão consagrados precisamente na rubrica da educação de adultos.
Não há desinvestimento na educação de adultos, a única coisa que se passa é que houve programas que entretanto fecharam e que, obviamente, não estão registados em termos de futuro. Se aparecerem mais candidaturas, tudo bem.
Contudo, permitam-me que vos diga que muitos desses programas não tiveram qualquer efeito em termos da diminuição das taxas de iliteracia e de analfabetismo. Este é que é o problema! Mais do que andarmos aqui a tentar fazer subir todas as verbas e rubricas do orçamento, deveríamos reflectir em conjunto e fazer as seguintes perguntas: por que é que um conjunto de programas e projectos que foram desenvolvidos não teve o impacto que estávamos à espera que tivesse? Por que é que a gestão flexível de currículos não permitiu combater o abandono escolar? Por que é que os Territórios Educativos de Intervenção Prioritária não tiveram os resultados de que estávamos à espera? Por que é que não sei mais quantos programas, que envolveram um gasto significativo de verbas, não tiveram os resultados de que estávamos à espera?
Este é que é o problema de base! E sem queremos estar aqui a apurar responsabilidades de a ou de b...! Trata-se de tentar aprender com os erros do passado e de procurar que esses erros não se repitam no futuro, porque continuamos com elevadíssimas taxas de analfabetismo. E o Sr. Deputado também sabe perfeitamente que das taxas apresentadas ultimamente, com base nos recenseamentos, há uma parte, que designamos por analfabetismo estrutural, que é irrecuperável e há outra parte que é recuperável.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Não é verdade!

O Orador: - Ó Sr. Deputado João Teixeira Lopes, pois, não é irrecuperável…

A Sr.ª Luísa Mesquita (PCP): - Nada é irrecuperável!

O Orador: - Essa frase é lindíssima! "Nada é irrecuperável!"... Sinceramente, eu adopto-a e repito-a, porque tem aquela componente poética que todos nós desejamos que as coisas tenham na política. Contudo, só queria que houvesse algum rigor e alguma objectividade nestas coisas, porque senão andamos a enganar-nos uns aos outros.
Se por acaso vir os dados relativos ao recenseamento de 2001, publicados recentemente, há-de verificar que, ao nível do analfabetismo, há uma componente em que as idades são elevadíssimas e em que as próprias pessoas já têm uma grande dificuldade de integração em programas destes. E digamos que algumas das iniciativas voluntaristas e bem intencionadas do governo anterior relativamente à alfabetização de adultos ruíram, única e simplesmente, porque não perceberam isto.
Penso que é muito mais importante combater o abandono escolar, apostar no retorno ao sistema educativo de populações jovens em idades activas, para evitar que essa verdade se repita! Nós temos de definir prioridades e sabemos onde é que devemos pegar!
Porém, se houver iniciativa das comunidades locais, das escolas, das autarquias, visando programas para alfabetização, no fundo, para este combate ao analfabetismo, pode ter a certeza de que elas encontrarão eco e resposta no Ministério. Pode ter a certeza de que não se vai negar isso.
É claro que o Sr. Deputado Luiz Fagundes Duarte não podia resistir a usar o termo da sanha do "fecho das escolas"!...

O Sr. Luiz Fagundes Duarte (PS): - É "poético"!

O Orador: - Eu também reconheço que é poético, mas, como sabe, a minha "sanha" não é a de fechar escolas mas, sim, a de obter ofertas educativas qualificadas. Esta é que é a minha sanha!!
Portanto, o meu objectivo - e não é diferente do objectivo que estava presente na política educativa dos seus