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dar a uns e tirar a outros, porque a verba é a mesma. Foi a única razão, não houve qualquer razão especial para o fazer.
Finalmente, quero apenas dizer uma coisa: Sr. Deputado, não estou nada crispado. Nada! O Sr. Deputado é que me quis pôr crispado! Não estou nada crispado, sinceramente, mas há uma coisa que me parece importante, que é a minha consciência, além de que, neste momento, tenho um programa a cumprir e, com certeza, vou cumpri-lo.
Repare, Sr. Deputado: estou perfeitamente disposto a conversar com todos e penso nunca houve tantas reuniões com as associações de estudantes como desta vez e é verdade, pois recebi-as sempre que quiseram e fui eu próprio, não mandei ninguém, tal como os Srs. Reitores, que também foram recebidos sempre que quiseram. Agora, sinceramente, parece-me que isto tem o reverso e o reverso é que a situação seja toda muito clara e muito transparente. Neste momento, é a única coisa que peço, não peço mais nada.
Para terminar, o Sr. Deputado falou-me nos índices e quero falar-lhe disso com o mesmo rigor e com a mesma seriedade com que falei agora. Também tenho aqui índices, só com uma diferença, pois os índices que tenho dizem que Portugal, neste momento, está numa situação média. Por exemplo, a Bélgica está abaixo de nós, assim como uma série de outros países, a Espanha e a Alemanha estão ao nosso lado, etc. Mas eu não quis utilizar estes dados…

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Qual é a fonte?

O Orador: - Deixe-me acabar, se faz favor.
Não quis utilizar estes dados porque hoje, pura e simplesmente, e é dito por especialistas na matéria, eles estão mal definidos. Por isso é que não os utilizei e foi o senhor que veio chamar a minha atenção para os mesmos.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Os dados são da OCDE!

O Orador: - Deixe-me acabar por favor. Até esses próprios estão mal definidos.
Posso dizer-lhe que, neste momento, há países que incluem as universidades privadas, há países que não as incluem, e tudo isso está incluído nesses dados. Posso dizer-lhe que, neste momento, se, porventura, tivesse alguma dúvida, e penso que não tem qualquer dúvida, fiz a mesma consulta ao ex-Reitor Amaral, que me chamou a atenção para isso mesmo, ou seja, que os dados internacionais neste momento não incluem igualmente as bolsas, o apoio social aos alunos, uns incluem os pós-secundários, outros incluem outras coisas. É ele próprio que chama a atenção para o cuidado que é preciso ter com estes dados e foi por essa razão que não os utilizei, mas tenho-os aqui e, se eventualmente os quiser, tenho muito gosto em oferecer-lhos.

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - Então, estamos ao nível da Alemanha?!

O Orador: - É verdade, Sr. Deputado!

O Sr. João Teixeira Lopes (BE): - E toda a gente acredita nisso!

O Orador: - Sr. Deputado, peço desculpa mas eu não quero entrar em diálogo, tanto mais que prometi ao Sr. Presidente que não o faria. Quero apenas dizer-lhe que estou disposto…

Protestos do Deputado do BE João Teixeira Lopes.

Oiça, Sr. Deputado, eu não quero fugir a esses dados. O que eu acho é que eles não podem ser "atirados para o ar" sem, eventualmente, se saber o que está por detrás deles. É a única coisa que peço.
Mas vamos fazer isso, penso que não há qualquer problema. Mais: até acho que o nosso progresso - e este é o sentido da avaliação - deve ser o "delta" que conseguirmos. Este é que é, para mim, o grande problema. Neste momento, não posso, com certeza, pedir a uma instituição do ensino superior do interior que tenha a mesma progressão das que se encontram no litoral, onde têm outra capacidade. E foi por isso que eu disse "Não, senhor, vamos sentar-nos, vamos verificar quais são esses dados concretos e, a partir desse momento, vamos analisá-los".
Agora, o que posso dizer-lhe é que tive a mesma preocupação que o Sr. Deputado. Pedi a um especialista, e estou convencido de que é, hoje, um dos maiores que temos em Portugal, e na carta que ele me escreve diz "Vão aí os dados, mas atenção!". E tenho muito gosto em fornecer-lhos.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Massano Cardoso.

O Sr. Massano Cardoso (PSD): - Sr. Presidente, quero cumprimentar V. Ex.ª, os Srs. Membros do Governo e os Srs. Deputados e fazer algumas considerações e perguntas ao Sr. Ministro da Ciência e do Ensino Superior.
Em primeiro lugar, este orçamento do Ministério da Ciência e do Ensino Superior é fruto de circunstâncias de todos conhecidas. E há um facto que salta logo à vista: é impossível desenvolver o ensino superior com este orçamento. É um facto! Mas o que quero saber é se, realmente, considera que este orçamento pode manter o ensino superior, com dignidade, no próximo ano lectivo. Isto porque as críticas que foram feitas, e ainda ontem tivemos oportunidade de as ouvir, foram de tal modo contundentes que, realmente, nos colocam num certo sobressalto, ao ouvir responsáveis a afirmar que, no próximo ano lectivo - e estou a referir-me concretamente aos institutos politécnicos -, 2003/2004, não irá funcionar. Realmente, penso que seria uma irresponsabilidade total.
Também pela análise do orçamento, podemos verificar que há alguns dados positivos, como um ligeiro acréscimo percentual no funcionamento para o ensino superior, e presumo que terá chegado a estas verbas com a aplicação da fórmula de financiamento.
Mas com o que fiquei muito surpreendido foi com a posição do Sr. Presidente do CRUP, ao afirmar que a metodologia consignada na lei de financiamento do ensino superior tem grandes potencialidades e é um bom método. E fiquei muito surpreendido, porque, ainda há muito pouco tempo, no decurso de uma audiência em que estiveram representadas pessoas ilustres do nosso país e com grande experiência, tinha afirmado categoricamente que esta lei já tinha tido os seus dias e que, naturalmente, teria de ser substituída, para evitar que criasse desigualdades. Realmente, fico um pouco surpreso. Será que a lei é boa para