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avanço para esta fusão, para que não haja aquilo que muitos criticaram, que é ser feita brutalmente, sem ouvir ninguém. Isto não vai acontecer, e tanto assim é que já estão a ser ouvidas pessoas.
Mais: no caso da fusão do IAC com o IPAE as audições já estão a decorrer há algum tempo e avançou-se para um texto que vai servir de base a algumas consultas a determinadas entidades - é evidente que não nos propomos ouvir todos os arqueólogos ou todas as pessoas que trabalham no património arquitectónico, pois seria materialmente impossível - para se obter um texto com uma densidade, não digo uma perfeição, porque esta não é deste mundo e muito menos do mundo da política e, certamente, muito menos do mundo deste Ministro, que não aspira à perfeição neste campo e que até pensa, como já tive ocasião de dizer neste Hemiciclo, que a perfeição tem atrás de si a tentação das sementes do totalitarismo, portanto, cuidado, com a perfeição… Mas não quero derivar para outras questões, quero apenas garantir ao Sr. Deputado que não há aqui qualquer automatismo nem mecanicismo e que vamos fazer com que estas actividades não sejam afectadas.
Em relação à pergunta sobre o ICAM, vou deixá-la para o fim, porque, depois, o Sr. Secretário de Estado Adjunto irá completá-la.
Quando à localização do museu do Côa, aquilo que se fez e que foi, aliás, largamente explicado na altura… E permito-me chamar a atenção do Sr. Deputado para o facto de que, quando se fala em arqueologia, não se pode falar só do IPA. O Sr. Deputado lembra-se com certeza da questão que me colocou há 15 dias a propósito das verbas para a cultura em geral, ao que eu disse: "Atenção, há outras!" Aqui, mutatis mutandis, vale também para a questão da arqueologia, porque há verbas e esforços no campo da arqueologia que não estão no IPA. O IPA é evidentemente muito importante na área da arqueologia - Instituto Português de Arqueologia é o seu nome -, mas há trabalhos e competências de arqueologia que, como sabe, ficaram na área de competência do IPPAR e há outras entidades que também vão receber investimentos neste domínio, sendo a primeira delas o Museu Nacional de Arqueologia, que é, para nós, um dos museus prioritários, que se situa em Belém e que, com recurso a fundos europeus, verá finalmente o seu problema resolvido, já que nunca teve espaço para expor todas suas colecções, e, finalmente, como é evidente, o museu do Côa, que era objecto da sua segunda questão.
Portanto, com a resposta a esta sua segunda pergunta completo a resposta à sua primeira questão dizendo. "Atenção, na arqueologia há outros investimentos novos, nomeadamente no Museu Nacional de Arqueologia, para além dos que estão no IPA e no IPPAR e também no museu do Côa".
Voltando à localização do museu do Côa, devo dizer que se trata de uma questão complexa.
Depois de ter recebido o relatório de um grupo de trabalho que tinha feito a revisão do projecto inicial - e isto foi na altura em que vim aqui pela primeira vez, em fins de Maio passado, conforme se deve lembrar, acompanhado pelo Director do IPA, o Dr. Fernando Real, tinha-o recebido nesse próprio dia, horas antes -, o que me pareceu foi que poderia haver um outro processo, embora correndo o risco de haver um atraso de alguns meses, que fosse mais transparente - e já tenho pareceres nesse sentido - e também mais participado. Isto porque, se me permite e sem qualquer crítica, aquilo que notei naqueles primeiros meses é que havia uma atitude paradoxal e contraditória.
Por exemplo, a propósito das fusões, as pessoas diziam "temos de ser ouvidos…", etc., e nós, como queremos fazer isso, estamos a fazer a coisa mais lentamente para ouvir as pessoas. No entanto, a propósito da localização do museu do Côa já não vi o mesmo empenho de todas as pessoas quanto a haver uma audição mais alargada, nomeadamente das entidades competentes e com autoridade na matéria. E aqui há claramente algo paradoxal.
Então, por que é nuns casos se pretende uma grande audição e noutros não? Dir-se-ia: "Bom, o processo neste caso já ia mais adiantado". É verdade! Mas ainda não havia uma decisão definitiva, e a prova disso é que o governo anterior já tinha feito uma redução do primeiro projecto, que era verdadeiramente enorme, digamos assim.
Então, constituímos um grupo de trabalho composto pelo próprio director do IPA, Dr. Fernando Real, pelo subdirector do Instituto Português de Museus (IPM), pelo director do Centro Nacional de Arte Rupestre, que também faz parte do IPA, e ainda pelo director do Museu Nacional de Arqueologia. Demos um prazo relativamente curto, porque isto passou-se nos primeiros dias de Junho (31 de Maio ou 1 de Junho) e em meados de Agosto recebi o relatório deste grupo, que tive o gosto, e digo-o sem querer fazer qualquer crítica, como é óbvio, de o entregar ao Sr. Presidente da República antes da sua ida para Foz Côa. Não sei por que motivo, mas parece que houve alguém que disse que o Ministro escondia a questão da localização ao Sr. Presidente da República, o que seria impensável, por todos os motivos e ainda por cima conhecendo-me, que eu fizesse uma coisa dessas, que fosse acompanhar o Sr. Presidente da República, que me dava essa honra, ao concelho do Côa e não lhe desse um exemplar do relatório. Isto seria impensável! E eu apenas falo nisto, Sr. Presidente, porque houve alguém que disse: "o Ministro esconde o relatório!", o que seria verdadeiramente impensável, quando foi exactamente o contrário que aconteceu.
Portanto, foi este relatório, elaborado por estas quatro personalidades, e que depois foi completado por outros relatórios de individualidades ou instituições, os quais já recebi, que prepararam a decisão que irá ser tomada a curto prazo, a qual, como é evidente, ainda não posso revelar aqui, até porque, como também sabem, sobre esta matéria recai uma competência sobreposta, a do Ministério da Cultura e a do Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e Ambiente, não só por motivos de distribuição de verbas de fundos europeus mas também porque, para uma obra desta magnitude, tratando-se ainda por cima de um parque natural, com paisagem protegida, sujeito a todo um regime de parques naturais - mas agora não vou falar disto, pois não é da minha competência -, teria de haver uma decisão conjunta dos dois Ministérios.
Mas ao receber o relatório desse grupo de trabalho verifiquei que havia nada mais nada menos do que cinco localizações possíveis, duas das quais eram de acesso extraordinariamente difícil e uma outra ficava num sítio muito degradado e próximo da cidade de Vila Nova de Foz Côa, restando, portanto, duas, e é sobre estas duas que se terá de fazer-se a escolha. Estas duas localizações são: na chamada Canada do Inferno, que é onde se encontra a barragem, e na confluência do rio Côa com o rio Douro, e cada um destes locais tem vantagens e inconvenientes. Logo, a