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Para finalizar, vou referir algo que tem passado um bocado ao lado do debate de hoje, estranhamente, que é a sociedade de informação, porque penso que ela deixou de ser uma prioridade para muitas forças partidárias depois de terem descoberto o que é que queria dizer o sinal gráfico da arroba.
Nós, como já descobrimos há muito tempo o que é a arroba e queremos fazer uma aposta séria - e vou utilizar uma expressão de que PCP gosta certamente - na democratização da Internet, na sua chegada a todo o lado, pensamos que não faz sentido que as associações juvenis tenham computadores a servirem de aquários, de jarras, de floreiras, que não servem para mais nada a não ser para decorar no escritório da sede da associação.

O Sr. Bruno Dias (PCP): - Não ofenda!

O Orador: - No orçamento, a sociedade de informação é um bom exemplo de algo em que se pode fazer muito mais não gastando mais dinheiro.
Em Portugal, os níveis daquilo que tem sido executado, em termos de programas de apoio à sociedade de informação, são vergonhosos, e é uma área claríssima (se calhar, é por isso que VV. Ex.as nem sequer a referem) onde se percebe que com menos dinheiro se pode fazer muito mais e muito melhor. Por isso, quero perguntar ao Sr. Ministro se não há projectos ambiciosos na área da sociedade de informação. Há, sobretudo, vontade de fazer e, quando ela existe, pode haver menos dinheiro mas far-se-á certamente muito mais, e a sociedade de informação é um caso paradigmático.

Pausa.

O Sr. Presidente (António da Silva Preto): - Para responder, tem a palavra o Sr. Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro.

O Sr. Ministro Adjunto do Primeiro-Ministro: - Sr. Presidente, Sr. Deputado Jorge Nuno Sá, muito obrigado pela sua pergunta e pela oportunidade que me dá de poder responder a matérias estruturantes da política de juventude e da sociedade de informação, dando aqui um contributo positivo devido à sua atitude responsável e à pergunta que V. Ex.ª formulou.
Como já disse e não queria repetir uma vez mais, penso que é notório, visível e compreensível, a todos os títulos, que estamos perante um orçamento que tem uma trave-mestra que se chama rigor e uma preocupação que é a verdade. Por isso mesmo cuidámos que os dados aqui reflectidos visem realidades factíveis e mesuráveis e não partam de acções de ilusionismo, de megalomanias ou de qualquer outro tipo de política menos transparente, menos verdadeira, que depois não tem qualquer conjugação com a realidade visível aos olhos dos eleitores.
Nesse sentido, há aqui dois pilares importantes que estamos a levar a cabo, simultaneamente: o pilar do rigor e da verdade orçamental e o pilar da reforma do sistema.
O pilar da reforma do sistema visa uma reestruturação profunda em todo o modelo, que tem como objectivo racionalizar, optimizar e aumentar a capacidade de resposta.
Sr. Deputado, seria tão fácil para mim continuar com a duplicação de meios, com a triplicação de estruturas e dos respectivos quadros, com toda essa panóplia de instrumentos criados pelo anterior governo, continuar a trabalhar pondo mais dinheiro nas instituições, nas estruturas, mas sem resolver o problema estruturante, que é o que me preocupa. E estou aqui com essa preocupação, com esse desiderato, que é o de, do ponto de vista do jurista, deixar uma base sólida do sistema jurídico desportivo, que hoje é a maior confusão, a maior amálgama, contribuindo para a racionalização das estruturas e, digamos, para uma maior transparência do sistema, que é também, para nós, muito importante.
Por isso, Sr. Deputado, estamos empenhados, este orçamento reflecte essa realidade, este orçamento tem essa preocupação, como bem disse, tem essa meta, que é a de podermos executar aquilo que nos propomos fazer e não apenas propor e propor sem ter a preocupação de executar. O sentido da responsabilidade no serviço da causa pública é importante, dele não nos demitimos e, por isso, aqui estamos.
Também no seguimento e no respeito dessa medida, relativamente à Sociedade da Informação, é importante que V. Ex.ª coloque essa questão, tanto mais que tem as responsabilidades que tem e representa o que representa, aqui e fora desta Câmara, porque a Sociedade da Informação é a mudança radical e estrutural de uma nova geração, para podermos ultrapassar o atraso de décadas, e quem ainda não o percebeu terá de o perceber ou, então, os factos passar-lhe-ão ao lado.
Já lá vão os tempos em que os governantes não conheciam os símbolos de que falavam, não sabiam o que era o @. Já lá vai esse tempo! Já lá vai o tempo em que o @ era utilizado como slogan mas ninguém o sabia identificar como símbolo. Hoje em dia, temos também uma preocupação, a nível da juventude, que é a de garantir a igualdade de oportunidades. Nesse sentido, uma das nossas preocupações políticas, na área da Sociedade da Informação, é, sem dúvida, a de combater a info-exclusão, até no sentido de podermos contribuir com ganhos de competitividade. E, para combater a info-exclusão, temos dois meios: massificar o conhecimento das tecnologias da Sociedade da Informação, através de formação; alargar a rede de acesso às tecnologias de inovação e do conhecimento. Estas são as nossas preocupações.
Por isso, e quanto ao massificar do conhecimento das TIC, através da formação, o Programa INFORJovem, que registou, até ao final de Outubro - e bom falarmos em números, porque gostam muito de falar em números apenas quando convém -, apenas 5373 inscrições, deverá atingir 25 000 jovens. Esta é a nossa preocupação e é nesse sentido que iremos trabalhar.
Mas é também nesse sentido que vai o plano de acção para a formação profissional dos activos qualificados desempregados e que estamos a tomar medidas, através da utilização de fundos comunitários que não eram utilizados. Por isso, houve um projecto-piloto com 50 casos de sucesso de qualificação de jovens profissionais activos qualificados que estavam no desemprego. É nesse sentido que estamos a trabalhar, é nesse sentido que, inclusivamente, a formação profissional e a política de juventude vão ser colocadas e tudo será conjugado através de uma estrutura comum, para podermos levar a cabo importantes programas de acção na formação. É importante que haja, também aqui, uma aposta no empreendedorismo, que é preciso desenvolver, acreditando que os jovens são capazes de criar auto-emprego e também, por si só, contribuir para a melhoria e a afirmação de projectos, bem como para a integração de activos na sociedade.