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ou se entende que ainda é possível uma decisão consensual e, portanto, algum dos Srs. Deputados que já expressou a sua opinião toma de novo a palavra para sugerir o consenso, ou teremos de proceder a votação.
Tem a palavra o Sr. Deputado Joel Hasse Ferreira.

O Sr. Joel Hasse Ferreira (PS): - Sr. Presidente, há pouco falou-se no facto de já ser 1 hora da manhã, portanto, é com manifesta má-fé que alguns elementos da maioria enveredaram por este caminho. Julgo que não querem fazer o debate com pessoas a assistir, com jornalistas presentes, não querem que o debate seja visto pela televisão, querem armar alguns shows, alguns números de espectáculo amanhã noutras direcções e, portanto, não querem tratar esta questão com seriedade.
Um dos aspectos que temos visto é, de vez em quando, sobressair nesta maioria a falta de seriedade com que trata estes assuntos. Penso que isto é muito pouco correcto, é muito pouco honesto, mas, enfim, já não me surpreende!…

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Lino de Carvalho.

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Sr. Presidente, está em causa uma questão algum bom senso nesta matéria. Vamos fazer um exercício: são 2 horas da manhã, sendo que o debate do articulado vai demorar, no mínimo, até às 4 ou 5 horas da manhã. Ora, penso que para quem pode estar a querer amanhã de manhã preparar algo esta hipótese inviabiliza em grande parte esse trabalho.
Se nós e os serviços, depois de estarmos aqui sentados desde as 10 horas da manhã, pudéssemos, seguindo a sugestão do Sr. Presidente, estar aqui às 9 horas, até às 11 horas ou 11 horas e 30 minutos teríamos este processo resolvido. Depois, com alguma serenidade, com alguma calma, com a cabeça relativamente fresca íamos preparar os dossiers e as propostas para o dia seguinte. Parece-me que isto representa o mínimo de bom senso, de equilíbrio. Podemos continuar hoje, mas acabando às cinco da amanhã o resultado, do ponto de vista prático, é o mesmo. De qualquer modo, a questão é colocada à consideração dos Srs. Deputados.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado Duarte Pacheco.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): - Sr. Presidente, inicialmente, estavam previstos dois dias, o de sexta-feira passada e o de hoje, para estes trabalhos, e com calma teríamos feito tudo. Isto significaria que não haveria uma pressão muito grande sobre a Comissão, que haveria tempo e disponibilidade. Face à necessidade de remodelar o calendário da vinda dos membros do Governo ficámos circunscritos ao dia de hoje, porque desde sempre a Conferência de Líderes tinha reservado a terça-feira quer para os serviços fazerem o guião quer para os grupos parlamentares poderem preparar as suas intervenções para o debate.
A questão que está em cima da mesa é a seguinte: se interrompermos os trabalhos sabemos que se quebra o ritmo e que amanhã a reunião não começa às 9 horas. Por mais boa vontade que o Sr. Presidente tenha, às 9 horas não estaremos a começar a reunião, mas, sim, muito mais tarde, e o tempo de descanso de cada um de nós não é assim tanto que nos permita estar aqui na nossa maior das capacidades. Cada um poderá gerir o seu tempo se continuarmos desde já a discussão, e nós estamos prontos para a continuar, quando o Sr. Presidente assim o desejar.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, estou a ver que não é possível chegar a consenso!…
Tem a palavra o Sr. Deputado Lino de Carvalho. Vem trazer consenso, Sr. Deputado?

O Sr. Lino de Carvalho (PCP): - Não, Sr. Presidente, quero apenas confirmar uma coisa que foi dita.
De facto, estava previsto fazer-se este trabalho em dois dias. Não houve reunião na sexta-feira a partir do meio da tarde e, nessa altura, tive oportunidade de alertar para as dificuldades de fazermos este debate num dia só. Apesar disso, a bancada do PSD esteve de acordo em que se começasse só hoje, tendo sido colocada a perspectiva de se poder continuar amanhã, se fosse caso disso, uma vez que não tivemos a sexta-feira à tarde e estavam previstos dois dias. Agora, apesar de tudo, quer comprimir-se os trabalhos num único dia, contrariando o calendário inicial.

O Sr. Duarte Pacheco (PSD): - Desde que se passou para hoje já se sabia que era assim!

O Orador: - Não, quando se passou para hoje, prescindindo da sexta-feira à tarde, aliás, por sugestão vossa também, foi na hipótese de amanhã de manhã podermos prosseguir com o resto dos trabalhos. É uma questão de lógica! Se tínhamos sexta-feira e segunda-feira, se por sugestão, inclusive do PSD, decorrente da recalendarização da vinda dos membros do Governo, não reunimos sexta-feira à tarde, sendo que, na altura, se colocou a hipótese de, exactamente por causa disso, podermos prolongar os nossos trabalhos por terça-feira de manhã, não percebo por que os senhores voltam a repor a questão num dia só, subvertendo o calendário inicial. Penso que isto não tem nenhum sentido, Srs. Deputados! É uma violência absolutamente desnecessária, e a maioria não pode fazer isto unilateralmente, a menos que fiquem a votar sozinhos o Orçamento!…

Risos do PSD.

O Sr. Presidente: - Quero lembrar aos Srs. Deputados que desde sexta-feira à tarde deram entrada 500 propostas. Portanto, nas circunstâncias em que os nossos trabalhos decorreram, não era possível trabalhar na sexta-feira, pois é preciso constituir os dossiers, ou doutro modo perderíamos o tempo todo a tomar conhecimento de propostas e isso não era viável.
De qualquer maneira, o passado é o passado. O que estamos aqui a fazer é a tentar encontrar um caminho mais eficiente para resolver este problema.
Devo dizer que não vale a pena prolongarmos esta troca de impressões, pois os argumentos estão todos sobre a mesa. Sumariando, o primeiro argumento é o de que, estando nós aqui desde as 10 ou 11 horas da manhã, há já algum cansaço, por isso prolongando-se os trabalhos mais cansaço ainda haverá e menos discernimento, como é normal, na tramitação das propostas. De qualquer maneira, isso repercute-se, quanto mais que não