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17 | II Série GOPOE - Número: 001 | 25 de Outubro de 2006

claramente, os 8% em 2006, em 2007 e em 2008, pelo menos.» Isto disse o Sr. Deputado Miguel Frasquilho o ano passado. Como ele se enganou...!!

Protestos do PSD.

Pelos vistos, o crescimento nem foi tão optimista quanto isso; foi prudente, porque estamos a crescer mais do que a previsão. O desemprego não atingiu os 8%; está nos 7,6%, igual a 2005, e vai baixar para o próximo ano.
Sr. Deputado, isto era só para salientar que as previsões do Governo são prudentes e realistas. Apesar de termos este ano um crescimento muito acentuado das nossas exportações — que, de facto, estão a ser o impulso, o motor do crescimento que estamos a registar já este ano —, para o ano vamos continuar a contar com o apoio do crescimento das exportações, bem como em parte, embora mais ténue (há que reconhecê-lo), do crescimento do investimento na nossa economia.
Mas fazemo-lo de uma forma prudente, porque as previsões dos organismos internacionais quanto à evolução da conjuntura internacional, designadamente da conjuntura europeia, recomendam alguma prudência, recomendam que não haja, aqui, qualquer tipo de euforia ou optimismo desmesurado quanto à evolução da procura mundial, em especial pela implicação que teria sobre o aumento das nossas exportações.
Dadas essas incertezas que ainda subsistem quanto à evolução da economia mundial e, designadamente das principais economias, dos EUA e ao nível da Europa, temos um aqui um cenário que também é cauteloso e prudente, continuando a contar com uma evolução positiva da procura externa. Admitimos, pois, que as exportações vão continuar a crescer de forma acentuada, a dar um contributo muito positivo para o nosso próprio crescimento, mas esperamos que possam crescer um pouco menos do que aquilo que estão a crescer este ano.
Não obstante, será com base nesse crescimento virtuoso, assente na exportação, que nós próprios iremos ter mais crescimento e mais emprego no próximo ano.
Respondendo a uma questão que foi levantada quanto às exportações e ao investimento, devo dizer que creio que os números que registamos no domínio do investimento, para 2006, denotam que, na nossa economia, estará em curso um processo de reconversão de alguns sectores industriais, com algum desinvestimento em alguns sectores tradicionais e, por outro lado, um crescimento e um dinamismo acrescidos em novas áreas de actividade, designadamente orientadas para o mercado exportador.
Creio que o comportamento do investimento, em 2006, reflecte o que é um processo de ajustamento a um novo perfil exportador que, como resposta ao aumento da exportação neste momento, ainda assenta, fundamentalmente, na utilização da capacidade produtiva instalada.
Mais: penso também que, de alguma forma, há uma certa prudência de muitas empresas quanto a aproveitar esta evolução favorável das suas vendas, em particular para o mercado externo, tendo em vista reforçar a sua solidez financeira antes de se abalançarem a novos projectos, tanto de investimento como de aumento da sua capacidade.
Creio que, passado este período necessariamente transitório e mantendo-se, conforme se prevê, o ritmo de crescimento das exportações, o investimento terá de reagir de forma positiva e teremos empresas a aumentarem a respectiva capacidade, levando a cabo importantes projectos de investimento, a par de um conjunto de investimentos que o próprio Governo já tem promovido este ano, em termos de atracção de investimento externo e de projectos com impacto significativo na nossa economia.
Gostaria de frisar, também, que se constata que, mesmo no perfil do investimento que se vai registando, há um incremento do mesmo em equipamentos, o que denota que, de facto, estamos perante um investimento que se destina ao reforço da capacidade produtiva das nossas empresas, designadamente do sector exportador.
Por isso mesmo, de forma alguma é irrealista que se preveja que, em 2007, o investimento venha a ter um crescimento real de 1,9%, contra a taxa negativa de 2,6% que se espera para este ano.
Quanto ao consumo privado, também acompanhará a evolução positiva que se espera da economia no seu conjunto. Com uma previsão de crescimento real de 1,8% e com uma previsão de melhoria do rendimento real disponível das famílias, que também poderá atingir algo como 2%, o consumo irá acompanhar estas melhorias. Daí que se preveja que a taxa de crescimento do consumo aumente de 1%, este ano, para 1,3%, no próximo ano.
Mas não é o consumo que vai alimentar o crescimento adicional, já que, como é evidente, algo que cresce menos de 1,8% não pode justificar um crescimento de 1,8%.
Um crescimento de 1,8% é alimentado, é certificado por algo que cresce mais do que 1,8%, ou seja, pelas exportações e, em parte, pequena, como há pouco referi, mas de qualquer modo já com algum contributo, pelo investimento que vai crescer a 1,9%.
Passo à questão do combate à fraude e à evasão fiscais — e, aqui, respondo também a várias outras questões que foram suscitadas sobre o problema do aumento da carga fiscal.
Entendamo-nos quanto ao seguinte: não confundamos carga fiscal com aumento da receita, que resulta da eficiência do alargamento da base e, no fundo, da recuperação de atrasados.