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14 | II Série GOPOE - Número: 008 | 16 de Novembro de 2011

E, mais uma vez, volto a falar dos princípios orientadores da competitividade, da atractividade e da internacionalização.
Muitos falam em economia do mar como se fosse a panaceia ou o remédio para os nossos problemas, mas a realidade é que a economia do mar está a ser feita. Mais: era muito importante também que se visse como é que, ao longo dos anos, a própria economia do mar foi muito subavaliada e foi, em muitos aspectos, destruída, designadamente a nossa marinha mercante que, no início e durante os anos 80, foi objecto de destruição. De certa maneira, isso, hoje, constitui uma nossa fraqueza, ou seja, falta de visão estratégica na altura.
Portanto, quando agora se fala de economia do mar importa ter presente que estão a ser dados passos muito concretos no sentido da economia do mar.
Já chamei várias vezes a atenção, aqui e noutros locais, para o que era uma estimativa por alto relativa ao que podiam ser os investimentos no âmbito da economia do mar e chegámos ao valor de mais de 5000 milhões de euros, se juntássemos todos os investimentos que estão a ser feitos não apenas em termos da actividade portuária directa, mas em termos da instalação nas plataformas logísticas, dos portos de indústrias, que estão associadas aos portos, de toda a parte dos cruzeiros, dos projectos que estão em vista nesse âmbito.
Na verdade, se pegássemos, num sentido muito amplo, no cluster do mar, chegávamos a uma verba da ordem dos 5000 a 6000 milhões de euros. E esta é uma estimativa feita por baixo, porque se afinássemos a investigação seguramente chegaríamos a valores mais elevados.
Portanto, em relação à economia do mar, o Governo está a fazer um esforço em matéria de modernização e de adequação das infra-estruturas portuárias no sentido de a valorizar.
Chamei a atenção para um número que apontava para cerca de 600 milhões de euros, que são os investimentos que as diferentes administrações portuárias estão a realizar até ao horizonte de 2013, e, atenção, são investimentos de vária natureza, seja em termos de acessibilidades, seja em termos da melhoria das infra-estruturas, designadamente dos cais de acostagem, seja em termos de valorização de outras actividades, como seja o turismo de recreio.
Portanto, Sr.ª Deputada, se há aspecto a que este Governo dá atenção, particularmente este Ministério, é aos portos. Aliás, quero dizer que a primeira intervenção que fiz no exercício das minhas responsabilidades ministeriais foi uma visita a um porto, ao porto de Sines. E não foi por acaso, mas porque quis ter um gesto simbólico relativamente ao que iria ser a minha preocupação, a preocupação desta equipa em matéria de infra-estruturas, particularmente no que respeita à importância do porto de Sines.
Concordo inteiramente com a Sr.ª Deputada quando diz que se fala muito da economia do mar mas que, depois, se escamoteiam aspectos que são da maior relevância, designadamente as articulações dos portos com os sistemas de transportes, com as rodovias, com as ferrovias e, particularmente, com as ligações internacionais.
Não se percebe como é que se pode estar a defender a economia do mar, não se percebe como é que se pode estar a dizer que se quer valorizar os portos e dizer-se, depois, que não tem sentido o projecto de ligação de alta velocidade entre Lisboa/Madrid, por tudo aquilo que isso implica.
Muitas vezes, pelas declarações que oiço e não apenas de algumas pessoas, mas também da comunicação social, esquece-se que a ligação de alta velocidade entre Lisboa e Madrid é uma ligação mista de passageiros e de mercadorias — há poucos casos desses em termos da Europa onde, normalmente, as ligações de alta velocidade são de passageiros. Mas, de facto, esta é uma linha mista e tem, precisamente, essa preocupação: a de não proporcionar apenas a ligação entre passageiros, com tudo o que isso implica em termos de dinamismo económico e de integração entre as duas regiões, mas também a ligação entre mercadorias, para facilitar o escoamento e para aumentar o interland dos portos.
Mas, atenção, Sr.ª Deputada, as mercadorias não precisam de andar em alta velocidade; em relação às mercadorias, o que é preciso é que haja fiabilidade, que haja integração nas redes internacionais de transportes e, obviamente, que a utilização daquela linha para mercadorias será uma utilização particular para certo tipo de mercadorias e para aquelas que requerem uma ligação mais directa.
Mas lembro que essa ligação vai até Madrid, estando também prevista a articulação com plataformas logísticas, com o estabelecimento de relações com portos secos, designadamente na região de Espanha.