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inicial - e era para isto que queria chamar a atenção dos Srs. Deputados - da Constituição e desta norma, que foi feita em 1975, aconteceu uma alteração substantiva no posicionamento internacional de Portugal. Portugal aderiu, em 1985, à Comunidade Europeia, agora, União Europeia, e isso, obviamente, no plano das relações internacionais portuguesas, acentuou alguns desvios em termos de prioridade nas relações externas nacionais e levou, inclusive, a que, neste próprio artigo 7.º, a Constituição da República tivesse sofrido, em anteriores revisões constitucionais, algumas obras de acrescentamento, nomeadamente com os números finais deste artigo, para passar a colocar também aqui a vertente importante das relações de Portugal face à construção europeia.
Ora, é evidente que, neste quadro, alterado relativamente à redacção inicial, faz todo o sentido que nesta revisão haja um sinal do legislador constituinte no sentido de chamar a atenção que de que, sim senhor, Portugal agora, diferentemente do que acontecia em 1985, quando foi feita a redacção inicial do n.º 4, em que se dizia que Portugal mantinha laços especiais com os países de língua oficial portuguesa… Entretanto, Portugal, na cena internacional, posicionou-se de uma forma diferente, ganhou novos parceiros, ganhou novas cumplicidades e novos empenhamentos, por isso, do nosso ponto de vista, a forma verbal "privilegia" parece-nos, apesar de tudo, mais correcta na selecção que fizemos do que a solução de "aprofundamento", como é proposto pelo PCP, que também seria uma boa solução.
O que interessa aqui politicamente, do nosso ponto de vista, é, face à tal evolução que se deu, nomeadamente de 1985 para cá, dar-lhes aqui um sinal claro de que não é pelo facto de Portugal ter entrado na União Europeia e de a própria Constituição da República Portuguesa ter passado a englobar uma série de normas que têm a ver com o empenhamento e a prioridade que Portugal dá em termos de relações externas imediatas com a construção europeia e com todo o processo de construção da União Europeia, que a vertente e os laços especiais que nos ligam com os países de língua oficial portuguesa passou para segundo plano, pois mantêm-se como uma aposta fortíssima, essencial e prioritária das relações internacionais portuguesas, por todas as razões - e não vale a pena estar aqui agora a mencioná-las, porque penso que todos comungamos delas.
Penso, portanto, que há toda a oportunidade para esta mexida na redacção do n.º 4 do artigo 7.º e isso já tinha sido dito na primeira leitura. Também nós tínhamos chegado à conclusão, tal como a Sr.ª Deputada Maria José Nogueira Pinto, de que se o que pretendemos é acrescentar qualquer coisa, dar uma tónica nova, talvez não seja necessário alterar o que está na Constituição, o melhor será acrescentar-lhe qualquer coisa. Apontarmos, por exemplo, para uma redacção que diga que Portugal "mantém e privilegia" ou "mantém e aprofunda", enfim, o "privilegia" parece-nos… A proposta do PS, neste pormenor, parece-nos mais feliz pela reflexão que fizemos. Mas o PSD votará favoravelmente.
Preferiríamos que ficasse "mantém e privilegia", mas, se não houver qualquer proposta no sentido de manter as duas soluções, porque não nos queríamos apropriar da proposta do PS, votaremos a do PS tal qual nos é presente. Contudo, concordamos com a Sr.ª Deputada Maria José Nogueira Pinto e preferíamos a expressão "mantém e privilegia".

O Sr. Presidente: - Tem a palavra o Sr. Deputado José Magalhães.

O Sr. José Magalhães (PS): - Sr. Presidente, que melhor prova pode haver do que é um processo de revisão constitucional e o diálogo, no quadro da CERC, que o facto de estarmos disponíveis para aceitar o vosso raciocínio, agora computado tão abundantemente - eu serei muito mais curto. Em primeiro lugar, aceitamos a ideia de agregação e, em segundo lugar, nada quisemos dizer e nada dissemos que pudesse significar uma desvalia do actual texto constitucional. Era essa, aliás, a nossa preocupação principal, e isso foi sublinhado desde início.
Sr. Presidente, gostaria também de, muito brevemente, sublinhar que não somos minimamente impressionáveis por elementos ad terrorem do tipo daquele que há pouco foi evocado a propósito da posição de voto que adoptámos quanto ao aditamento de Os Verdes de um n.º 3, em que se aludia à questão da xenofobia.
Quem encarar objectivamente as propostas que vão ser analisadas adiante em matéria de combate ao racismo, propostas, aliás, do PS, compreenderá, sem qualquer margem para dúvidas, qual é a postura que temos nesta matéria, e uma abstenção significa sempre, para qualquer observador que seja, mesmo levemente, objectivo, viabiliza-se, não se vota contra, o que na revisão constitucional tem um significado inequívoco.
Portanto, somos o mais indiferentes possível a sugestões de demonização de posições que são o contrário precisamente daquilo que se disse.

O Sr. Presidente: - É evidente que, se cada Sr. Deputado quiser responder sempre às alegações do Sr. Deputado anterior, as conversas sucedem-se.
Tem a palavra a Sr. Deputada Isabel Castro.

A Sr.ª Isabel Castro (Os Verdes): - Sr. Presidente, não era por aí que eu ia perder tempo.
Em relação ao facto de eu ter assumido a proposta do Partido Socialista, e de acordo com a intervenção do Sr. Deputado Luís Marques Guedes, quero apenas dizer que me parece ser correcta a formulação proposta pelo PSD no sentido de acrescentar o termo "privilegia" ao n.º 4.º

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, tentaria fazer uma síntese. Se bem posso interpretar o espírito deste diálogo, julgo que há um razoável consenso, veremos se mesmo unanimidade, no sentido de manter o texto originário e aditar o inciso e "privilegia".
Algum Sr. Deputado deseja, no entanto, ainda usar da palavra?

A Sr.ª Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP): - Dá-me licença, Sr. Presidente?

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr.ª Deputada.

A Sr.ª Maria José Nogueira Pinto (CDS-PP): - Sr. Presidente, não sei se é oportuno fazer esta sugestão,