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questão da estratégia partidária e dos calendários dessa estratégia partidária.
Há um compromisso público dos nossos dois partidos para que os trabalhos se concluam no dia 31 de Julho. Temos de o cumprir! É apenas isso que está aqui em causa!

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, vamos passar adiante!

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Peço a palavra, Sr. Presidente.

O Sr. Presidente: - Tem a palavra, Sr. Deputado.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Sr. Presidente, não posso ser interpelado, porque não fui eu que chamei António Reis ao debate. O Sr. Deputado António Reis chamou-me a mim ao debate e não pode sistematicamente falar e eu não lhe poder responder!

O Sr. Presidente: - Ó Sr. Deputado Luís Marques Guedes, sucede que, de facto, a palavra tinha sido parcimoniosamente já dada duas vezes a cada uma das partes. Receio que isto eternize este debate.
Vou dar-lhe a palavra, evidentemente…

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Sr. Presidente, peço desculpa, porque a primeira vez que falei não falei com o Sr. Deputado António Reis, falei com o Sr. Presidente e o Sr. Deputado António Reis, na sua intervenção é que falou para mim e eu respondi e agora voltou a falar para mim.

O Sr. Presidente: - Vou dar-lhe a palavra.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Não é verdade que haja duas intervenções minhas!

O Sr. Presidente: - Peço ao Sr. Deputado Luís Marques Guedes o favor de, na medida em que lhe for possível, tentar ser sintético.

O Sr. Luís Marques Guedes (PSD): - Sr. Presidente, venho mais uma vez apenas responder. Penso que é patente para toda a gente que, lamentavelmente, a intervenção - e lamento isso pessoalmente - do Sr. Deputado António Reis é pautada pelas circunstâncias, enfim, da audiência em que está a decorrer esta reunião mais do que, do meu ponto de vista, pela substância da causa que está a tentar passar.
Em qualquer circunstância, uma vez que o Sr. Deputado vem pôr em causa as situações anteriores - e V. Ex.ª bem o sabe, tal como toda a gente que está à volta desta sala -, chamo a sua atenção para o seguinte: o PSD, quando entrou neste processo de revisão constitucional também tinha os seus calendários políticos próprios. De resto, anunciou-os sucessivamente, porque os calendários político-partidários não são mais do que isso, são vontades unilaterais de cada um dos partidos, e eles foram sendo sucessivamente questionados e ultrapassados pela posição do PS - e o actual Sr. Presidente sabe bem a verdade daquilo que estou a dizer -, porque o PS tomou a posição unilateral firme de que a primeira leitura era sagrada e tinha de se fazer.
Ora o PSD foi, nas suas propostas político-partidárias de calendários relativamente à revisão, sucessivamente ultrapassado desde o início de todo este processo, e o que acontece neste momento - e em relação a isso é que não vale a pena o Sr. Deputado atirar areia aos olhos - é que agora o PS tenta, por força dos seus calendários de agenda política, tomar refém a revisão constitucional e faz uma coisa que, essa sim, foi já aqui denunciada hoje e é inaceitável, que é fazer ameaças aos outros partidos relativamente ao eventual não sucesso ou insucesso dos seus próprios calendários. Isso é que não pode ser, Sr. Deputado!
A revisão constitucional é uma matéria de regime, é uma matéria onde cada um de nós tem as suas opiniões, mas o interesse nacional tem de presidir. E a discussão saudável, o diálogo, independentemente do diálogo bilateral que houve, como houve em 1982 e 1989, é o diálogo que, nos termos constitucionais, permite os dois terços necessários à revisão. Independentemente de tudo isso, cada partido pode ter as suas opiniões, mas é extraordinariamente incorrecto e irresponsável - e o PSD nunca o fez no passado e não o fará no presente nem no futuro - pôr esses calendários reféns das suas próprias estratégias.
O PSD também anunciou em termos político-partidários os seus calendários para a revisão constitucional, anunciou-os logo após o Congresso de Vila da Feira do ano passado, anunciou-os no Verão do ano passado, anunciou-os em Novembro do ano passado, anunciou por várias vezes os seus calendários, mas nunca o PSD fez ameaças de mandar calar os outros partidos e de não aceitar a discussão das matérias para se chegar aos consensos necessários de dois terços, que são aqueles que no nosso Estado de direito permitem a revisão da Constituição.
É isso que não compreendo da sua parte, Sr. Deputado, com toda a franqueza.

O Sr. Presidente: - Srs. Deputados, podem continuar na recriminação recíproca... A verdade é que vamos perdendo o tempo de avaliar os artigos que temos pendentes!
Pediram novamente a palavra o Sr. Deputado António Reis, depois o Sr. Deputado Luís Sá e logo se vê se não será também pelo Sr. Deputado Luís Marques Guedes.
Tem a palavra o Sr. Deputado António Reis.

O Sr. António Reis (PS): - Sr. Presidente, apenas com o objectivo de evitar que o Sr. Deputado Luís Marques Guedes triplique o seu tempo de intervenção em relação ao tempo de intervenção dos Deputados socialistas e com a preocupação de salvaguardar a celeridade dos nossos trabalhos de revisão constitucional, prescindo do meu direito de resposta.

O Sr. Presidente: - Muito obrigado, Sr. Deputado António Reis.
Tem a palavra o Sr. Deputado Luís Sá.

O Sr. Luís Sá (PCP): - Sr. Presidente, Srs. Deputados, é para uma intervenção muito curta, porque creio que, quando se fala de calendários e de uma grande celeridade política que se imporia nesta matéria, e porque esta questão é eminentemente política, mas tem consequências no clima que aqui é criado, na própria seriedade e profundidade do que aqui é tratado, é indispensável lembrar o seguinte: em primeiro lugar, se o problema é regionalizar, aquilo que foi o compromisso do Primeiro-Ministro - e