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possível, os apartes. Se os apartes forem tão importantes quanto isso, não se esqueçam de ligar o microfone, porque, se não, o aparte perde todo o sentido.
Faça o favor de prosseguir, Sr. Deputado José Barros Moura.

O Sr. José Barros Moura (PS): - Para terminar, e em resumo, a questão que estou a colocar é esta: a inclusão sistemática nos direitos das associações sindicais e contratação colectiva desta restrição do direito à greve à polícia não só não se compagina com o objectivo em si próprio de definir uma verdadeira restrição que seja eficaz como, por outro lado, abre a possibilidade de, por interpretações a contrario, alguém poder sustentar que nas Forças Armadas a restrição não se verifica e que a greve de polícias decretada à margem de uma estrutura sindical poderia ser admissível, o que, de todo em todo, não queremos permitir.

A Sr.ª Maria Celeste Correia (PS): - Muito bem!

O Sr. Presidente: - Para pedir esclarecimentos ao Sr. Deputado Guilherme Silva, tem a palavra o Sr. Deputado Carlos Encarnação.

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Perguntas ao Deputado Guilherme Silva?!

O Sr. Guilherme Silva (PSD): - A matéria justifica-o!

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Sr. Presidente, com a sua autorização e com a estupefacção do Sr. Deputado Jorge Lacão, se todos me permitirem, farei algumas perguntas ao Sr. Deputado Guilherme Silva para tentar esclarecer alguns pontos aqui abordados e que, penso, é conveniente precisar.
A primeira questão tem a ver com o seguinte: o Sr. Deputado Guilherme Silva, com certeza, assistiu ao percurso seguido pelo Partido Socialista no domínio dos direitos sindicais e dos direitos associativos, em geral, das forças de segurança e certamente reparou nas posições sucessivas que o Sr. Deputado Jorge Lacão, na defesa dos interesses do Partido Socialista, tomou, o que lhe permitiu ter posições curiosíssimas, posições de evolução, de degrau em degrau, digamos, tendo, em determinada altura, aceite que a boa solução era uma, tendo-a justificado inclusivamente e tendo feito com que a posição do Partido Socialista parecesse ter cristalizado naquilo que era entendido como uma solução de acordo e compromisso.
Depois, por pressões alheias, a que não são estranhos, como é evidente, os argumentos do PCP, brilhantemente defendidos, aliás, pelo Sr. Deputado do PCP aqui presente, o Sr. Deputado Jorge Lacão foi arrastado na "onda" e deixou inclusivamente de ter o domínio do "barco". E, quando o Sr. Deputado Jorge Coelho foi Ministro da Administração Interna, então, assistiu-se ao "naufrágio" completo, isto é, os argumentos do PCP entraram no "barco", como se fossem uma "onda majestosa", submergiram completamente as concepções que o Partido Socialista há algum tempo vinha defendendo e tornou-se difícil de entender, do ponto de vista dos princípios, a diferença que havia entre o Partido Socialista e o PCP.
Não fosse o PCP, Sr. Deputado Guilherme Silva, lembro-lho, apresentar o tal projecto que permitia que, de facto, as associações sindicais, como era natural… E eu próprio, uma vez, interroguei o Sr. Ministro Jorge Coelho, no Plenário, acerca desta matéria. Recordo-me perfeitamente de, no meio de uma grande discussão, me ter virado para o Ministro Jorge Coelho e lhe ter perguntado por que é que ele, na sua lógica, não queria sindicatos inteiros, verdadeiros e próprios, com todos os direitos que lhes são inerentes, inclusivamente com o direito à greve. E o Sr. Ministro Jorge Coelho, aí, ficou sem resposta. Ficou sem resposta, porque, do ponto de vista da concepção do Partido Socialista, havia aqui um "buraco negro". Aí, começaram a fazer-se sentir algumas dificuldades. Foi então que, bravamente, o Partido Comunista avançou com a clarificação da situação: de facto, para haver um sindicato, tem de haver um direito à greve. Aí, é evidente que a questão ficou num impasse.
O impasse não é apenas, Sr. Deputado Guilherme Silva, lembro-lhe e com certeza V. Ex.ª terá isso presente, por uma falta de consideração do PSD em relação a qualquer direito de qualquer pessoa ou de qualquer organização. Não! É por um excesso de atenção que temos aos direitos dos portugueses em geral. E como nós temos de defender os portugueses em geral e preocupar-nos um pouco menos com os direitos dos lobbies - aqui, no bom sentido, como é evidente -, as forças de pressão, os interesses das associações profissionais, por mais importantes que eles sejam, temos de estabelecer o equilíbrio. E, estabelecendo o equilíbrio, entendemos que a nossa posição não pode ser outra que não esta.
Dizem vários Srs. Deputados que o artigo 56.º…

O Sr. Jorge Lacão (PS): - (Por não ter falado ao microfone, não foi possível registar as palavras do orador.)

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Como, Sr. Deputado Jorge Lacão?

O Sr. Jorge Lacão (PS): - Obrigado pela interrupção, Sr. Deputado Carlos Encarnação.
Era só para deixar registado em acta o seu sorriso perante as suas próprias palavras.

Risos.

O Sr. Carlos Encarnação (PSD): - Não, eu sorri perante a sua aflição, Sr. Deputado Jorge Lacão.

Risos.

E sorri perante a sua aflição, porque V. Ex.ª teve de se levantar e de andar de um lado para o outro para conseguir admitir que o mundo evoluiu desta maneira e não daquela ideal que V. Ex.ª pensava!
Como dizia, é claro que alguns Deputados levantaram o problema do exercício do direito à greve e, mais, fizeram aqui uma alusão ao problema importante de saber se - e lembro o Sr. Deputado Guilherme Silva de que se trata de um problema importantíssimo -, com este artigo, o PSD é capaz de complicar a questão em relação aos militares. Esta